Adrenaline | H.S

Capítulo 27.

Harry Styles.

O céu nublado e algumas gotas de chuva caem no gramado esverdeado, se misturando com o clima atual.

Olho para o círculo de pessoas ao meu redor. Apesar de desconhecidas, todas vestem algo em comum: preto. A cor do luto.

Depois dos acontecimentos, tudo passara rápido demais. Ver Samantha chorar desesperada nos meus braços doeu mais do que qualquer soco. Por isso, assim que a ambulância chegou no galpão, levei-a para o meu carro e conduzi até a sua casa. No caminho, seu olhar distante focava na janela, que refletia as lágrimas que insistiam em cair em sua bochecha.

Horas depois, recebi a notícia a qual eu já esperava desde que vi Liz ensanguentada no chão. Uma bala havia atingido o seu pulmão, levando-a a óbito poucos minutos depois.

Permaneci a semana inteira na casa de Samantha, ajudando Bill com o funeral, que assim como sua sobrinha, estava completamente abalado.

Não parei de me sentir culpado nem por um segundo. Todas as noites, depois que Sam conseguia dormir, eu levantava e caminhava até o jardim, deixando que a bebida retirasse, pelo menos por um tempo, os acontecimentos recentes da minha cabeça.

Lembro perfeitamente do dia em que desisti de procurar o meu pai. Minhas esperanças eram escassas, algo no meu peito dizia que aquele era mesmo o fim. Ele estava morto, e quanto mais eu tentasse procurar pistas, mais eu me machucaria.

A medida em que a semana se passava, mais o silêncio parecia dominar aquela grande casa. Samantha falava cada vez menos, comia cada vez mais menos. Bill, a mesma coisa.

Entrelaço minha mãos na de Sam, que está ao meu lado, com o olhar distante. Não ligo se Bill ou qualquer pessoa irá ver o nosso gesto, eu prometi que estaria com ela, prometi que a apoiaria. E agora, ela precisa de mais apoio do nunca.

Os olhos castanhos de Sam descem até as nossas mãos. Ela parece surpresa, mas não diz nenhuma palavra, muito menos rejeita meu gesto. Em retribuição, dou-lhe um sorriso fechado, e ela faz o mesmo.

Começo a pensar em todas as vezes em que ela esteve nessa situação. Quantas vezes ela teve que ver as pessoas que ela ama indo embora?

Por trás dessa imagem de menina mimada, existe uma mulher extremamente forte. Existe uma menina orgulhosa, mas uma mulher que está sempre tentando reconhecer e reparar seus erros.

Não demora muito para que todas as pessoas saiam e caminhem de volta para os seus carros. Muitas, antes de saírem, falam com Samantha e a abraçam em forma de apoio.

Permaneço ao seu lado, até quando, Bill, a última pessoa ali presente, vai embora e nos deixa sozinhos.

Encaro Samantha, que olha fixamente para o gramado esverdeado, sem o brilho em seus olhos castanhos.

– Acho que vou ficar mais um pouco. — Ela diz.

Me surpreendo instantaneamente. É a primeira frase que ela fala em uma semana. Antes disso, eram apenas palavras curtas, na maioria, apenas gestos de sim ou não.

– Tudo bem. Eu espero o tempo que for preciso. — Digo, me aproximando um pouco mais.

Encosto a minha mão em seu ombro, e ela suspira.

– Por que ainda está aqui? — Ela pergunta. Seu olhar não se sustenta por muito tempo em mim, então logo ela abaixa a cabeça novamente.

Franzo o cenho, totalmente confuso.

– Como assim?

– Por que ainda está comigo?

Ela vira-se para mim, com o olhar vazio.

Hesito por um momento. O que ela quer dizer?

– É isso que acontece com as pessoas ao meu redor, Harry. Elas acabam em um caixão, embaixo da terra.

– Sam..

– É assim que você quer acabar? Mais um túmulo para o cemitério?

– Eu prometi que ia te ajudar. Prometi que ficaria do seu lado.

– Por que?

– Porque eu amo você, Samantha. É por isso que, não importa o que você faça ou diga, eu ficarei do seu lado.

No mesmo instante, os olhos castanhos de Sam se arregalam e ela dá um passo para trás.

– Não podemos fazer isso.

– O que?

– Isso. — Ela aponta para nós dois. – Isso não vai acabar bem.

– Eu sei o que está tentando fazer, mas você não vai conseguir me afastar.

– Essa é a minha luta, Harry. Não é a sua.

Arregalo os olhos, incrédulo.

– Depois de tudo, você ainda não consegue esquecer essa vingança estúpida? Quantas pessoas vão precisar morrer para você entender que essa sua vingança não irá dar em nada? — Falo, tentando me controlar ao máximo para não explodir.

Seus olhos se arregalam em surpresa.

Esse não é o momento, nem muito menos o lugar apropriado para se discutir, porém, eu não posso deixar que Samantha continue levando a sério essa ideia ridícula de vingança. Vincent não vale a pena.

– Quantas vidas Vincent arruinou e simplesmente saiu ileso? — Ela rebate. –Você não entende, Harry. Vincent tirou tudo de mim. Eu não tenho mais nada.

– Você ainda tem a mim.

Meus dedos vão até a sua bochecha rosada, acariciando-a. Samantha fecha os olhos e deixa um suspiro escapar.

Posso imaginar a luta interna que ela está passando agora.

Sem esperar mais segundo, aproximo meu corpo do seu, colando nossos lábios em um beijo calmo e lento, gemendo em satisfação por ela me corresponder. Faz tanto tempo que eu não sentia o gosto dos seus lábios que quase me esqueci da sensação. No entanto, logo me afasto e encosto a minha testa na sua.

– Você não precisa fazer isso. — Sussurro.

Eu não posso deixá-la seguir em frente com essa vingança idiota.

– Sinto muito, Harry. — Ela fala, se afastando de mim e caminhando para fora do cemitério, me deixando completamente sozinho.

Harry se declarando pra Sam, acho que vou explodir de amores por esses dois aaaa

Antes que eu esqueça, eu to escrevendo uma nova shortfic com o Harry e ficaria muito feliz se vocês dessem uma chance. O nome é teach me.

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