Life In Pieces/ WayHaught

Friends Ask For Favors

Valdez apenas se levantou e saiu da sala, me deixando com milhares de pensamentos intermináveis. Minha cabeça havia explodido, então a mulher que dormia no meu sofá era uma princesa Maia centenária? Eu definitivamente não esperava por isso, mas nos últimos tempos, nada nunca tem sido como eu espero. Tomei meu café enquanto processava aquilo tudo, o trabalho só começaria, de fato, amanhã. Jeremy havia viajado com Robin, eles já estavam juntos há algum tempo e tiraram uns dias de folga, ou ao menos foi o que me disseram. A volta deles estava programada para amanhã, mas é bem provável que tenham mentido e ido para além dos limites do triângulo de Ghost River em busca de respostas. Ninguém consegue relaxar de verdade até que Waverly e Doc estejam aqui de novo.

Fui até a sala onde nosso grupo costumava se reunir e comecei a procurar por algo que pudesse ajudar, ou algo que me colocasse à par da situação. A verdade é que eu sabia muito pouco sobre tudo (como sempre). Depois que acordei do coma demorei para me recuperar do meu ferimento. Logo em seguida, conforme o tempo passava eu só ficava cada vez mais triste e impotente por nada conseguir trazê-la de volta. Depois teve a briga, o ódio que eu sentia da Wynonna e do mundo, Valdez me ensinando a lutar, as coisas foram se atropelando e eu acabei não sendo útil em nada. Wynonna no início se manteve determinada e imbatível, mas com o tempo ela foi se cansando até ficar na situação que estava agora. Me dói muito vê-la assim, ela sente a mesma dor que eu, e eu a amo de verdade, como a família que nunca tive. Eu demorei muito para acordar para a realidade, agora tenho que correr atrás disso tudo, tenho que fazer as coisas darem certo e arrumar uma forma de trazer minha Waverly de volta. Nem que eu tenha que ir ao inferno para isso, se é que estar sem ela já não é o inferno.

Vasculhei as pastas, os eventos sobrenaturais haviam reduzido, as coisas pareciam estranhamente calmas. Waverly era o "preço" a ser pago, enquanto ela estivesse lá a cidade ficaria em paz. Que paz é essa que só traz dor e saudade? Prefiro passar a vida atrás de demônios do que ficar sequer um dia longe dela...

Acho que pensei alto demais a última parte, porque vi Nedley entrando na sala, me assustei e fechei rapidamente a pasta. Mau hábito o meu, de sempre achar que estou passando dos limites.

- Não precisa fechar nada, Sheriff, a delegacia é sua.

Nedley me dizia com tranquilidade, enquanto eu relaxava e soltava o ar com uma expressão de "não sei por que fiz isso".

- É estranho voltar depois de tanto tempo e não sentir que estou me intrometendo.

- Compreensível, Nicole, mas infelizmente não sabemos muito sobre o caso, acho que essa é a pior parte, nada que tentamos funcionou.

- E vocês tentaram o que, exatamente?

- Tudo que você imagina, Wynonna recorreu a todo tipo de coisa, livro, feitiço, pessoa... nada nunca resultava na resposta.

- E essa viagem do Jeremy? Você acha que foi pra arranjar respostas?

- Ele não tem falado muito, mas acho que tem sim um plano, é bem provável que amanhã saibamos mais sobre tudo. Vá pra casa, Nicole, amanhã você terá muito trabalho a fazer.

Ele mexeu em seu chapéu e sumiu pela porta. Droga, espero que Jeremy saiba de algo. Não acatei ao conselho do Nedley e passei horas lendo as pastas e tentando achar algo útil, mas sem sucesso. Já anoitecia quando fui para casa, Valdez estava treinado sua agilidade quando eu cheguei.

- Hey Nick, já está tarde, dia cheio, hein??

Ela parecia já ter superado toda a história que havia me contado mais cedo. Valdez era impressionante, nunca se abalava.

- Fiquei na delegacia tentando entender o caso da Waverly e do Doc, mas não havia nada de conclusivo, você sabe de algo?

- Muito pouco, a Earp não deixa eu me meter, ela diz que é melhor eu me concentrar na minha missão, que é você. Aliás, quer treinar?