Capítulo 38 - Mais Guerra

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Passei o dia inteiro por perto da saída da ala sul do palácio para ver quando eles saíssem e a demora me consumia por dentro. A todo momento eu tinha resolver algo relativo as minhas atribuições como rainha mas incomodada com a reunião de Fred ali.

- Majestade o rei lhe chama na sala do trono. - diz um dos guardas ao chegar perto de mim no jardim.

- Obrigada eu estou indo. - saio quase correndo para a sala do trono.

Ao chegar lá percebo que ele está só e me aproximo e estou com raiva não sei porque mais foi imediata a raiva.

- Mandou me chamar Rei Frederich? - pergunto fechando a porta ao entrar.

- Eu preciso te contar algo, por isso pedi para todos saírem e tenho uma notícia também para você.

- Estou aqui pode contar. - digo sentando no meu trono.

- Está com raiva? -ele pergunta.

- Não é nada pode falar o que tem para me dizer. - então olho para ele e percebo que não está com a mesma roupa de ontem.

- Ontem Glauco me levou até onde o cabeça da Guerra estava escondido, não sei como mas um dos conselheiros descobriu o esconderijo e então eu fui até lá com uns homens, mas não o pegamos, porém através de informação da comunidade descobrimos ele e trouxemos para o palácio. Fizemos algumas perguntas e tivemos que torturar ele para ele contar quem estava por trás disso tudo e só agora a pouco ele finalmente se rendeu e nos contou tudo.

- E quem é o mandante dos rebeldes? - pergunto sem demonstrar interesse.

- O seu suposto tio, eu não sei o nome que sua tia conhece ele mais ele é um desses bandidos que tem mil faces e o objetivo dele é acabar com a monarquia começando por sua tia, por isso ele não matou Will.

- Mas então ele tem que ser detido, não importa o nome que tenha. - digo levantando.

- É essa a notícia que tenho para você. Que estou partindo para a guerra e só voltarei quando ela estiver acabada por fim.

- M-mas e eu? - pronto nervosa estou e gaguejando.

- Não é seguro para você ir pontar sua tia, assim como ela não virá para cá tão cedo, já mandei avisar a ela tudo que está acontecendo por aqui. 

- Não perguntei para onde vou.

- Perguntou o que então?

- Como vou ficar aqui sem saber como estará. Somos recém casados lembra? - eu não era para ter falado isso mas falei.

- Eu sei Beatriz, sei perfeitamente que estamos nos aproximando agora que temos muito o que conversar e nos entender, mas não posso mandar os guardas e ficar aqui, todos sabem que sou muito bom guerreiro e é o que estamos precisando.

- E-eu só me preocupo com você. - digo segurando a sua mão.

- Vou ficar bem, tenho a proteção de nosso Deus para isso, assim que mil faces estiver morto e a guerra acabado eu voltarei para ficar com você e juntos vamos fazer um culto de gratidão tudo bem?

- Vou ficar orando por você, para que termine tudo bem.

- E logo minha rainha. - ele completa minha frase e me puxa para um abraço.

Sinto vontade de beijar ele mas como ele não tenta eu tenho vergonha então deito a cabeça em seu peito e fico ouvindo o coração dele acelerado. Saimos para ele partir e vou deixar ele até perto do cavalo segurando sua mão no caminho eu seguro seu braço nos forçando a para e pergunto:

- Fred, antes de você partir me responda. - pergunto olhando para o chão.

- O que quer saber Bia? - ele diz levantando meu queixo para que o olhe.

- Você terá concubina?

- Que? Não. De onde tirou isso? - ele fica nervoso eu percebo.

- Se você tiver tudo bem, só ia lhe pedir para não trazer para esse castelo.

- Beatriz olhe para mim. - ele segura meu rosto com as duas mãos. - Eu a amo e nunca terei outra mulher a não ser você, é com você que quero ter muitos filho e nunca se quer pensei em beijar outra, por favor amor passe a confiar em mim.

Sinto que já estou chorando.

- Me desculpa, estou tão insegura com tudo que acontece que nem sei mais de nada. Vá em paz eu o esperarei o tempo que for preciso pois também lhe amo e por favor me perdoe. - me ergo e toco nos seus lábios com os meus.

- Não Bia, não vou lhe beijar fiz um voto que só vamos nos tocar como marido e mulher quando não houver mais nenhum problema, desconfiança ou mágoa entre nós, entenda que quero muito mas não posso.

- Fred quando se converteu?

- Assim que me deixou em Vianna, mas aí enfraqueci novamente e só quando a guerra começou que eu me rendi a Ele. Agora eu sou guiado por Deus meu amor e não quero agir diferente.

- Oh Fred como é bom ouvir você dizer isso.

- Mas alguma pergunta minha rainha pois preciso ir.

- Quando saia a noite para onde ia? Eu vi da janela todas as suas saídas e morria de ciúmes.

- Que coisa feia para uma rainha, ficar espionando o marido.

- Não era meu marido.

- Eu ia a igreja, como rei não podia ir nos cultos normais então após o culto ou fazíamos outro ou fazíamos estudos bíblicos.

- Fred estou tão envergonhada. - baixei a cabeça.

- E eu feliz, pois se fez tudo isso e pensou também é porque me ama e isso é maravilhoso.

Fomos até onde os guardas esperavam para partir e ao se despedir de mim ele me beijou na testa passou as mãos por meus braços até chegar nas mãos e disse:

- Fique em oração por nós. Assim que tudo acabar eu volto e então vamos providenciar nossos filhos.

Eu fiquei corada de vergonha mas ele me abraçou então subiu no cavalo e partiu me deixando com lágrimas escorrendo dos olhos já com saudades do meu Fred.


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