Capítulo 31.

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Silêncio

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Silêncio.

É tudo o que consigo ouvir.

O corredor, frio e vazio, possui pequenas brechas nas paredes, o que permite que a luz do lado de fora penetre o local e o ilumine. Consigo enxergar algumas coisas, mas não com tanta clareza como eu gostaria. Eu ando o mais rápido que posso, devido a minha perna machucada, tentando fazer o mínimo de barulho possível para não atrair a atenção de ninguém.

O que eu menos preciso agora é que um dos capangas de Vincent me ache e me prenda novamente.

Depois de algum tempo andando sem rumo, avisto uma espécie de portão de saída e não consigo controlar o meu anseio pela liberdade. Porém, assim que dou passos mais firmes em direção ao grande portão, uma voz masculina ecoa em meus ouvidos, parando todos os meus movimentos. Não é tão alta ou tão perto, mas em um tom nítido o suficiente para que eu escute.

— Sim, chefe.

É tudo o que consigo captar, junto ao bater de uma porta. A voz vem de outro lugar do corredor, uma parte um pouco mais afastada, mas nem tanto. Posso ouvir mais claramente passos pesados caminharem em minha direção, e todo o ar dos meus pulmões evapora.

Eu posso fugir agora. Posso dar tudo o que tenho, correr para o lado de fora e abraçar a minha liberdade. Ou posso simplesmente acabar com todo o meu sofrimento de anos de uma vez por todas.

Minha mente e todo o meu corpo se tornam um só nesse momento. Cada fibra do meu corpo grita pela segunda opção, e, mesmo se eu quisesse, não posso ignorar.

Não posso ignorar o grito abafado na minha cabeça que diz para eu terminar de uma vez por todas esse jogo doentio.

É agora ou nunca.

Respiro fundo, puxando todo o ar que consigo de volta para os meus pulmões, e dou meia volta. Se meus cálculos estiverem certos, logo o homem de minutos atrás me encontrará, e eu saberei exatamente onde meu inimigo está escondido.

Sem adiamentos, caminho de encontro com as pisadas, e, segundos depois, avisto um homem alto e forte, andando em minha direção. Para a minha sorte, sou mais rápida e acho uma espécie de esconderijo no corredor. Ele também não me viu, apesar de sustentar um olhar desconfiado.

Eu só preciso que aquele homem passe por mim sem notar a minha presença, e então, tudo estará perfeito. No entanto, assim que me dou conta que o homem em questão é Lance, o sangue em minhas veias começa a ferver imediatamente.

As memórias de Lance me encurralando no meu carro e me torturando naquele quartinho fedorento fazem o meu estômago revirar. Ele não ficará impune.

Por essa razão, o meu plano inicial de passar despercebida até chegar em Vincent é adiado. Assim que Lance vira as costas para mim, eu avanço em sua direção e dou-lhe um chute na perna, o que faz com que ele caia de joelhos devido ao golpe.

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