Eu olho para o Adam.
JUNIA: Você parece ter dormido mal essa noite. As suas olheiras estão piores do que ontem.
ADAM: Sim, eu tenho insónia. É por isso que eu trabalho à noite também.
Eu concordo com a cabeça, pensando no que dizer. Então, decido encaminhar a conversa para o que realmente importa.
JUNIA: E aí, ontem à noite te inspirou alguma hipótese?
ADAM: O pai do Liang Xia é um peixe grande.
JUNIA: Você sabe qual é a empresa dele? Ele não disse e ninguém perguntou a ele...
ADAM: Não há muitas corporações multinacionais que fabricam telefones com escritórios em Xangai e Nova York. Aqui, é difícil acessar a internet, com toda essa censura. Mas assim que estivermos no avião e tivermos acesso ao Wi-Fi, farei as minhas pesquisas. Mas não adianta procurar pelo nome dele, deve haver milhares de pessoas com o nome Xia, é um nome muito comum.
JUNIA: Você acha que a empresa pode ser suja?
ADAM: Se for uma multinacional, é improvável. Dito isto, há sempre algumas maçãs podres, em qualquer ramo. Pode ser algum problema com certos funcionários, não com os negócios da família.
JUNIA: Mas você disse que não suspeita dele, certo?
ADAM: Ele estava na China quando o Paul foi assassinado. Os guarda costas, o facto de que o restaurante ficou vazio assim que chegamos lá... foi tudo muito estranho.
JUNIA: Ele não parece um assassino ou um traficante de drogas. Parece ser um cara legal.
Adam levanta uma sobrancelha levemente irónica.
ADAM: Como um assassino ou traficante de drogas parece, na sua opinião?
A sua pergunta me pega de surpresa.
JUNIA: Hmm...
Foi uma conclusão estúpida, devo admitir... O nosso ex comissário de bordo também parecia legal em todos os aspectos, mas acabou demonstrando ser um total idiota...
Não podemos deduzir esse tipo de coisa apenas olhando para alguém...
JUNIA: Na verdade, não sei... você saberia me dizer?
ADAM: Não.
Seu tom é seco, mas ele continua.
ADAM: Eles não possuem uma característica especifica. A aparência não diz nada, é o interior deles que é um lixo.
É raro vê-lo assim tão alterado. Ele até cerrou os punhos.
Eu me pergunto se...
JUNIA: Você já foi prejudicado por traficantes de drogas pessoalmente? Foi por isso que você quis entrar para o DEA e acabar com eles?
O rosto de Adam fica indecifrável novamente. Ele me olha por um longo tempo sem dizer nada.
Não sei se ele está olhando para mim ou simplesmente pensando no passado.
ADAM: Eu não preciso de um motivo pessoal para querer melhorar o mundo.
A sua voz é seca e neutra, beirando a grosseria.
JUNIA: Se você está dizendo...
Ele pode ser hostil às vezes. Eu dou de ombros.
JUNIA: Mas e aí, você descobriu mais alguma coisa, ou não?
Adam respondo como se nada tivesse acontecido.
ADAM: Eu passei várias horas examinando todos os registros da empresa. Registros de telefone, horários, relacionamentos, incidentes passados, atividades de redes sociais...
Eu arregalo os meus olhos, chocada.
JUNIA: Ei! Calma lá! E a nossa privacidade?
ADAM: Salvar vidas não é mais importante do que isso? Um juiz federal aprovou a investigação. Eu tenho um mandado. Além disso, quando se trata de informação digital, o Ato Patriota está em vigor desde o 11 de Setembro, então...
Eu entendo, mesmo que seja um pouco constrangedor.
De repente, sinto como se eu estivesse nua na frente de um completo desconhecido.
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Amor Nas Nuvens - Daryl
FanfictionContinuação da história Amor nas Nuvens, com Daryl Link da primeira temporada - https://www.wattpad.com/story/126776598-amor-nas-nuvens