Capítulo 43 - Benção de Deus

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Frederich Narrando:

Minha vida toda eu pedi a Deus para ser pai de muitos filhos, Ele me concedeu que eu tivesse o primeiro ou primeira, mas agora estou aqui olhando para minha mulher orando ao longe e sentindo medo de perder ela como perdi minha mãe.

Eu era filho único não tinha irmãos então um dia meu pai perguntou o que eu achava da ideia de ter um irmãozinho e eu me alegrei, mas a gravidez de minha mãe foi delicada e morreu ela e meu irmão. Eu fico aterrorizado em imaginar que possa acontecer isso com Beatriz.

Glauco diz que eu preciso confiar no Senhor mas é tão difícil você olhar para a mulher que ama e imaginar ela morrendo. Agora me perguntem ela está com gravidez de risco? Lhe responderei que não, se você tirar os enjoos matinais ela está com mais saúde que o reino inteiro. Mas eu não consigo relaxar.

- Eu pensei que era um rei e não um guarda. - viro para olhar e é Glauco rindo de mim que vigio Beatriz ao longe. - Eu fosse sua esposa ia perguntar se não confia em mim.

- Você sabe que eu me preocupo com o bem estar dela. - digo e vejo ele negar com a cabeça.

- Meu filho você tem exagerado, veja ela lá na igreja lendo a Bíblia tão calma e tranquila, pensa que ela está doente ao vê-la assim?

- Eu sei mas e se ela vier para o castelo e tropeçar?

- Então porque não vai orar e ler a palavra com ela em vez de vigiar de longe?

- Eu estava aqui pensando na minha mãe.

Volto o olhar para minha esposa e a vejo soltar a Bíblia com uma expressão de dor colocando a mão na barriga.

- Glauco vá chamar um médico. - digo e saio correndo chegando a tempo de a segurar nos braços para não andar.

- Fred meu amor, acho que a criança vai nascer. - ela diz passando as mãos nos meus ombros enquanto eu a carrego.

- Sente o que?

- Uma dor no pé da barriga e um líquido desceu nas minhas pernas.

- Shii não fale mais estaremos chegando no quarto logo. - tento andar o mais depressa que posso com ela nos meus braços.

Ao passar pela cozinha que entrei por lá pois era mais perto eu gritei para a cozinheira:

- Vai nascer preciso de alguém que auxilie o médico. - eu lembrei que umas mulheres subiam água para o quarto de minha mãe.

Chego no quarto coloco ela na cama retirando seus sapatos e percebo que as dores são mais forte, então abro a porta para gritar pelo médico mas o mesmo já se encontra chegando.

- Majestade eu já sei vai nascer, mas saiba que não poderá ficar aqui. - ele diz com o semblante sério.

- M-mas eu...

- Venha Fred será melhor obedecer ele. - Glauco diz puxando-me pelo braço.

Olho para Beatriz e para o médico e ela faz uma aceno que sim com a cabeça e vejo uma lágrima rolar no rosto dela.

- Doutor eu só saio daqui morto. É minha mulher e meu ou minha filha então se quiser que eu saia me mate.

- Doutor deixe que ele fique ali naquele cantinho. - Estrela intercede por mim.

- Tudo bem, mas se o senhor me atrapalhar esqueço que é rei e lhe tiro no tapa daqui. -  o médico diz.

- Aaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiii. - ouvimos ela gritar e todos olham assustados.

- Vamos começar Estrela. - diz o médico já se posicionando.

Eu estou ao lado dela mas de um jeito que não chego perto do médico, seguro a mão dela e a todo momento lhe dou um beijo na mão para ela saber que estamos juntos. Não sei o que ele faz por baixo do lençol pois não vejo, mas mandam direto ela fazer força e sei que está muito cansada e sentindo muitas dores pois ela grita, me deixando desesperado. Não demora muito e ouvimos um grito maior e em seguida o choro.

- É menina. - diz o médico. - E que menina linda. - ele completa.

Sinto que meus olhos ficam marejados ao olhar para o médico e ver nas mãos dele uma pequena ainda toda suja de algo misturado com sangue, mas que eu já amo. Então olho para minha esposa ela aperta minha mão e diz:

- É Samara Raquel que significa menina forte protegida por Deus. - em seguida ela fecha os olhos e penso que morreu.

- Doutor Beatriz. - digo mais alto e percebo que ele tinha voltado ajeitar ela por baixo do lençol.

- É normal majestade, ela fez muito esforço está esgotada, irá tirar um cochilo e assim que acordar deve amamentar a pequena Samara Raquel.

Estrela se aproxima de mim e me entrega minha filha que ao olhar para ela percebo que é a cara da mãe.

- Tão linda e tão pequena minha flor. - digo com ela nos meus braços. - O papai vai cuidar de você e proteger com amor e carinho.

- Majestade eu terminei minha parte, está aqui o que a rainha deverá comer e os cuidados que deve ter, a princesinha virei vê-la uma vez por semana para acompanhar o crescimento dela, caso precise de algo mande me chamar.

- Obrigada doutor. - digo apertando a mão do mesmo que olha para minha filha e diz:

- Não diga a rainha mas ela só parece com a vossa majestade. - eu sorrio bobo com o que ele disse e vejo ele sair rindo.

Estrela e Glauco levam a nossa pequena para o berço e eu fico com a minha rainha corajosa e forte agradecendo a Deus por essa benção que nos deu.

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