Capitulo 11

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Com as luzes apagadas, todo o avião está escuro. Os passageiros estão se preparando para dormir, muitos deles já pegaram no sono.

Lisa e Matt também já foram para os seus beliches, pois eu garanti a eles que cuidaria do resto sozinha.

No silencio da noite, eu termino de guardar as ultimas bandejas e levo alguns cobertores extra para a Classe Executiva.

Lá, identifico facilmente o lindo jovem com os olhos claros que a Lisa mencionou, que me agradece com um sorriso enquanto eu lhe entrego outro travesseiro.

Lisa vai se arrepender por ter ido se deitar, quando eu contar isso a ela!

Quando volto ao deposito, ao lado do cockpit, um assobio discreto chama a minha atenção.


??: Psssiu!


Eu me viro e vejo a cabeça de Daryl espiando pela porta da cabine.


DARYL: Junia?


Ele fala em um tom suspeito.

Eu me aproximo, tomando cuidado para também não fazer barulho.


JUNIA: O que houve?

DARYL: Venha aqui, quero lhe mostrar uma coisa!


Sem me dar tempo para fazer qualquer pergunta, ele segura o meu pulso e me puxa para dentro da cabine. Ele me arrasta como se eu não pesasse nada.


DARYL: Sente aqui, na cadeira do Paul, Junia!


Curiosa, eu tomo o acento do copiloto, enquanto Daryl desliza em sua cadeira ao meu lado.


JUNIA: Cadê o Paul, a propósito?

DARYL: Eu falei para ele ir descansar um pouco. Estamos no piloto automático, não há razão para os dois pilotos ficarem acordados. Ele pode dormir algumas horas, pelo menos! De qualquer maneira, eu posso chamá-lo, se houver qualquer emergência. Mas eu não trouxe você aqui para falar sobre o Paul. Veja.


Daryl aponta para a frente. Mais curiosa a cada segundo, meus olhos seguem a sua mão em direcção ao horizonte.

O avião está voando durante a noite, mas na nossa frente eu vejo um brilho branco e amarelo que não entendo direito. É algo único, como se o sol estivesse nascendo no meio da noite.


JUNIA: O que é isso?

DARYL: O Pólo Norte, o sol da meia noite. Você vai ver, é um show inesquecível. Eu queria compartilhar isso com você...


Eu sabia que o nosso voo Nova York – Xangai passaria pelo polo, para reduzir a distancia, é claro. Mas nunca pensei nos outros benefícios dessa rota.

A tripulação e os passageiros normalmente estão dormindo a essa hora, já é tarde e todo o avião está em plena escuridão.


JUNIA: Eu nunca vi o sol da meia noite...


Não sei porque estou sussurrando...

Daryl pega minha mão, leva-a aos seus lábios e a beija suavemente.


DARYL: Junia, eu amo todos os 'primeiros' que você experiência comigo. Aproveite o show!


O horizonte claro se aproxima enquanto o avião cruza o céu. Em pouco tempo, a claridade aumenta diante de nós, e Daryl me entrega um par de óculos escuros.


DARYL: Use isso para não machucar os seus olhos. É deslumbrante!


De facto, quando a aeronave diminui a altitude do voo, a luz fica ainda mais ofuscante.


DARYL: Nós diminuímos a altitude para que os tanques de reserva de combustível não congelem, de tão frio que é aqui. Em altas altitudes, você pode imaginar as baixas temperaturas.


O avião entra em algumas nuvens pesadas e somos cobertos de repente pelo algodão denso.

Amor Nas Nuvens - DarylOnde histórias criam vida. Descubra agora