A nova paciente chegou

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Henrique

Estava com uma puta ressaca por ter saído ontem, eu precisava me destrair do estresse do trabalho, é muita carga emocional se eu não der esse tempinho pra mim acabo ficando louco, porém, ontem acho que exagerei um pouco ainda conheci uma ruiva que meu Deus! Que garota! Agora estou aqui esperando a próxima paciente que por sinal está atrasada, não tô com paciência pra isso hoje. É a primeira consulta com ela então não sei exatamente qual o seu caso mas pelo histórico não é nada simples.
Ela já passou por ótimos psicólogos mas pelo que parece nada resolveu, espero alcançar sucesso nesse caso. Estava entre pensamentos quando a enfermeira chama

-Doutor, a nova paciente chegou. Pode pedir que entre?

-Claro. -Falo me ajeitando

Ela saí e segundos depois entram duas mulheres_ouso dizer que irmãs_ muito bonitas, mas a que me chamou atenção mesmo foi a mais jovem, parecia que a conhecia de algum lugar...DROGA! a garota da balada! O destino deve está conspirando contra mim! Não é possível! Ela estava tão alheia no celular que nem tinha reparado em mim ainda até que sua mãe briga com ela e ela instantâneamente guarda o celular e olha pra mim, sua face vai de curiosidade a espanto a divertimento em três segundos e eu procuro manter a postura. Isso não vai dá certo!

-Bom dia -falo tentando me manter o mais profissional possível

-Bom dia -elas falam juntas. A infeliz tá se divertindo com a situação

-então o que lhes trazem aqui? -falo olhando para a mais velha

-então, eu sou a mãe dela _ta, isso me surpreendeu_ Olívia, Sophia tem tido muitas alterações de humor durante os três últimos anos. Em algumas semanas ela é a garota mais divertida e extrovertida que o senhor pode imaginar em outras ela se fecha; vivi pelos cantos chorando, perde a energia de viver como se tivesse acontecido uma grande tragédia mas normalmente não aconteceu nada ela... Simplesmente se fecha -ela completa com angústia.

É estranho, eu, como psicólogo, nunca poderia imaginar que a garota que me beijou ontem poderia ter problemas do tipo, ela parecia tão bem...
pelo que a mãe me falou e a  frequência da ciclotimia só pode ser trastorno bipolar mas preciso conversar um pouco com ela pra confirmar e saber exatamente o remédio passar... Se é que vou continuar esse caso, não sei se seria ético mas ao mesmo tempo sinto como se pudesse ajudá-la

-preciso ficar a sós com a paciente -ela sorri divertida e a mãe saí

-Então doutor -ela se coloca um pouco pra frente -que remédio vai me dar?

-se você quiser que esses atendimentos dêem certo eu realmente preciso que leve isso a serio, o que aconteceu ontem não vai se repetir eu não sabia que você seria minha paciente ou nem teria me aproximada então peço profissionalismo da sua parte -falo tentando ficar sério mas a vontade que tenho é de beijar ela ali mesmo. Por que tinha que ser tão gostosa!

-Ok! Entendi! 100% profissionalismo aqui dentro mas e lá fora? Que tal repetir a dose? -sorriu sacana...esse sorriso me mata

-você não parece tão mal quanto sua mãe falou -os ombros dela desceram e nesse momento percebi que cheguei no ponto fraco dela

-É como ela falou, algumas vezes eu estou ótima, como ontem na balada ou hoje aqui mas logo depois tudo fica obscuro e isso é horrível -vejo algumas lágrimas caindo e percebo o quão cansada ela está daquela situação

-acho que já tenho um diagnóstico... -falo e mando chamar a mãe dela

-Então, você está num caso claro de transtorno bipolar eu vô encaminhar ela pra um médico que vai passar alguns medicamentos e vô marcar sua consulta pra daqui um mês mas vou te da meu número e se você tiver qualquer crise você me chama -falo já me chingando mentalmente por ter dado meu número mas algo nela me atraia no extremo e por mais que não queira confessar, não quero que ela me ligue só em caso de crise.

Não esqueçam da estrelinha e do comentário!

Querido psicólogoOnde histórias criam vida. Descubra agora