CAPÍTULO 23

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- Casar? -repeti com os olhos arregalados- Eduardo, somos amigos. Você está me ajudando muito, mas isso não vai acontecer...

- Mas, nós viajamos pra cá, eu te tirei de perto daquele desgraçado. Você me deve isso! -ele segurou meu braço com força-

- Eduardo me solta... Eu não te devo nada! Eu te pedi ajuda, você podia ter dito não! Agora, se acha que vou me casar com você, está muito enganado. -puxei meu braço bruscamente-

- Você ainda vai me amar, Sophia. Escreva isso.

  Eduardo sai do quarto batendo a porta com força. Posso ouvir o barulho da chave pelo outro lado, chave que foi usada para que ele me tranque. Corri até a porta para confirmar esse absurdo que ainda estou custando á acreditar. Mas sim, estou trancada. Presa em um quarto, trancada com a minha culpa e as minhas lágrimas, presa na minha própria bolha de tristeza.

  Não sei há quanto tempo estou trancada, afinal, nem as horas posso ver, já que Eduardo pegou meu celular ainda no caminho para o aéroporto. Mas sei que já se passou metade do dia pelo sol que se põe no horizonte que posso ver pela janela.
   A porta é destrancada, permitindo a entrada de Eduardo, que agora veste um terno azul escuro e tem uma sacola na mão.

- Vista isso. Você vai conhecer um lugar. -jogou a sacola na cama-

- Eu não vou á lugar nenhum. -continuei sentada na cama, encolhida-

- Você tem meia hora, ou eu mesmo te darei banho e vestirei você. O que não será encomodo algum. -piscou descaradamente para mim e saiu-

  Contra toda a minha vontade, me levantei, tomei um banho rápido, me enrolei na toalha e caminhei até á sacola. Dentro dela, um vestido vermelho com dourado, de alças finas, costas abertas, justo e extremamente curto. Mesmo com muita raiva, o vesti e logo em seguida calçei um salto doutrado que estava na mesma bolsa. Fiz um coque no meu cabelo, que não está em seus melhores dias, como eu.
  No momento seguinte, a porta mais uma vez é aberta por Eduardo, que me olha dos pés a cabeça e morde os lábios.

- Vou providenciar maquiagens e produtos de beleza para você. Mas está linda.

- Aonde nós vamos?

- Você vai ver.

  O carro é estacionado na frente de um lugar que eu acredito ser uma boate, já que o letreiro no alto pisca com muitas luzes "Royale Boate". Ao entrar, do lado de Eduardo, vejo algo que não via á tempos. É evidente que esse lugar é uma boate de prostituição. Meninas dançando e sesentando no colo de homens, alguns velhos, outros novos, algumas até com mais de um cara...
  Eduardo e eu nos sentamos em um dos camarotes, no alto, tendo visão de toda á boate...

- Bem vindo de volta, chefe. -o garçom disse á Eduardo, logo depois de deixar dois drinks na mesa e sair-

- Chefe? 

- Surpresa. -precisei de dois minutos para acreditar e entender o que está acontecendo- E agora, meu amor, tenho uma proposta para você...

- Eu não quero ouvir nada.

- Mesmo assim eu vou falar... -se aproximou do meu ouvido- Você pode comandar tudo isso, comigo, como minha mulher, ou, pode trabalhar aqui para mim, como minha "prisioneira", assim posso dizer. -ele sorriu-

O mundo caiu na minha cabeça e a única coisa que consigo pensar é em como fui e sou idióta por ter acreditado nas mentiras desse canalha!

- Você disse que estava disposto á me ajudar...

- E ainda estou. Agora só depende de você.

- Você é despresível!

- E não tenho á noite toda. -alterou á voz- E então, Sophia. Vai se juntar á mim, ou vai trabalhar para mim? Confesso que eu seria seu cliente número 1.

SEDUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora