Capítulo 37 - Turbulência

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Desci para almoçar e quando chego na mesa não há ninguém, olho para Estrela que me acompanhava e me devolve o olhar com cara de quem diz que não sabe.

- Por favor sabe do rei? - pergunto ao guarda da entrada da sala de refeições.

- Sinto muito majestade mas peguei no plantão agora e não o vi o rei nem o senhor Glauco hoje. - diz baixando a vista para os pés.

- Venha Estrela coma comigo, não comerei sozinha. - ela aceita e fazemos nossa refeição. - Me recordo que quando cheguei aqui essa mesa era cheia e nunca conseguimos comer calados, mas agora olhe isso se não fosse por você estaria eu aqui só.

- Deve ter havido algum contratempo Beatriz tenha calma.

- Estou calma, mas é justo nem chegamos e ele já começa com os passeios estranhos dele? - digo e percebo que estou irritada.

- Vamos ver o que dizem quando chegar, vou investigar Glauco e sei quando mente para mim nem se preocupe.

Termino minha refeição e volto para meu quarto, pego a Bíblia e começo a ler, sem querer percebo que tem algo dentro dela e vejo que é uma rosa branca, dou um cheiro nela e um beijo mas mesmo assim aquela rosa não me comprou, volto para a leitura devolvendo ela para dentro da Bíblia.

Passei a tarde toda no meu quarto, não quis sair e como havia a desculpa de estar cansada da viagem ninguém me perturbou com nada. Não vi Fred e as vezes que Estrela veio até mim diz que eles não estão no palácio.

Acordei já era madrugada, não vi a hora que adormeci e nem vi que acenderam a lareira, levanto e vou até a porta do quarto dele que está fechada, abro devagar e o que vejo é a cama vazia, nem sinal de ter sido tocada.

- Fred onde está todo esse tempo? - falo olhando para o espelho dele.

Não voltei mais para a cama amanheci o dia na janela do quarto olhando para o caminho, coloquei no pescoço uma correntinha de bijuteria que ele havia feito para mim quando nos conhecemos e estou aqui agarrada nela orando que ele esteja bem.

Quando Estrela chega pela manhã no meu quarto eu já havia tomado banho e arrumado a cama, não conseguia estar quieta num lugar e a todo momento olhava para o caminho ver se via ele se aproximar.

- Bom dia filha, como foi a noite? - ela pergunta e também tem o semblante abatido.

- Não muito boa, ele não voltou temo ser algo sobre a guerra. E se eles não estiverem bem? Estou pensando guardas ir procurar mas não sei nem para que lado.

- Na verdade, eles voltaram sim. - Estrela diz e sinto que teme me contar.

- Como disse? - ando até o quarto dele e não está.

- Beatriz eles chegaram ontem a noite mas não vieram até nós um guarda me disse que eles estão na ala sul trancados com mais umas pessoas e não é permitida a passagem de ninguém.

- Não Estrela, a sua passagem pois eu vou agora mesmo lá, ele me deve explicação. - digo saindo do quarto sem dar chance dela falar, mas ela me alcança no corredor e segura no meu braço.

- Por favor Beatriz, aja com sabedoria, ele é o rei é soberano a você não faça besteira. Sabe que um rei pode exilar a sua rainha?

- Como? - digo voltando para o quarto.

- A última vez que aconteceu foi ha muito tempo mas na Bíblia tem um caso desses. - ela diz indo buscar a Bíblia.

- Rainha Vasti. - digo.

- Isso essa mesma, até hoje é assim filha eles tem as comcubinas e o poder de lançar fora a rainha quando quiser.

Eu não ouvi mais nada, saí em direção a ala sul do castelo e não enchergava ninguém no caminho ao chegar na frente dos guardas que guardavam a porta de entrada do corredor sul que estava trancada parei.

- Abram para que eu passe. - disse tentando não mostrar o quanto estava desesperada.

Era inadmissível que ele tivesse casado comigo para tomar o reino e me exilar ou ter concubinas nas minhas fuças.

- Majestade não nos peça isso, temos ordens do rei de não passar ninguém nem a senhora.

- Sou sua rainha não sou?

- E por não querer lhe desagravar lhe peço que não nos peça isso, pois ele jurou que mataria quem o desobedecesse. - o guarda mais magro suplicava.

- Mas se a senhora quiser podemos dizer quem está lá dentro. Talvez a senhora entenda seu esposo e se acalme mais. - o outro guarda disse olhando para o companheiro e para mim.

- Não estou nervosa só com raiva, por favor me diga quem está com meu marido lá dentro.

- O senhor Glauco, uns conselheiros, o chefe da guarda e um prisioneiro da guerra senhora. - ele fala convicto.

- Só? - pergunto lembrando que não ouvi falar de nenhuma mulher.

- Sim senhora, eu acabei de sair de lá e só tem eles majestade. - ele afirma para mim.

- Obrigada. - digo dando a volta e sentindo vergonha de ter imaginado que ele tivesse com uma amante.

- Beatriz você quer me matar minha filha, eu não tenho idade de estar correndo atrás de você quando era pequena eu era jovem filha. - Estrela diz ao me ver no rol de entrada.

- Oh Estrela eu sou tão tola. - abraço ela e começo a chorar.

- Mas isso é o amor que faz agente assim filha, tenha paciência que passará.

- Tem certeza que não existe nesse palácio nenhuma concubina do rei?

- O pai dele nunca teve, tenho certeza que ele também não terá filha, acalme-se só falei pois temia você entrar lá e ele não gostar.

- Eu bem que tentei mas os guardas me impediram.

- Fizeram bem, ninguém sabe como está lá dentro e não creio que seja lugar de uma mulher não, venha vamos tomar café no jardim.

Me deixei ser guiada por Estrela que me tratava com tanto carinho e fomos tomar café.

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