HELP-ME

Mesmo Jogo

CAPÍTULO VINTE E OITO

J A C K • S M I T H

Você não pode brincar com os meus sentimentos,
não tenho nenhum...

Confesso que em toda a minha vida eu nunca conheci uma garota tão fútil quanto a Aline, preferia estar infinitas vezes suportando a vadia da Agnes do que essa garota vazia.

- Então foi isso, venci pela 7° vez o campeonato mundial de ginástica olímpica - ela se gabava como se isso fizesse dela a melhor pessoa do mundo.

- Incrível - eu devia ser ator, às vezes convenço até a mim mesmo das minhas mentiras - Você é incrível, não podia ser diferente.

- Tô doida pra minha mãe chegar e você pedir minha mão pra ela - pior que grude essa garota, ainda mato o Kevin.

- Também não vejo a hora - me afasto dela e dou um sorriso.

- Nossa - ela exclama assustada e eu me seguro o máximo pra não colocar tudo a perder - Preciso ir amor, quando eu voltar a gente conversa.

Nunca me senti tão bem sem ninguém por perto, respiro o ar puro e até dou um sorriso de verdade. Nada melhor que a minha própria companhia.

Vejo de longe a Agnes com o Kevin e dou um sorriso debochado, tão patéticos. Quando eu destruir ela quero ver esse "anjo da guarda" a ajudar, ela vai estar tão dependente de mim.

Caminho até o elevador e torço pra ninguém me encher o saco até chegar no meu quarto, preciso de um banho e umas boas horas de sono, aquela garota sugou toda a minha energia.

O corredor estava vazio e silencioso, um pouco de paz no inferno as vezes é bom. Entro no quarto e tranco a porta pra não correr riscos, vou pro banheiro sem levar toalha e relaxo os músculos quando sinto a água quente.

Lavo meu cabelo que já passava dos ombros e faço uma nota mental de cortar e mudar a cor dele quando estiver lá fora, ah liberdade, tá tão perto.

Desligo o chuveiro a contra gosto e saio do banheiro pelado, odeio inverno, um calor que nem o capeta aguenta. Nem pra disponibilizarem um ar condicionado decente pra gente esses idiotas prestam, certeza que além de um ar que preste, a Agnes tem até ventilador.

Visto uma cueca vermelha e fico olhando pro meu corpo, preciso malhar muito pra voltar a minha forma habitual, mas isso eu faço quando tiver livre, agora tenho outras preocupações.

- Compareça a sala do Sr. e da Sra. Fiore imediatamente, Jack Smith - a maldita voz robótica fala me assustando.

Estava pagando até hoje por ter livrado aquele viado desse mundo nojento, fiz um favor pra ele e pra mim, e mesmo assim eu sou errado, não aguento a ingratidão desse mundo.

- O que querem? - pergunto me deitando na cama.

- Já sabemos de tudo, queremos te impedir de fazer uma burrada - me sento de uma vez, mas me controlo logo em seguida.

- Tudo o que? Não sei do que estão falando - se fazer de sonso quase nunca ajuda, mas é o que temos.

- Não diga que não avisamos, quando se arrepender será tarde demais - droga isso me deixa curioso pra saber o que eles querem.

Visto uma roupa qualquer e saio do quarto com pressa pra poder chegar lá antes que eles desistam, sorte que não é muito longe. Cheguei em menos de 5 minutos.

- Ótima escolha - sabe o que tinha nessa sala? A merda de um computador com um rosto robótico do caralho, isso irrita.

- Que merda vocês descobriram? - pergunto impaciente.

- Aline Belfort - era isso? Eles me fizeram perder tempo por uma desgraçada - Sua namorada não está apaixonada por você, é tudo um plano de vingança onde no fim a família dela acaba contigo.

- Tenta a sorte - debocho rindo.

- Não está preocupado? Ela está te usando - a voz robótica é sarcástica e eu me seguro o máximo, mas parece que minha mente queria colocar tudo a perder.

- Dois jogam o mesmo jogo - falo baixo e nem percebo a merda.

- Como?

- Tenham um bom dia Sr. e Sra. Fiore - dou um sorriso falso mesmo sabendo que eles não estavam me vendo, ou talvez estavam.

Saio da sala o mais rápido possível, por que me alertaram disso? Preocupação não é, com certeza, só podem estar desconfiando. Nunca fiz questão de me relacionar e agora estou namorando, eles são espertos.

A desgraçada acha realmente que eu ia me apaixonar e cair no jogo dela? Acho que esse jogo de sedução pode ficar ainda mais interessante.

- Aline Belfort, você vai cair de amores por mim - falo e gargalho não vendo a hora dela voltar.

Belfort... Se bem que esse sobrenome não é estranho, talvez eu tenha feito algo pra família dela e agora eles querem se vingar, na real? Nem ligo, gosto da diversão que estão me proporcionando.

Após as pessoas passarem me olhando estranho, percebo que estou rindo igual um babaca sozinho. Melhoro a postura e vou pro jardim esperar a minha querida namorada.

- Oi - uma garota entra na minha frente, mas simplesmente a ignoro, essas meninas não se enxergam.

- Você é o namorado da Aline, não é? Muito lindo você - tinha que ser uma das puxa saco - Combina demais com ela - Eu te acho incrível e não tenho medo de você - bom, péssima escolha meu anjo, deveria ter e parar de me encher o saco.

- Sabe Jack, eu...

- Meu amor - deixo a garota falando sozinha e vou em direção a Aline que tinha acabado de adentrar os portões. Ela tinha acesso ao lado de fora, e eu ia descobrir o porquê.

Aline me olha assustada, mas logo depois dá um sorriso convencido como se já tivesse ganhado o jogo.

Se ela soubesse que o jogo estava apenas começando.