Capitulo 32

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JUNIA: Quantos anos você acha que o gatinho tem?

DARYL: Pelo nariz dele, acho que não mais do que poucas semanas. Com certeza ainda não está desmamado. Ele deveria estar com a mãe dele!


Ele estende e mão ainda mais, carinhosamente, e continua chamando o gatinho com palavras de incentivo.


JUNIA: Talvez ele não entenda francês!


Daryl, focando no animal, nem dá ouvidos à minha piada. Ele se ajoelha e avança o braço em direcção ao gatinho, que sai correndo para dentro de alguns arbustos.

Então, sem se mover e ou falar nada por vários minutos, Daryl permanece na calçada. As pessoas devem estar se perguntando o que estamos fazendo aqui... Algumas lançam olhares curiosos em nossa direcção.

Daryl de repente começa a falar, em voz alta.


DARYL: Na minha opinião, ele é surdo.

JUNIA: Hm, como você pode dizer isso?

DARYL: Ele é branco e com olhos azuis. Gatos brancos de olhos azuis têm 50% de chance de serem surdos. É questão de genética. Este gatinho em particular não parece que esteja a reagir à minha voz... apenas aos meus movimentos.


Nesse instante, lembro que Daryl disse que queria ser veterinário quando era pequeno. Ele deve ter lido alguma coisa sobre essa condição dos gatos...


DARYL: Eu li muitos livros sobre gatos na minha juventude. Não podemos simplesmente deixar ele aqui sozinho. Ele é novinho e surdo... Ou a mãe está por perto e de olhos nele, ou ele está perdido e indefeso. Junia, você não quer dar uma volta por aí e tentar encontrar a mãe dele? Enquanto isso, eu cuidarei dele.

JUNIA: Como eu vou reconhecer a mãe?


Daryl levanta a cabeça e sorri para mim.


DARYL: Pode ser um pouco difícil identificar na hora, mas se houver alguma gata por perto percebendo estar procurando alguma coisa, as chances de ser a mãe dele são grandes!

JUNIA: Ok, vou dar uma volta.


Eu me afasto deles, procurando por algum gato nas redondezas. Eu olho debaixo de arbustos, entre as casas, atrás das latas de lixo e bancos das praças.

Infelizmente, não vejo nenhum outro gato por aqui... Após 10 minutos de busca, sem sucesso, ouço passos rápidos atrás de mim.

Daryl chega com alguma coisa em seus braços.


JUNIA: Ah, você o pegou!

DARYL: Sim! Não foi fácil, mas ele finalmente se aproximou de mim e eu pude agarrá-lo. E eu posso confirmar agora que ele é realmente surdo. Quando eu estalo meus dedos perto das suas orelhas, ele sequer reage.


Eu olho aquela pequena bola branca de pelos que ele segura contra o peito dele. O gatinho, que parecia aterrorizado há alguns minutos, agora parece que está em um berço.


JUNIA: Não achei nenhum outro gato na vizinhança. Acho que ele está perdido... O que vamos fazer com ele? Vamos levá-lo com a gente?

DARYL: Infelizmente, não temos autorização para isso. Não podemos simplesmente levar qualquer animal de rua em um avião. A companhia aérea exige certificação veterinária. Além disso, eu não quero ser um sequestrador de gatos, caso a mãe dele ou algum dono humano esteja por aí...


Ele levanta a pequena bola de pelos na frente do seu rosto. Suas perninhas minúsculas balançam no ar.

Amor Nas Nuvens - DarylOnde histórias criam vida. Descubra agora