Natural Power

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Acordei cedo e me aprontei para voltar para Purgatory, Valdez ficou inconformada pois o sol mal tinha nascido ainda. Anne sempre teve o sono leve, então despertou com os barulhos que fiz, mesmo eu tentando reduzi-los. Ela pediu que eu ficasse, mas expliquei que precisava resolver as coisas em casa.

- Okay, faça o que tem que fazer, mas volte, quero passar um tempo com você.

- Pode deixar, diga à Julie que eu mandei um beijo.

- Ora, dê você mesma um beijo.

- Ela não vai acordar?

- Essa menina tem o sono pesado, dorme feito pedra, parece você.

Ri daquele comentário, era interessante ter uma irmã caçula e, mesmo com pouco tempo, já conseguir notar nela certas semelhanças. Entrei no quarto e dei um beijo em sua bochecha, falei sussurrando:

- Eu volto logo.

Me levantei e desci as escadas, Anne disse tchau para Valdez, que foi para o carro e eu parei na frente dela.

- Então é isto...

- Se você precisar da minha ajuda, pra qualquer coisa, saiba que pode me ligar.

Ela me deu um papel com seu telefone e nós nos abraçamos de um jeito familiar, eu queria me reconectar de verdade com ela, por mais estranho que fosse, queria poder ter a minha "mãe" de volta, embora eu ainda não me sentisse pronta para chamá-la assim.

Antes de ir embora, perguntei:

- Você conheceu uma bruxa chamada Morgana LeFay?

- Sim, mas ela já era velha antes mesmo de você nascer.

- Eu estou precisando da ajuda dela, parece que ela conheceu o Bulshar.

- O que você pretende fazer em relação à ele?

- Ainda não sei...

Ela pareceu pensar sobre, até me responder:

- Se você quer a ajuda dela, é bom dar algo em troca, existe um livro de feitiços, muito valorizado por ela, Aquele Sheriff antigo, qual o nome dele mesmo?

- Nedley?

- Sim, isso mesmo. Nedley pegou esse livro dela e ela sempre quis de volta. Quem sabe se você consegui-lo...

- Ela me ajude.

A mulher na minha frente sorriu, havia uma certa conexão entre nós, era como se nos entendêssemos só pelo olhar. Ela sabia muito sobre Purgatory, não nego que eu gostei disso, sempre estive no escuro em relação aos assuntos da cidade, mas agora eu tinha minha própria fonte. E o "único" preço que tive que pagar foi sangue de vampiro correndo nas veias, que demais! (Só que não)

Dei outro abraço nela, entrei no carro e vim dirigindo, Valdez dormiu o caminho todo e algumas horas depois chegamos em Purgatory. Entramos na delegacia, que parecia vazia, o que me ajudava bastante, não estava no melhor momento para responder perguntas. Eu e ela pegamos o tal livro na sala do Sheriff, que era a minha sala, parecia que a ficha ainda não tinha caído sobre isso. Val fez questão de fazer piadinhas sobre como eu tinha ficado boba em conhecer a Julie, ela não perdoava mesmo. Fomos em direção à casa da bruxa e eu entrei sozinha, a pedido meu e também porque Valdez a odiava.

- Ora vejam só quem está aqui, a ruiva do "sangue quente" como o inferno.

- Que belo trocadilho, madame LeFay, mas piadas com sangue de demônio já estão antigas.

A bruxa era muito irônica e cínica, duas coisas que eu sabia ser muito bem, se ela queria jogar, iríamos jogar.

- Então agora você acredita?

Life In Pieces/ WayHaughtOnde histórias criam vida. Descubra agora