Enquanto nos afastamos, Daryl coloca um braço em volta dos meus ombros.
DARYL: Você está aguentando bem?
JUNIA: Sim, estou bem!
DARYL: Venha caminhar à beira da agua comigo.
Nós nos afastamos dos outros, onde o brilho do fogo é menos intenso. Acima de nós, o céu está repleto de estrelas. O suficiente para iluminar a praia.
Não há poluição luminosa aqui, é claro. Eu olho para cima.
JUNIA: Nós estamos no hemisfério sul? Eu não reconheço aquelas constelações...
Daryl olha atentamente para o céu.
DARYL: É possível. Eu acho que o arquipélago indonésio é cortado no meio pelo equador.
JUNIA: Se a nossa situação não fosse tão critica, eu poderia admirar o céu estrelado por horas. É tão lindo.
DARYL: Eu já disse... Quando voltarmos a Nova York, vamos tirar férias. E podemos voltar ao hemisfério sul, se você quiser. Podemos ficar em uma ilha como esta, mas sem toda a angustia que passamos!
JUNIA: A menos que eu já tenha enjoado de ilhas do hemisfério sul até lá! Não demoraria muito tempo para isso, eu acho!
Enquanto conversamos sobre coisas com mais calma do que a situação exige, avançamos em direção ao mar.
Eu sinto a areia molhada nas solas dos meus pés, depois a agua morna banhando os meus pés descalços.
De repente, sinto alguma coisa encostando nos meus pés. Eu pulo e dou um pequeno grito.
DARYL: O que está acontecendo, Junia?
JUNIA: Eu senti alguma coisa...
Eu me afasto da agua e de Daryl, em direção à areia seca.
JUNIA: Venha até aqui, Daryl. Acho que tem agua viva na agua.
DARYL: Eu não estou vendo nada. Mas pode ter sido algum peixe pequeno ou alga...
Eu arrepio. Na verdade, não sei se eu quero saber!
Nós continuamos caminhando um pouco mais. Eu olho por cima do ombro, preocupada.
JUNIA: Nós não deveríamos estar muito longe do acampamento, é perigoso. Apenas nós dois, não poderíamos fazer muita coisas se Liang e seus capangas aparecessem.
DARYL: Nós os veríamos chegando. A praia está deserta e o mar também. Mas se você está se sentindo ansiosa, podemos voltar. Sem problemas.
Quando voltamos ao fogo e aos outros passageiros, olho atentamente para o mar. Eu tenho a impressão de ter visto um vulto, entre as ondas, subindo e descendo na agua.
Eu estou sonhando? A ansiedade está me fazendo ver coisas?
Eu decido não dizer nada a Daryl, porque não tenho certeza do que vi. De repente, ouvimos um som seco e sombrio vinda da floresta.
Mais uma vez, eu me assusto.
JUNIA: Eu não estava sonhando! O que foi isso?
DARYL: Algum animal. Eu disse a você que há muitas espécies selvagens por aqui... Por isso era essencial que fizéssemos uma fogueira. Isso manterá os animais longe do acampamento.
Eu me aconchego contra o meu noivo. Estou com muito medo.
Os variados barulhos da noite selvagem estão torturando os meus ouvidos. É como se o perigo espreitasse por detrás de cada árvore e cada onda.
Apenas a presença de Daryl faz com que eu consiga controlar o meu medo.
JUNIA: E se for a tríade?
A minha voz está tremendo um pouco.
DARYL: A tríade fazendo o quê? Gritando como um gato selvagem?
Eu dou uma leve cotovelada em suas costelas.
JUNIA: Sim, é claro, isso é exatamente o que eu estava pensando!
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Amor Nas Nuvens - Daryl
FanfictionContinuação da história Amor nas Nuvens, com Daryl Link da primeira temporada - https://www.wattpad.com/story/126776598-amor-nas-nuvens