Capítulo 23.

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Minha segunda missão havia sido um sucesso.

Ainda não acredito que tudo saiu como planejado. As provas que incriminam Vincent estão todas guardadas no meu pendrive.

Agora ele não tem para onde correr.

Vê-lo na festa agindo normalmente, como se não se tivesse matado o melhor amigo anos atrás, doeu como o inferno. Eu só queria acabar com ele na frente de todos. Mas me contive, eu precisava. A festa não era a hora certa para um acerto de contas com meu passado, no entanto, sei que logo meu inimigo estará fazendo companhia ao diabo.

Jogo-me na minha cama satisfeita, pois não fui pega na minha missão. Bill não faz ideia do que eu fiz, e pela primeira vez, não importa para mim. A sensação de conseguir algo que você deseja há muito tempo é incrível.

Ajeito-me na cama, tentando achar uma posição confortável pela milésima vez. No fundo, sei que o me incomoda vai além de uma posição. Minha mente se volta para Harry.

"Fiz isso para protegê-la."

Suas palavras ecoam na minha mente, me fazendo voltar para quando estávamos no meio do salão, dançando como se fôssemos um casal despreocupado e feliz. Não esperava que ele fosse fazer o que fez, muito menos dizer as coisas que disse. Ele estava com medo de me perder, por isso mentiu.

Na hora, tentei de verdade entender seu lado, mas não consegui. Estava magoada demais para raciocinar. Milhares de dúvidas pairavam na minha mente naquele momento, mas quando encarei profundamente seus olhos verdes, soube que ele estava dizendo a verdade. Mas isso não importava. Não agora, pelo menos.

Exausta, e cansada dos meus pensamentos me consumindo, finalmente fecho os olhos e apago.



- Acho que está sendo dura demais com ele.

- Não começa, Alicia. – Reviro os olhos, mesmo sabendo que ela não pode me ver agora.

- Você cometeu muitos erros também, lembra? E Harry lhe deu uma segunda chance.

- Agora é diferente.

- Por que? Você é o ser humano perfeito que nunca erra?

- Quando você passou de minha amiga para psicóloga?

- Bom, alguém tem que jogar as verdades na sua cara.

- Muito obrigada pela sua sinceridade e opinião, aprecio tudo isso. – Digo ironicamente. – Mas eu realmente não estou a fim de falar sobre isso.

- Tudo bem. – Ela suspira. – O que vai fazer com as provas contra Vincent?

- Eu não sei. – Respondo sinceramente. – Quer dizer, eu não posso entregá-las a meu tio. Não ainda.

- Não acho que é uma boa ideia ficar com esse pendrive sem nenhuma proteção.

- Só preciso de mais um tempo, depois eu saberei o que fazer.

- Tudo bem. Qualquer coisa, não hesite em me ligar.

- Está certo, mãe. – Rio e ela ri junto, encerrando a ligação.



- Bom dia. – Falo, adentrando a cozinha.

- Acho que posso me acostumar a vê-la de bom humor. – Liz responde, ajeitando a bolsa em seus ombros.

- Onde vai? – Pergunto, enquanto caminho até a geladeira para pegar um copo d'água.

- Ao mercado. Está faltando algumas coisas, preciso renovar o estoque de comida. Quer alguma coisa?

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