Capitulo 119

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Não consigo deixar de pensar o que leva alguém a fazer algo tão perigoso. Pior ainda, ter o sangue tão frio a ponto de cortar a garganta de alguém.

Será que ele simplesmente foi criado pelo seu pai para ser assim?

Eu me inclino em direção a Hayden, sentado do outro lado, com os olhos fechados.


JUNIA: Hayden?

HAYDEN: O quê?

JUNIA: Você sabe de qual tríade Liang faz parte?


Hayden abre os olhos e responde.


HAYDEN: Não, eu não sei. Não sei de onde ele vem. Oficialmente, não há tríades com sede em Xangai. Não faz muito tempo que eles começaram a se reinstalar no continente. Os comunistas os declararam foras da lei.

JUNIA: Ah, sério?

HAYDEN: Antes da China expor as suas economias, elas eram baseadas apenas em seus territórios autónomos. Hong Kong, Taiwan, Macao... Mas desde que Hong Kong foi incorporada... Eles começaram a se reinstalar gradualmente na China continental. O governo nem sempre os pune, já que as tríades são ricas e investem na economia do país. Então é difícil saber exatamente o que está acontecendo e quem é quem.

JUNIA: Além disso, imagino que você não achou que teria que investigar algum passageiros daqui?

HAYDEN: Eu estava focado no tráfego dos Estados Unidos. Mas de qualquer forma, a identidade dos lideres da tríade é mantida em segredo. Eles trabalham com muitos apelidos.

JUNIA: Parece ser bem complicado mesmo.


Sobre o meu ombro, Daryl se dirige a Hayden.


DARYL: Me desculpe se eu duvidei das suas intenções. Foi difícil ver a minha noiva saindo do seu quarto à noite, mas na realidade...

HAYDEN: Obviamente era estritamente profissional. Junia não fez nada além de tentar me ajudar a resolver tudo isso.

DARYL: Eu sei disso agora. E peço desculpas a vocês dois por duvidar de vocês.


Ele dá um sorriso tímido.


DARYL: Da próxima vez, tente confiar em mim. Seria bem mais fácil!


Hayden nega com a cabeça.


HAYDEN: Eu não quis que a Junia contasse a você sobre isso. Era uma missão confidencial, ninguém deveria saber. Junia só descobriu porque me pegou em flagrante, literalmente.

JUNIA: Mudando de assunto, como estão os seus dedos, Daryl?

DARYL: Eles já estiveram melhores, mas não se preocupe.


Ele beija o topo da minha cabeça.


DARYL: A dor é suportável. Já tive piores!

JUNIA: Ah, sério?

DARYL: Quando eu era adolescente, caí enquanto esquiava e machuquei o meu joelho. Doeu pra caramba! Além disso, fui mordido por um cachorro mastim quando era pequeno. Ele fez dois rasgos na minha mão.


Isso me surpreende um pouco.


JUNIA: Mas mesmo assim você ama cachorros?


Daryl sorri e dá de ombros.


DARYL: Não foi culpa do cachorro! Eu estava provocando, achando que ele queria brincar. Eu aprendi a não tentar pegar um brinquedo da boca de um cachorro e não tive mais problemas desde então.


Adoro saber tudo sobre a sua juventude e experiências passadas. Isso me faz sentir mais perto de Daryl.

Daryl sabe como arcar com as suas responsabilidades.


DARYL: Me desculpe novamente por dificultar as coisas e pela falta de compreensão e paciência. Eu confio em você, de verdade, como eu já disse. Eu realmente não sei o que deu em mim. Foi uma atitude estúpida e infantil.

Amor Nas Nuvens - DarylOnde histórias criam vida. Descubra agora