Capítulo 36 - Chegando em Lusoc

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A medida que a nossa carruagem percorria as ruas de Lusoc as pessoas paravam para acenar e gritavam viva o casal real e eu conseguia sentir o amor e carinho que o povo tinha por nós, havia faixas e placas por todos os lados da cidade.

Ao entrarmos nos portões do castelo vimos uma linda estrada de pétalas brancas por todo o caminho que iriamos percorrer até as escadarias da entrada do palácio. Fred desceu primeiro da carruagem e quando foi me ajudar a descer três jovens se aproximaram e perguntaram a Fred se podiam e ele acenou com a cabeça então eles começaram a me ajudar inclusive se ajoelhando e ajeitando a minha roupa.

- Por favor eu não mereço tanto. - falei olhando para o rapaz que estava ajoelhado a minha frente.

- Claro que merece majestade, a senhora e o rei Frederich são a nossa única salvação, todo o povo lhes deve muito e sempre nos rediremos aos pés de vocês.

- Por favor meu jovem, eu fico grata com o carinho de vocês eu e o rei Frederich não fizemos nada além de nos unirmos para tentar cuidar melhor de vocês. Mas que fique claro que aos nossos pés não queremos ninguém ajoelhados, façam isso apenas para o rei Jesus que é o nosso soberano maior.

Frederich me estendeu a mão que aceitei e com um gesto ele acenou para o rapaz que se levantou e os três nos seguiram até a entrada com sorrisos que eram sinceros de felicidade. No rol de entrada do palácio estavam Estrela e Glauco apenas nos esperando com olhos fraternos.

- Meus amores estava aflita pela volta de vocês. - Estrela diz me abraçando. - E aí? - ela cochicha no meu ouvido me fazendo rir.

- Nós também sentimos falta de vocês. Onde estão todos?

- Só restou nós aqui no castelo, isso é eu pois esse aqui chegou ontem.

- Desculpa Estrela a culpa foi minha que requisitei Glauco numa missão.

- Missão? - pergunto curiosa.

- Sim, mas as duas não perguntem qual pois não vamos dizer.

- Mas agora vejam, um rei atrevido e um empregado babão. - diz Estrela revirando os olhos e abraçando Fred.

- Tem nada não Estrela nós também temos nossos segredos lembra? - pergunto piscando para ela.

- Segredos sobre o que? - Glauco olha para a esposa.

- Ora veja se vou revelar para um babão do rei, nem sobre tortura. - e todos riem da frase dela.

- Glauco vamos deixar as meninas com seus segredos e vamos até o escritório comigo? - Fred fala beija minha testa e vai.

- Vamos subir então? - Estrela me pergunta percebendo que eu me incomodei com o beijo.

- S-sim vamos. - digo olhando para eles.

- Vai me contar do casamento? Ou vou ter que te empurrar da escada? - Estrela perguntou quando íamos subindo as escadas.

- Pode me jogar. - falei.

Ela fez que ia fazer isso mas tomou a capa das minhas mãos e saiu correndo. para um lado contrário do corredor dos quartos e fiquei parada olhando para ela.

- Não vai vir? - ela pergunta.

- Meu quarto não é por aí lembra? - disse rindo.

- Bom majestade pelo que sei a senhora dormia lá quando era uma senhorita e não uma mulher casada. A suíte real é aqui. - falou apontando uma porta branca no final do corredor pequeno.

Vi ela se dirigir até aquela porta destravar e entrar, então eu a segui, ao chegar perto da porta vejo duas coroas juntas e um frio percorre minha costela, a partir de agora sou casada e até pouco tempo atrás nem sei o que sentia pelo meu marido se ódio, amor ou amizade. Entrei então olhando ao meu redor era como se fosse uma sala com uma mesa para refeições, um birô no canto esquerdo perto de uma porta e conjunto de sofá perto de uma prateleira de vidros. Na outra extremidade do quarto havia outra porta. Tudo com papel de parede bege de flores lilás bem delicadas e os móveis marrom destacando.

- Vai ficar aí parada na porta? Pensei que queria o seu banho. - ela diz me acordando do meu transe.

Então ela abre a porta da esquerda e faz um gesto para que eu vá. Ao passar pela porta que também tem uma coroa enfeitando, vejo um belo quarto todo em tom branco com lilás, bem no meio dele uma enorme cama de casal e mais duas portas na minha frente, ao lado da cama uma poltrona e na frente ficava a penteadeira e uma lareira linda colonial.

- O que há com você? - Estrela me interrompe.

- N-nada eu acho. - digo rápido.

- Beatriz vocês casaram mesmo? - olho bem rápido para ela com essa pergunta.

- C-claro que sim, só que, só que nós, bem é. - eu não conseguia confessar a ela que nunca estivemos a sós como seria daqui para frente.

- Vem cá senta aqui um pouco temos tempo ainda antes do almoço. - ela me puxa para a poltrona. - Minha menina você está tentando me dizer que não fizeram as pazes é isso que estão fingindo um casamento feliz pela guerra?

- Quase isso. - respiro aliviada por ela ter adiantado o assunto muito bem.

- Quer me contar? - eu aceno que sim para ela.

Passei as horas que se seguiram contando a ela tudo em detalhes e ela fica curiosa como eu para onde ele vai a noite, ela diz que se fosse mulher ele teria aproveitado que eu dormia e teria ido para o quarto da mocinha da estalagem.

- O único toque entre vocês foi o beijo na testa até agora? Nem um selinho? Nem um carinho?

- Não, mas eu não sei se estou preparada, temo me derreter para ele e descobrir o fruto das traições dele.

- O pior é que eu acho que você é totalmente apaixonada por esse homem.

- Eu decidi deixar Deus agir, mas estou com o pé atrás não vou mentir.

- Fez bem, mas não o afaste, deixe ele se aproximar que sabe não se surpreenda quando sentir o quanto ele lhe gosta?

- Vou ter como o afastar? - falo apontando para a cama.

- Não sabe que tem outra cama? Nunca entrou numa suite de rei e rainha? - falo negando com a cabeça.

- Vem vou te mostrar esse é seu quarto com seu banheiro e seu closet, por aqui é o lado dele. - me puxa cortando a sala e entrando na outra porta.

Fico olhando o quarto em tons azul com dourado bem simples parecido com o meu a diferença que no lugar da penteadeira só tem um espelho. 

- Quer dizer que os reis não dormem juntos? - pergunto a ela saindo do quarto dele.

- Dormem, mas o que acontece é que a maioria dos casamentos entre príncipes e princesas são por acordo, aliança política ou conveniência, nem sempre tem amor então para não dificultar a convivência eles estabelecem essa separação, não impede de quebrarem essa regra e ficarem no mesmo espaço como é o caso de sua tia que nem aqui nunca dormiu o quarto deles era no outro corredor com uma única cama. Mas isso depende de vocês.

- Eu entendi, porém por enquanto é bom que esteja assim, fico mais aliviada.

- Beatriz só tenha cuidado para não duvidar demais e perder o homem da sua vida, eu sou testemunha como ele sofreu ao estarem brigados.

- Estou orando Estrela.

- Vou arrumar seu banho para não se atrasar para o almoço.

Vi ela entrar no banheiro e me joguei na cama sentindo o cheiro de lavanda que eu tanto gosto e a macies dos lençóis, sei que foi tudo preparado com amor para nos esperar.


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