Capitulo 127

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Com um braço ao redor do meu ombro e um braço ao redor de Lisa, Hayden vira a cabeça para a praia.


HAYDEN: Eles tiveram tempo de chegar à costa enquanto nos libertávamos e nos preparávamos.

JUNIA: Mas como? Não há barcos a bordo e eles deixaram os escorregadores salva vidas para trás.

HAYDEN: Nadando, talvez? A ilha não parece muito longe e o mar não está agitado.

DARYL: Eu diria que é cerca de um quilometro daqui até a praia. Eles levaram as drogas com eles, eu suponho. Pelo menos aqueles bandidos não estão mais aqui!


Ele se vira e limpa a voz para falar com todo o mundo.


DARYL: Vamos ter que chegar na costa usando os escorregadores, que podem se soltar e boiar. Como não temos remos, os mais fortes entre nós precisarão usar os seus braços para direcionar os botes improvisados. Assim, conseguiremos chegar à praia rapidamente e sem perigo. Toda a bagagem deve, obviamente permanecer no compartimento de carga! Não podemos sobrecarregar os botes.


Ele se vira para mim.


DARYL: Junia, fique em um dos botes.

JUNIA: Sem problemas.

DARYL: Você terá que levar o Hayden com você. Certamente ele não será capaz de nadar.

JUNIA: Isso é verdade...

DARYL: Você vai supervisionar toda a situação. Certo, vamos lá!


Apesar da situação dramática, não estou com tanto medo.

Daryl assumiu o controle. Eu sei que chegaremos sãos e salvos à praia, todos juntos.

O pior ainda está por vir... Quando soubermos de facto se seremos resgatados ou morreremos de sede e fome na ilha deserta.

Os escorregadores infláveis dos dois lados do avião se separam da cabine. Servindo como canoas, eles agora flutuam sobre as ondas calmas do mar.

A agua está transparente, o sol faz do cenário um paraíso. Nós pousamos em um verdadeiro cartão postal... Mas isso não resolve as coisas!

Seria bom se não precisássemos passar por uma experiência de quase morte para chegar até aqui!

Daryl, que se ofereceu para ir nadando, ao lado de uns vinte passageiros, coloca ambas as mãos na borda do bote improvisado.


DARYL: Venha, vamos! Segurem firme, todos vocês! Estamos indo direto para a praia! Logo à frente!


Eu olho para ele com admiração. Apesar dos dedos quebrados e da mão inchada, ele sequer hesitou em se oferecer para empurrar os botes.

Ele está pensando nos outros e controlando a situação, ao invés de reclamar e choramingar. Ainda bem que ele conseguiu acalmar alguns passageiros mais exaltados.

Seu uniforme e modo de agir foram fundamentais para impor respeito e tranquilidade. Ele conseguiu restaurar a ordem e fazer com que todos ouvissem a razão.

Alguns passageiros tumultuaram, pois queriam levar as suas bagagens até a ilha. No entanto, os escorregadores infláveis quase não são grandes o suficiente para transportar as pessoas em segurança até a costa, muito menos as suas malas.

Eu entendo que as pessoas não queiram perder os seus bens, mas... A sobrevivência de todos é a nossa prioridade.

Se alguma criança cair na agua, pode ser fatal. Todo o mundo tem direito a um espaço nos botes e uma chance de ser salvo. Vidas humanas valem mais do que qualquer posso material.

Falando nisso...

De repente, me sinto tomada pelo stresse.

Amor Nas Nuvens - DarylOnde histórias criam vida. Descubra agora