Capítulo 25 - Coroação parte II

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Enquanto entro na igreja olhando para as faces de todos que estão comigo no dia a dia sorrindo para mim, oro internamente para que Deus confirme o meu reinado me dando sabedoria e paz e que eu possa ser forte na hora de ser forte mas que eu possa ser doce para todos ao meu redor.

Procuro o rei Uzias com a vista e vejo ele me olhando com admiração e balança a cabeça para mim em sinal de confirmação, em seguida o juiz termina de proferir minha biografia e começa a relatar os prós e contras da minha coroação.

Passados quase duas horas que o juiz está falando sem parar, ele me pede para dizer algumas palavras para o público.

- Meus amigos e minhas amigas, é com imensa satisfação e também tristeza que estou aqui para me tornar a rainha de vocês. Disse tristeza pois como é sabido por todos estamos vivendo uma guerra onde pessoas sem instrução e sem conhecimento da importancia de um soberano tentam acabar com a monarquia fazendo atrocidades, mas alegria pois desde que cheguei aqui ainda adolescente, me receberam de braços abertos e sinto que me amam e saibam que são amados por mim. A única coisa que desejo do meu reinado é que eu seja coberta pela sabedoria Divina para vos reger de acordo com a vontade Dele.

Sou aplaudida e o juiz me conduz até o trono para depositar a coroa em minha cabeça.

- Pela autoridade a mim outorgada por meus soberanos eu declaro que Beatriz Word é a mais nova rainha de Lusoc.

Ele começa a falar e sinto meus olhos marejados, olho para minha tia que já chora de emoção e os meninos que fazem coração para mim. Mas nossa alegria demora pouco pois escutamos barulhos de explosivos vindo do lado dos portões e corremos para nos esconder nos abrigos, eu fico no meio do salão gritando para os guardas proteger todos os empregados e nenhum se machucar quando sou surpreendida com uma flecha que passa de raspão em mim derrubando minha coroa no chão e sinto meu corpo ser suspenso e eu ser carregada.

Quando eu penso que estou sendo levada por um dos rebeldes escuto a voz do homem que me carrega e é o rei Uzias que grita para minha tia se proteger, estamos muito longe do abrigo ainda pois o que tem atrás do trono eu coloquei todos os empregados e não caberia agente, ficando também perigoso abrir e eles serem alvejados por alguma bomba.

- Uzias o que vamos fazer? - é minha tia que pergunta quando estamos embaixo da escada e eu já no chão.

- Majestade a senhora está por aqui? - reconheço a voz do paquera de Lia e respondo.

- Estamos aqui Pedro. - disse um pouco baixo.

- Majestade, venham por aqui logo ali tem uma passagem para um dos abrigos.

Nós o seguimos e quando eu entrei vi Lia e algumas outras pessoas, então me lembrei dos meninos e fico sabendo que estão seguros, Pedro nos deixa e sai para lutar me fazendo sentir raiva por ter nascido menina e não poder ir ajudar.

- Eu acho que vou ajudar os guardas. - diz o rei Uzias.

- Por favor majestade não vá, o senhor está ferido e já se arriscou por Beatriz, sente que vou ajeitar o ferimento de seu braço. - minha tia responde.

- A senhora não precisa se preocupar Eloísa, não foi nada demais só um esforço mínimo.

- Mas está sangrando. - eu digo me metendo na conversa.

- Estou bem é sério, tenho que ir ajudar.

- Por favor majestade não seja tão difícil e fique aqui conosco. - minha tia suplica a ele que já estava na porta para sair voltando e sentando calado.

Fico imaginando se o rei Uzias nutre sentimentos por minha tia. Será que ela sabe? Se ela não tivesse Noah será que eles dois estariam juntos?

- Rei Uzias, como foi o ataque no castelo de Vianna? - pergunto a ele desconversando

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