Capítulo 13 - Seus olhos

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Passamos uma noite em claro velando minha vó, eu não podia ir repousar e deixar meu pai ali destroçado perto daquele esquife. Não me pergunte por que esquife, mas segundo meu pai minha vó sempre pediu para ser queimada em alto mar, então ele estaria realizando um desejo dela.

A todo momento eu ficava imaginando como ela estaria lá em cima, tão perto de mim e tão longe ao mesmo tempo, tomara que ela não demore a acordar. Gostaria de olhar mais vezes os olhos que falam que ela tem.

- Filho? São três da manhã não quer ir deitar? O dia hoje foi bastante cansativo. - meu pai diz colocando a mão em meu ombro.

- Não pai estou bem aqui, só vou dar uma olhada em Beatriz e volto já.

- Eu admiro essa garota passou por tanta coisa e sobreviveu a queda naquela altura.

- Como diria meu avô é uma escolhida de Deus. - eu disse levantando. - Pai não quer me contar o que houve com ela? Qual a história dela que o senhor sabe e eu não?

- Senta aí vamos tomar um café e eu te conto tudo, estou te devendo essa verdade. - meu pai disse apontando para uma poltrona que havia ali no salão de bailes, onde minha vó estava sendo velada.

- Então eu mantenho ela em vigilância total protegendo a mesma e guardando pois ainda amo a tia dela como nunca amei ninguém na minha vida. Por causa desse amor eu fiz as pazes com o imperador afim de me aproximar dela, para mim era bom apenas vê-la nos bailes e reuniões e poder admirar a beleza que ela tem.

Meu pai me contou tudo que aconteceu com minha princesa e eu não podia acreditar que aquela senhora que eu amava e chamava de vó seria uma feiticeira mesquinha e má como descobri que fosse. Outra coisa que não sonhava era que meu pai vivia isolado do mundo por sofrer de amor e não por ser ruim como me fizeram pensar na escola real.

- Obrigada meu pai por me contar tudo isso. Mas o senhor vai avisar a rainha Eloísa que a sobrinha dela está bem e com agente?

- Não sei meu filho, faz tanto tempo que ela desistiu de procurar acho até que acredita que a menina que morreu fosse Liza.

- Beatriz pai, o nome dela é esse, essa Liza nunca existiu.

- Desculpa é que sua vó só falava nela por esse outro nome e eu me acostumei. Faça assim filho, dê o total apoio a ela e quando ela estiver bem deixemos que decida aparecer para a tia ou não.

- Boa ideia, agora eu vou lá dar uma olhada nela e venho ficar com o senhor. - dou um beijo na cabeça de meu pai e saio, mas ouço ele me chamar.

- Fred.

- Me chamou pai? - perguntou voltando a sentar perto dele que esta de cabeça baixa.

- Não esqueça que daqui dois dias começa a seleção. 

- Pai o senhor prosseguiu com essa loucura?

- Meu filho eu vou lhe entregar o trono não posso permitir que reine só, é triste e solitário aquela sala sem uma esposa. O que eu passei não desejo a você.

- Posso escolher a minha preferida entre as garotas? - não pude deixar de esboçar um sorriso ao pensar no que iria fazer.

- Sim meu filho, se fosse para eu escolher não haveria seleção.

- Tudo bem então, eu aceito. - levantei e segui meu caminho sorrindo da minha ideia.

Ao chegar no meu quarto onde ela estava desde a hora que chegamos aqui, entrei e olhei para Estrela que cuidava dela fazendo tudo que o medico pediu para fazer.

- Como ela está? - perguntei bem baixinho.

- Ela mexeu o pé e uma mão mas não acordou. - Estrela disse-me também muito baixo.

Fiquei ali olhando ela dormindo e pensando como ela era tão linda e como eu já gostava tanto dela, não iria deixar eu ter o futuro de meu pai não, casaria sim mais com a minha escolhida. Aliás com a escolhida de Deus para mim.

- Alteza, o senhor se importa de eu ir pegar mais água morna para as compressas em me esperar para poder sair?

- Claro que não pode ficar a vontade, aproveite e faça uma refeição, talvez nem tenha comido direito desde cedo.

- Obrigada príncipe Frederich. - ela disse saindo.

Quando a moça saiu eu dei um beijo na testa dela e fui para a poltrona perto da cama, estava tão cansado que adormeci e sonhei com ela e seu sorriso lindo.

Quando a moça saiu eu dei um beijo na testa dela e fui para a poltrona perto da cama, estava tão cansado que adormeci e sonhei com ela e seu sorriso lindo

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- Alteza? Príncipe Fred? - acordei num sobressalto com Estrela me chamando.

- Ah? O que? - foi o que disse ainda perdido.

- O senhor adormeceu aí sentado. - ela disse sorrindo.

Levantei me ajeitei e fui em direção a cama mais uma vez, realmente eu estava muito cansado.

- Vou tomar um banho, ver se me esperto mais. - disse segurando a mão de Beatriz mais olhando para Estrela. - Estrela ela apertou minha mão.

- Senhor que notícia boa!

- Porque apertar a mão é bom? - Beatriz pergunta olhando para mim com aquele sorriso que só ela tem no mundo todo.

- Acordou? Ela acordou! - eu não sabia o que fazer.

- Ai. Eu acho que não consigo levantar minha cabeça dói. - ela disse ao tentar levantar da cama.

- Não pode se levantar ainda Beatriz, mas logo logo ficará boa. - eu disse e olhei para Estrela que estava ajoelhada com as mãos para cima. - O que faz assim Estrela?

- Estrela? Minha babá. - Beatriz disse sorrindo ainda mais.

- Eu mesma menina, estou aqui com você e Jesus acabou de atender ao meu pedido que você acordasse. Eu estava agradecendo a Ele.

- Eu só me lembro que estava andando atrás da voz de Fred e dei de cara com minha tia.

- Minha voz? Como assim?

- Minha tia deve ter feito algum feitiço que a voz dela parecia com a sua, quando dei de cara com ela foi que percebi que era ela com sua voz.

- Ela lhe empurrou no barranco? - Estrela perguntou.

- Não ela ficou dizendo umas coisas a mim caminhando na minha direção e eu com medo caminhava para trás, não vi que não tinha mais caminho e caí.

- Então quem empurrou ela? - perguntei.

- Ela também caiu? Talvez tentando me salvar. Mas está bem?

- Vamos fazer assim? Se alimente, coma, descanse e então agente conversa? - eu tive medo de dar a notícia e ela passar mal.

- Está certo, estou mesmo com fome. - ela diz e sorri.

Deixei ela com Estrela e fui dar a notícia ao meu pai que ela havia acordado.

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