Capítulo 12 - Vida ou morte

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Fred Narrando:

Eu não voltei ao pântano pois Glauco me assegurou que ela estava bem e que a deixaria em um lugar longe da tia louca para que ela ficasse segura. Então segui com as minhas tarefas como príncipe enquanto aguardava o posicionamento de Glauco onde eu poderia ver Beatriz novamente.

Com um espaço de mais ou menos três dias Glauco chega para mim dizendo que a deixou em segurança na cabana de caças de meu pai, eu sigo para lá esquecendo-me que era dia de Halloween uma festa das bruxas que minha vó quando detinha o poder de rainha criou e caberia a mim ir na apresentação das crianças órfãs na praça, então enquanto eu subia no cavalo para ir para a cabana as crianças chegaram para sairmos em passeata do castelo até a praça para a tal apresentação.

Olhei para Glauco e falei:

- Vá na frente e a traga para a festa.

- Não senhor é muito arriscado ela aparecer em público tão cedo após a fuga.

- Então diga a ela que eu vou assim que essas crianças me soltarem. - disse já sendo puxado por dois meninos vestidos de duendes que me puxavam para ir com eles.

- Não se preocupe estaremos lá. - ele gritou para mim me fazendo rir.

As duas horas que passei na praça foram as duas horas mais sufocantes da minha vida, eu estava numa agonia só para me livrar logo e sai em direção a cabana de caças. Foi o que eu fiz, mas quando eu estou quase saindo da aldeia entrando na floresta, vejo Glauco vindo as pressas no cavalo com um semblante nada bom.

- Príncipe Frederich ainda bem que o encontrei a tempo. - ele disse parando o cavalo ao meu lado.

- O que aconteceu? Onde está Beatriz?

- Senhor quando eu cheguei lá a menina não estava, só encontrei uma cesta no chão com flores e a porta aberta, aparentemente ela foi levada a força.

- A tia dela mora onde? - perguntei logo em seguida.

Mas antes de dar tempo ele me responder, ouço barulho de cavalos vindo em nossa direção e ao me virar para ver quem era vejo meu pai com alguns guardas.

- Fred! - grita ele ao me ver.

- Oi pai, o que houve?

- Sua vó, parece que ela caiu em um buraco na floresta e acho que está morta.

- Morta? Tem certeza? - olhei para Glauco pensando no que fazer.

- Estava indo para onde filho com Glauco? - meu pai pergunta acredito que adivinhando a minha dúvida.

- Majestade, a menina sumiu. - Glauco diz a meu pai e descubro que meu pai sabe da existência da minha amada.

- Mas sumiu como? - meu pai questiona. - Não me digam agora no caminho me contam pois temo que estejam juntas, vamos.

Saímos a galope atrás dele e no caminho Glauco diz tudo ao meu pai desde o dia da tempestade, mas eu fico com muitas perguntas na cabeça. Entramos na floresta seguindo um lenhador que nos mostra o caminho e ao chegar perto eu vejo logo de longe Beatriz desacordada com sangue na cabeça e minha vó de igual modo.

Descemos dos cavalos na carreira e eu corro para perto de Beatriz e meu pai vai perto de sua mãe, eu não estou dizendo que não gosto de minha vó, mas que na hora minha cabeça estava a mil preocupada com a menina que roubou minha paz desde o dia que a vi.

- Está morta, não temos mais o que fazer, vamos levar para o palácio e fazer um funeral. - meu pai diz com relação a minha vó e sinto lágrimas rolarem nos meus olhos. - A menina? - meu pai pergunta e Glauco responde.

- Acredito que está viva senhor, só perdeu sangue e a pancada na cabeça. - ele diz e pega a menina nos braços enquanto eu auxilio ele e tiro minha camisa para colocar no ferimento dela.

Glauco carregou Beatriz no colo todo o caminho de volta ao castelo, era notório a cara dele de arrependido de ter deixado ela só na casa e meu pai colocou minha vó no cavalo e veio puxando, não subimos mais nos cavalos todos voltamos a pé e meu pai em dado momento mandou um dos guardas adiantar e ir chamar um médico.

- Logo hoje a cidade está tumultuada por causa da festa. - meu pai diz.

- Nossa esqueci que tem umas crianças no castelo. - disse lembrando das crianças que iam lanchar comigo e que são do abrigo.

- Não podemos fazer nada é chegar e dispensar todos. - disse meu pai olhando para Beatriz no colo de Glauco.

Não demorou muito e entramos na aldeia com a nossa comitiva nada comum então começou a juntar pessoas formando um caminho e quando reconheciam minha vó davam as condolências ao meu pai tornando nosso percurso mais demorado. Me alegrei ao ver que o médico já se encaminhava em nossa direção junto ao guarda que foi designado para buscá-lo.

- Levem ela para o meu quarto Glauco. - disse me antecipando para abrir caminho junto com o médico.

- Doutor, veja por favor se consegue salvar a menina e volte para me ajudar com mamãe que já temos certeza de estar morta. - meu pai disse fazendo o médico apenas acenar.

Glauco colocou ela com cuidado na minha cama, eu abri as janelas e cortinas para arejar o quarto e deixei que o médico examinasse a mesma.

- Príncipe Frederich, a mocinha vai sobreviver, só vai precisar de muito repouso e cuidados pois perdeu muito sangue e com certeza ficará fraca, pode chamar alguém que me ajude a trocar essa roupa dela?

- Sim doutor, imediatamente. - mandei chamar uma das criadas que eu deixaria a total disposição dela e me retirei do quarto para dar privacidade a eles de trabalhar. - Glauco tem como conseguir umas roupas dela? Por enquanto eu arrumo algo por aqui. - disse ao sair do quarto vendo Glauco na porta.

- Sim eu vou na casa de caça buscar algo. - assinto com a cabeça para ele e viro-me para meu pai que entra no corredor vindo em nossa direção.

- Filho e aí? - pergunta meu pai se aproximando.

- Ela não corre risco de morte pai, e a vovó?

- Finalmente está livre, só perdemos a sua vó.

- Como sabe da existência de Beatriz? E ela está livre de que?

- É uma longa história que prometo lhe contar mais tarde, mas agora preciso cuidar do enterro de sua vó.

Fiquei no corredor parado pensando se a tia de Beatriz seria minha vó?

Mais tarde eu fui liberado para visitar Beatriz e permiti que algumas das crianças entrassem também, elas ficaram tristes com o final do lanche no palácio e queriam ver a princesa adormecida (era assim que chamavam Beatriz).

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