CAPÍTULO 24

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O dia seguinte é tão ruim quanto o de anterior, só que hoje não ficarei trancada dentro do quarto... O mais ridículo é vê-lo agindo como se nada tivesse acontecido!

  Enquanto fico jogada no sofá, olhando para o teto refletindo sobre o meu possível suicídio ou tentativa de assassinato, a campainha toca. Quando me sento, pronta para levantar, Eduardo passa á minha frente e abre, permitindo á entrada de um homem de óculos de sol, calça jeans e camisa gola-polo.

- Eduardo né? -seu sotaque é baiano-

- Sim. E você deve ser Antônio.

- Sou eu mesmo.

- Vamos conversar no meu escritório. -Eduardo fecha a porta enquanto o tal Antônio tira os óculos e me olha-

- Rapaz a menina brigou com um leão, foi?

- Ela brigou com a irmã em um almoço de família que fomos ontem. -mentiroso-

- Entendi. -o homem continua me olhando- Vamos resolver aquele assunto?

- Sim. Por aqui...

Enquanto Eduardo e Antônio vão até uma sala qualquer da casa, me levanto rápidamente na esperança de encontrar um celular, já que o meu ainda está com ele. Vasculhei por toda a cozinha e sala também, mas não achei nada!
  Assim que coloco os pés na sala, a campainha toca. Corro até a porta e abro, vendo o entregador de comida japonesa parado bem na minha frente...

- Boa tarde  -peguei a comida de suas mãos- O meu... Noivo, vai vir pagar. -me viro para entrar, mas tenho uma idéia louca, e volto- Será que eu poderia usar o seu celular?

- Claro. -me entregou o celular e segurou as sacolas para mim-

  É agora Sophia. Polícia ou casa? Não tenho muito tempo! Casa.
Disco o número que em duas chamadas é atendido:

- Renan, sou eu, Sophia. Eu não tenho muito tempo. Mas eu estou na Bahia!

- Sophia, o Renan está no banho. Quer deixar algum recado? -é uma voz feminina! Desconhecida por mim que faz meu coração doer-

- Oh meu amor, porque não disse que queria ligar para a família? -sinto a mão de Eduardo apertar minha cintura. Desligo o celular rápidamente e devolvo para o entregador sem dizer nada- Porque não coloca a mesa? Antônio vai almoçar com a gente.

O deixei na sala e caminhei até a cozinha. Mas minha vontade é caminhar para á morte! É isso que eu mereço. Perdi o amor da minha vida assim, tão rápido...

- Olha só. Não temos muito tempo. Eu trabalho com o Renan e com o seu irmão. Vou levar você daqui em mais ou menos três dias. -Antônio diz baixo enquanto me ajuda á por a mesa- Esconda bem esse celular e fale comigo se ele perder o controle e tentar, algo... -ele me entrega o celular-

- Ele já perdeu o controle. -meu corpo dói só de me lembrar da noite passada-

- Sinto muito. -ele me parece assustado- Eu prometo que vou te tirar daqui.

- Pra que? Renan já tem outra. -Eduardo chega-

- Eu não sei vocês, mas eu estou morendo de fome! -Eduardo entra na cozinha-

  Eu não digo uma palavra durante todo o almoço. Só consigo pensar na mulher que atendeu a minha ligação. Fico cada vez mais nervosa a cada risada falsa de Antônio. Sabia que Renan me salvaria. Ele me ama! Ou pelo menos amava...
  O almoço termina. Enquanto Eduardo leva Antônio até a porta, eu enrolo para lavar a louça, talvez por medo de ficar trancada no quarto ou de qualquer coisa que esse louco possa fazer.

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