Almost There

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Waverly estava deitada do meu lado na cama, seu rosto enquanto dormia era a oitava maravilha do mundo, se não, com certeza era a primeira. Minha vida andava uma total montanha russa de emoções e situações, num segundo tudo aparentava estar calmo, no outro tudo desmoronava. Era difícil me manter sã no meio de todo esse caos, na verdade eu acho que quem me mantinha firme e forte era a garota que agora estava com a cabeça tão perto da minha, que eu não resistia a ficar encarando.

Quando eu vi o estrago que um dos cultos do Bulshar tinha feito e tive aquele ataque de pânico, ela tinha me falado que estava preocupada comigo porque eu sempre era a "rocha" dela, eu era sua certeza, e agora eu mesma não sabia o que fazer. Era, no mínimo, intrigante pensar sobre isso, essa visão de estabilidade que eu passava. Não que eu não gostasse dela, muito pelo contrário, era bom saber que as pessoas tinham esse tipo de confiança em mim, mas eu estava, de fato, bem longe de ser todo esse exemplo de calma que Waverly achava que eu era. E acho que agora ela já tinha percebido isso.

Eu até tentei ser um porto seguro para ela, mas acabei me tornando mais uma fonte de perigos. A vida é mesmo uma grande piada, tentar procurar por um sentido das coisas é apenas uma enorme perda de tempo. E agora eu estava aqui, com o coração na mão, deitada ao lado de um anjo, e preocupada com o que o futuro poderia nos reservar.

Afinal, um mar de possibilidades percorria minha mente, eu estava realmente com medo do que poderia acontecer, era muita responsabilidade sobre meus ombros. E meu maior medo não era a minha morte, meu maior medo era perdê-la, da forma que fosse, ter que ver a família dela, e tantas outras, amaldiçoadas para sempre, isso era pior do que qualquer outra coisa.

Waverly abriu lentamente os olhos e quando me viu deu um sorriso sonolento, era incrível como ela conseguia ser linda sem ter que fazer nenhum esforço para isso. Coloquei minha mão em seu rosto e fiz um leve carinho em seus cabelos, falando quase que num sussurro:

- Bom dia, flor do dia.

- Bom dia, cobertor extra.

Ri daquelas palavras, era um charme como tudo que Waverly Earp dizia tinha o poder de me fazer esquecer que existia um mundo confuso e problemático do lado de fora daquele quarto.

- Faz muito tempo que está aí acordada?

- Quando eu olho pra você, não consigo perceber o tempo passando, então não tenho como responder a essa pergunta.

Depois que eu disse isso, seu sorriso aumentou e ela chegou mais perto, me dando um selinho. Depois completou:

- Você não cansa de ser tão encantadora?

Soltei um sorriso tímido, eu podia ser bem corajosa para tudo, mas quando se tratava dela, eu perdia totalmente a capacidade de não me deixar afetar. Notando minha vergonha, Waves colocou a ponta do dedo no meu queixo e puxou para que eu a encarrasse, enquanto dizia:

- Hey, você ficou vermelha!!

Coloquei as mãos no rosto, me cobrindo, e respondi:

- Para de rir de mim!

Waverly riu ainda mais e se ajeitou perto de mim, colocando minha cabeça em seu peito, de modo que eu pudesse ouvir as batidas de seu coração. Eu adorava quando ela tomava esse tipo de atitude protetora, quando ela me deixava tão perto que eu sentia que podia fundir minha alma com a dela, quando ela dizia que me amava mesmo sem dizer.

A manhã não poderia ter começado de uma forma melhor, depois daquele dengo nós finalmente saímos da cama e eu fui até a delegacia enquanto Waverly foi para casa buscar Wynonna, já que estava com o carro da mesma. Assim que cheguei, com um sorriso enorme no rosto, vi Valdez carregando alguns papéis e fui até ela.

Life In Pieces/ WayHaughtOnde histórias criam vida. Descubra agora