O dia seguinte é tão ruim quanto o de anterior, só que hoje não ficarei trancada dentro do quarto... O mais ridículo é vê-lo agindo como se nada tivesse acontecido!
Enquanto fico jogada no sofá, olhando para o teto refletindo sobre o meu possível suicídio ou tentativa de assassinato, a campainha toca. Quando me sento, pronta para levantar, Eduardo passa á minha frente e abre, permitindo á entrada de um homem de óculos de sol, calça jeans e camisa gola-polo.
- Eduardo né? -seu sotaque é baiano-
- Sim. E você deve ser Antônio.
- Sou eu mesmo.
- Vamos conversar no meu escritório. -Eduardo fecha a porta enquanto o tal Antônio tira os óculos e me olha-
- Rapaz a menina brigou com um leão, foi?
- Ela brigou com a irmã em um almoço de família que fomos ontem. -mentiroso-
- Entendi. -o homem continua me olhando- Vamos resolver aquele assunto?
- Sim. Por aqui...
Enquanto Eduardo e Antônio vão até uma sala qualquer da casa, me levanto rápidamente na esperança de encontrar um celular, já que o meu ainda está com ele. Vasculhei por toda a cozinha e sala também, mas não achei nada!
Assim que coloco os pés na sala, a campainha toca. Corro até a porta e abro, vendo o entregador de comida japonesa parado bem na minha frente...- Boa tarde -peguei a comida de suas mãos- O meu... Noivo, vai vir pagar. -me viro para entrar, mas tenho uma idéia louca, e volto- Será que eu poderia usar o seu celular?
- Claro. -me entregou o celular e segurou as sacolas para mim-
É agora Sophia. Polícia ou casa? Não tenho muito tempo! Casa.
Disco o número que em duas chamadas é atendido:- Renan, sou eu, Sophia. Eu não tenho muito tempo. Mas eu estou na Bahia!
- Sophia, o Renan está no banho. Quer deixar algum recado? -é uma voz feminina! Desconhecida por mim que faz meu coração doer-
- Oh meu amor, porque não disse que queria ligar para a família? -sinto a mão de Eduardo apertar minha cintura. Desligo o celular rápidamente e devolvo para o entregador sem dizer nada- Porque não coloca a mesa? Antônio vai almoçar com a gente.
O deixei na sala e caminhei até a cozinha. Mas minha vontade é caminhar para á morte! É isso que eu mereço. Perdi o amor da minha vida assim, tão rápido...
- Olha só. Não temos muito tempo. Eu trabalho com o Renan e com o seu irmão. Vou levar você daqui em mais ou menos três dias. -Antônio diz baixo enquanto me ajuda á por a mesa- Esconda bem esse celular e fale comigo se ele perder o controle e tentar, algo... -ele me entrega o celular-
- Ele já perdeu o controle. -meu corpo dói só de me lembrar da noite passada-
- Sinto muito. -ele me parece assustado- Eu prometo que vou te tirar daqui.
- Pra que? Renan já tem outra. -Eduardo chega-
- Eu não sei vocês, mas eu estou morendo de fome! -Eduardo entra na cozinha-
Eu não digo uma palavra durante todo o almoço. Só consigo pensar na mulher que atendeu a minha ligação. Fico cada vez mais nervosa a cada risada falsa de Antônio. Sabia que Renan me salvaria. Ele me ama! Ou pelo menos amava...
O almoço termina. Enquanto Eduardo leva Antônio até a porta, eu enrolo para lavar a louça, talvez por medo de ficar trancada no quarto ou de qualquer coisa que esse louco possa fazer.
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SEDUÇÃO
RomanceSophia Venture é uma adolescente de 16 anos, e apesar da pouca idade, já sofreu muito. Perdeu os pais aos 10 anos, e desde então, é criada pelo tio, Heitor, o único parente vivo da menina. As únicas pessoas com que ela pode contar são Duda, sua melh...