Capítulo 35.

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— Bom dia

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— Bom dia.

Com a voz ainda rouca e a cara de sono, Harry caminha até a cozinha. Observo ele pegar uma caneca vazia e despejar um pouco de café na mesma, tomando um gole do líquido preto logo em seguida.

Ele pousa os olhos nos meus e coloca a caneca no balcão de mármore.

— A Alicia trouxe mais coisas? — Ele pergunta, se referindo as várias malas encostadas na porta.

Inspiro brevemente, tentando arranjar um pouco de coragem e palavras para dizer o que realmente está acontecendo.

— Na verdade, essas são todas as minhas coisas. — explico cautelosamente.

O que eu menos quero é que o Harry se estresse por minha causa, apesar de achar que o seu bom humor não durará muito tempo depois que eu anunciar a minha decisão.

Como previsto, ele franze o cenho, confuso, e se aproxima.

— O que você quer dizer?

— Eu estou indo embora, Harry. — Sinto uma angústia crescer no meu peito ao pronunciar essas palavras.

— Isso é porque eu sugeri que você viesse morar comigo? — Ele pergunta, agitado. — Sam, você não precisa me dar uma resposta agora..

— Não. — o interrompo, balançando a cabeça em negação. — Isso não tem nada a ver com a sua proposta.

— Eu não tô entendendo..

— Eu não espero que você entenda, Harry. — Suspiro, tentando manter a minha voz calma. — Mas espero que no futuro você compreenda que tudo o que eu estou fazendo é por você.

— Sam, você tá me assustando.

O nó alojado na minha garganta cresce cada vez mais. Engulo em seco e digo:

— Eu preciso ir, Harry.

— Você tá falando sério? — Ele pergunta, incrédulo. — Depois de tudo o que passamos, você vai mesmo fazer isso?

Mesmo lutando contra, as lágrimas já começam a brotar ao redor dos meus olhos.

— Quando você estava no hospital, eu fiz uma promessa, e agora preciso cumpri-la. Não posso deixar que você ou qualquer outra pessoa importante se machuquem por minha causa.

Harry se aproxima de mim em passos cautelosos, quebrando a distância entre nós, e segura o meu rosto em suas mãos.

— Sam, eu sei que as últimas semanas tem sido difíceis, sei que a sua cabeça deve estar uma bagunça, mas você não precisa lidar com tudo isso sozinha.

Consigo ver o pânico através das suas íris verdes, por mais que ele tente manter a voz calma e serena. Talvez ele também consiga enxergar, através do meu olhar, o dilema que eu estou enfrentando internamente.

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