Capítulo 30 - Lusovianna

86 18 0
                                    

Ao acordar eu fui para a igreja orar, fazer um momento de consagração para que Deus se revelasse a mim, eu necessitava de ouvir a voz Dele e poder tomar decisões de acordo com o que Ele planejou para mim.

No castelo havia uma entrada para a igreja que não passava pelo jardim, essa entrada era restrita apenas aos pastores e a realeza, então eu fui e vim pela passagem sem ter visto ou ouvido ninguém. Na verdade pela hora que eu desci as quatro da manhã seria praticamente impossível eu ouvir alguém.

Quando estou passando no corredor que dá para os quartos dos convidados indo a procura de Estrela, Fred abre a porta do quarto ainda sem camisa e então ficamos parados ali um olhando para o outro sem reação. Como estou vestida? Adivinhem com minhas roupas preferidas de camponesa.

- B-bom dia. - digo enfim.

- D-desculpa os trajes achei que ninguém estivesse no corredor.

- Nem havia reparado. - primeira mentira do dia.

- B-Bia por favor entre precisamos conversar. - ele diz abrindo mais a porta.

- M-mas assim? - aponto para o peito nu dele.

- N-não. - entrou e com um tempinho voltou vestindo a camisa e eu estava aflita no corredor olhando se seria vista entrando no quarto dele.

Ele não falou só fez um gesto para que eu entrasse.

- Não tenho muito tempo. - fui logo dizendo.

- Será rápido, sente-se.

- E-estou bem em pé. - notaram que estou gaguejando? Eu sou fraca demais aff.

- Pois bem. - ele passa as mãos pelos cabelos e senta, isso tudo sem me olhar. - Qual vai ser sua resposta hoje? Quero dizer o que decidiu sofre a unificação é só isso que me interessa resolver o problema do povo.

- Não decidi ainda.

- Porque não quer a unificação Beatriz? - ele levanta e anda de um lado para o  outro. 

- Pelo contrário eu sou super a favor da unificação e término dessa greve estúpida. Só, só, eu só deixa para lá. - ai que raiva de mim que estou nervosa.

- Só não quer casar comigo. Eu também não quero, pelo menos não nessas condições.

- Eu preciso ir. - digo percebendo que esse assunto não terminará bem.

- O problema sou eu não é? - ele pergunta se aproximando. - Você descobriu que não gosta de mim? Se arrepende daquela noite que trocamos votos de amor?

- Sim, quer dizer n-não, oh Fred não me pergunte isso. - digo me sentando e tapando o rosto.

- Mas eu preciso saber, como vou casar com uma pessoa que não gosta de mim e sim de outro?

- Porque isso te importa? Não fui eu que disse que morreu quem eu amava. - levanto e sigo para a porta.

- Diga Beatriz me ama? Confia em mim? Entregaria a sua vida a mim?

- Não Fred. Minha vida só nas mãos de Deus. Como vou confiar em alguém que a noite é uma coisa e pela manhã some sem deixar rastros? Como quer que confie num homem que acaba compromisso com um bilhete? Como vou confiar meu coração a uma pessoa que grita no parlamento que não existe acordo para casar-se comigo. Desculpa Fred mas já magoaram meu coração uma vez a segunda não deixo não. - não dou brecha para ele falar mais nada saio correndo em direção ao meu quarto já chorando, aliás ultimamente minha vida é chorar.

Ao chegar no meu quarto percebo que Lia já está no banheiro me aprontando o banho, seco as lágrimas pois não quero contar a ela o que houve e ouvir um sermão e peço que pegue o vestido dourado da minha coroação para eu usar. Estou calada e de cara fechada para ela, mas infelizmente ela vai ter que aguentar não quero falar se não chorarei.

EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora