Capítulo 15 - Seguindo em frente

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Cheguei na praia muito desorientada, eu chorava tanto que o taxista nem queria me deixar lá, se ofereceu para me levar para casa, agradeci e disse que precisava ficar ali.

Eu precisava me acalmar e colocar as ideias no lugar, e só a brisa do mar poderia fazer isso por mim no momento. 

Tirei os sapatos e caminhei pela areia, buscando um lugar calmo, tranquilo e seguro onde eu pudesse ficar e derramar toda minha frustração. Sentei sobre os sapatos e fiquei quieta olhando as ondas quebrarem e sentindo o cheiro da maresia e das algas que se acumulavam na areia.

Meu maior medo se tornou realidade, eu sabia que se decidisse abrir meu coração para alguém me machucaria, e embora eu não tivesse certeza do que sentia pelo Paulo, eu estava muito angustiada, ele era meu único amigo aqui, eu tinha decidido me abrir para ele, talvez tentar e acreditado na sua sinceridade, nas suas boas intenções, ele me disse que estava apaixonado, que seria paciente, era tudo mentira. Como alguém apaixonado, beija outra pessoa daquele jeito? Como?

O pior era pensar que talvez tivesse perdido o amigo, não sei se conseguiria perdoar a mentira, não me sentia traída, pois não éramos namorados de verdade, apesar de todos acharem que sim, mas Paulo mentiu para mim em relação a Mariana, me escondeu seus verdadeiros sentimentos em relação a ela e ainda quis me usar de retalho para tapar seu coração quebrado, isso era o mais difícil de perdoar.

Essa era a explicação para o seu comportamento estranho nos últimos dias, não me convidar para a festa, nossa como isso estava doendo. Quando achei que alguém realmente tinha reparado em mim, me visto como realmente sou, me entendido, gostado de mim pelo meu jeito, levo essa porrada, no primeiro baixar de guarda.

Eu tinha tantas expectativas para hoje, acho que no fim, demorei demais para decidir e a paciência dele acabou, ou talvez  o amor dele por Mariana tenha sido mais forte.

Que me sirva de lição, para não desviar do meu objetivo por nada e ninguém, preciso juntar os cacos da minha dignidade e seguir em frente, tentar não me importar com as fofocas, porque a essa altura devo ser o assunto do curso, a nerd chifruda. Eles mal sabem que nem chegamos a nos beijar de fato.

Não aguento lembrar da cara daquela ordinária, ela pode enganar o bobo do Paulo, mas a mim não engana e sei que ela não gosta dele de verdade.

A meu amigo, porque isso teve que acontecer, eu preciso tanto de você, não consigo evitar o mar de lágrimas que insiste em me afogar, talvez eu esteja sendo infantil, e a culpa seja mais minha do que dele, mas a dor é inevitável, preciso de um tempo, e graças a Deus hoje é sexta e segunda não tenho nenhuma atividade importante.

Eu já sei o que vou fazer, vou ver a Mary!

Ligando

Alô Mary, quase não consigo falar, de tanto que choro.

Ana, você está chorando? Onde você está? O que aconteceu?

Nada que eu possa te contar por telefone, posso ir para aí, agora?

Claro! Vai sair caro uma passagem assim em cima da hora, não se preocupa, eu tenho milhas, vai para o aeroporto que te mando o código identificador assim que comprar, pode ser?

Sim, compra o retorno só para terça-feira, por favor!

Vem meu bebê grande, estou te esperando.

Ana!

Oi.

Fica calma tá bom, tudo tem solução.

Eu sei, daqui a pouco chego aí, preciso do seu colo.

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