Antes que o clima fique mais hostil entre Adam e Lisa, Daryl levanta uma mão tranquilamente.
DARYL: Em defesa do Adam, ele não conhecia o Paul como nós.
LISA: Você não precisa conhecer alguém para ter compaixão! Paul era um ser humano, a sua morte não deve ser ignorada.
DARYL: Não exagere, Lisa. Adam não disse que não se importa.
Adam continua em silencio. Será que o Daryl está errado, ingénuo demais ao proteger o Adam?
Adam, com a sua postura perfeitamente neutra e fria, não parece sentir-se incomodado.
Eu continuo pensando sobre o que Matt me disse. Todos lidam com a dor de maneiras diferentes. Mas, ainda assim, é estranho...
Uma reação como a dele pode ser ofensiva quando lidamos com situações tão delicadas. No entanto, eu lembro de como Adam se ofereceu para ajudar com o teste de gravidez, mesmo depois de parecer indiferente.
Ele não precisava dizer que fala chinês. Não acho que o seu coração seja feito de pedra... Embora eu concorde que o comportamento dele o faz parecer extremamente indiferente, na maioria das vezes.
Eu olho para ele mais uma vez. No entanto, como sempre, não consigo decifrar a sua expressão.
Á minha direita, Daryl coloca uma mão em sua testa, exausto.
DARYL: Nós tivemos um dia muito doloroso. Estou me sentindo completamente esgotado, talvez devêssemos ir embora e descansar um pouco. De qualquer maneira, acho que já dissemos tudo o que poderia ser dito até o momento.
Depois de pagar, todos vão embora e Daryl e eu ficamos na rua, sozinhos. A noite está caindo em Nova York, o sol cor de laranja atravessa os telhados das lojas.
Eu olho para Daryl, ao meu lado, completamente em silencio.
JUNIA: Daryl... você quer voltar para o hotel?
DARYL: Não sei.
Vê-lo desse jeito está me matando. A morte violenta de Paul deve estar sendo uma tortura para ele...
Eu nunca vi o Daryl assim antes. Normalmente, ele é o que dá força a todos, com muita energia. Ele sempre diz as palavras certas e reconfortantes, a sua energia é contagiante e o seu entusiasmo é admirável.
Mas agora, Daryl é apenas uma sombra do homem que eu conheço e amo. Eu preciso fazer alguma coisa!
Ele está sempre me dando apoio! É a minha vez de retribuir o carinho. Como posso ajudá-lo?
Eu deslizo a minha mão na dele. Isso chama a sua atenção para mim.
JUNIA: Acho que devemos tentar nos distrair um pouco. Que tal um filme? Pode ser divertido? Podemos apenas sentar juntos, relaxar e deixar a historia nos levar. Não sei o que está em cartaz hoje, mas tenho a certeza que encontraremos alguma comédia! O que você acha?
Daryl sorri para mim.
DARYL: Eu acho que é uma boa ideia, sim. Obrigado pelo apoio.
Eu fico bastante aliviada por ele ter concordado com a minha ideia.
JUNIA: Venha, vamos lá!
Ele me deixa arrastá-lo pela calçada, entre as pessoas. Meu coração está apertado, espero não ver o Daryl triste muitas vezes.
Após comprarmos batatas fritas e sorvetes, nos acomodamos na sala de cinema. Escolhemos a primeira comédia que vimos e que não parecia muito infantil.
O filme deve estar nos cinemas há bastante tempo, já que somos quase as únicas pessoas aqui.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor Nas Nuvens - Daryl
FanfictionContinuação da história Amor nas Nuvens, com Daryl Link da primeira temporada - https://www.wattpad.com/story/126776598-amor-nas-nuvens