Capitulo 128

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Eu não quero distrair Daryl, já que ele está guiando o bote em que eu estou. Ele está nadando e empurrando vigorosamente e ritmicamente, focado apenas em nos levar em segurança até a praia.

Eu me viro para Hayden, sentado ao meu lado. Ele não diz nada, mas seus olhos estão fixos na carcaça do avião, que continua afundando.


JUNIA: Hayden?


Os seus olhos claros encontram os meus.


JUNIA: É certeza que não esquecemos ninguém a bordo? Imagine se alguém ainda estiver lá, afundando...

HAYDEN: Lisa chamou cada um dos passageiros. Os únicos desaparecidos são Liang Xia e os capangas que estavam com ele.


Eu preciso dizer, em um tom de luto...


JUNIA: E o Mark... Nós não deveríamos ter trazido o corpo dele?

HAYDEN: Infelizmente, é apenas um cadáver. Não podemos arriscar que o peso do seu corpo tire a estabilidade dos botes. Além disso, poderia ser traumático para alguns passageiros.

JUNIA: Mas nós poderíamos pelo menos dar a ele um enterro digno na ilha.

HAYDEN: Junia, não faz a menor diferença para ele, ser enterrado na areia da praia ou no fundo do mar. Vamos nos concentrar nas pessoas que ainda estão vivas e podem precisar da nossa ajuda.

JUNIA: Eu estou tentando, mas é difícil esquecer uma cena como aquela.

HAYDEN: Eu sei.


Ele passa a mão nos cabelos.


HAYDEN: Bom, teremos que ficar juntos quando chegarmos à ilha, caso a tríade volte.


Eu franzo a testa, preocupada.


JUNIA: Você acha que eles vão voltar?

HAYDEN: É possível. Precisamos ficar atentos.

JUNIA: Mas, porque eles voltariam, já que somos mais de duzentas e cinquenta pessoas contra eles?

HAYDEN: Eles não nos atacariam visivelmente, mas podem precisar de equipamentos, comida, etc. Provavelmente, eles também estão perdidos na ilha.

JUNIA: Se eles apenas roubarem de nós, não é nada mau!

HAYDEN: Ás vezes, é preciso matar para roubar. Você viu como Liang matou a sangue frio, em silencio. Ele mataria por trás, quando ninguém estivesse olhando.


Os meus olhos se arregalam.


JUNIA: Eu não tinha pensado nisso...


Eu arrepio de medo, apesar do ar quente da tarde.

A voz de Daryl me traz de volta de alguns pensamentos assustadores.


DARYL: Quando você acha que falta, Junia?


Eu me levanto cuidadosamente e tento medir a distancia até a costa.


JUNIA: Acho que estamos na metade do caminho. Não falta muito agora. Vamos lá, amor!

DARYL: Os outros estão logo atrás?


Eu olho para trás para ver os outros, nos seguindo em direção à ilha em seus botes improvisados com os escorregadores infláveis.

Lisa está de pé em um deles, parecendo a capitã do bote. Ao me ver olhando para trás, ela dá um sinal de positivo, indicando que está tudo bem com eles.


JUNIA: Sim, eles estão vindo. Parece que a Lisa está dizendo que está tudo bem.

DARYL: Perfeito!


Apesar de estar com a agua até o queixo, ele sorri para mim.


DARYL: É isso aí, amor! Vai ficar tudo bem, não se preocupe!


Eu sorrio para ele, confiante.

Meia hora depois, todos os botes chegam à praia sem sofrer nenhum dano. Todo o mundo chegou à costa com segurança.

Alguns passageiros pegaram galhos secos ao redor, para acender uma fogueira. Precisamos tentar chamar a atenção de aviões e navios próximos, mas além disso, precisamos nos secar e aquecer.

Amor Nas Nuvens - DarylOnde histórias criam vida. Descubra agora