CAPÍTULO 29

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Assim que as duas cobras deixam a sala, me sento na cadeira de Renan e começo á chorar desesperadamente. Porque cancelaram as buscas? Ele não pode estar morto. Não pode...

- A polícia fez tudo o que pode... -Duda passa a mão nos meus cabelos-

- Eu vou conversar com mais alguns contatos, também não consigo me conformar... -Diz Luan-

Entre as lágrimas e os consolos, meu celular toca, no visor diz: Elen. Respiro fundo e atendo.

- Já soube? -ela tem a voz de choro-

- Sim.

- Sei que não é a melhor hora, mas, quero saber se eu posso marcar uma missa ou algo do tipo.

- Eu só não te garanto a minha presença. Acabei de ter um estresse com Clarice.

- Entendo. Falo com você mais tarde, então.

- Ok.

Passo a mão no meu rosto tentando secar as lágrimas, mas não obtive sucesso algum.
  Me levanto e saio da sala sem dizer uma palavra sequer. Na rua, posso ver Carlos com um olhar diferente, não está sério como sempre, e sim triste.
Entro no carro sem falar com ninguém. Carlos ocupa o lugar do motorista e dá a partida.

Penso em algum lugar no mundo que não me lembre Renan. Algum lugar para fugir ou me esconder desse sentimento horrivel, mas é inútil. Renan é o meu mundo, e essa dor nunca vai passar...

Entro no nosso quarto, abro o guarda roupas, pego uma de suas camisas sociais, e inspiro o máximo que consigo. Tem o cheiro dele. Como é possível que um simples cheiro cause tantos sentimentos e traga tantas lembranças á alguém?
  Ainda com sua blusa junto do meu corpo, me deito na nossa cama e fecho os olhos inundados pelas lágrimas... Porfavor, seja só um pesadelo. Porfavor, volta pra mim, faz parar de doer...

/Terceiro dia sem ele.../

  Dizem que o tempo cura tudo, mas á questão é, quanto tempo? Porque, pelo menos para mim, três dias não adiantaram de NADA. As tentativas de Duda e Luan de me tirarem de casa foram totalmente inúteis.

  Me levanto assim que vejo o relógio marcando 10:45 da manhã. Passo pelo espelho usando apenas minha calçinha e sutiã verdes e já posso ver meu corpo começando a mudar... Meus seios estão um pouco maiores e a minha cintura começa á aumentar um pouco mais.
  Meu auto-exame termina assim que meu celular toca. Atendo o número desconhecido.

- Saudades meu anjo? -não pode ser!-

- Eduardo?

- Surpresinha. -Como pode ser tão debochado?- Serei curto e grosso: Eu que 350 mil em dinheiro vivo nas minhas mãos para lhe entregar o seu tão amado Renan. -Por um momento meu coração para. Mas me lembro que é Eduardo, e nele não se pode confiar-

- Você ta mentindo.

- Vamos, fale com ela! -o ouço gritar do outro lado da linha- Sophia, não faça nada que ele mandar, ouviu? -Sim! Sim, sim! É a voz dele! Fraca, mas é ele!- E então vadia, o que vai ser?

- Como você quiser.

- Eu gosto assim. -Ouço sua risada quase que maléfica- Eu quero o dinheiro nas minhas mãos até amanhã á noite, e quem tem que trazer é você!

- Onde você está?

- Em um lugar um tanto especial para vocês... Gosta da Ilha de Madagascar? -Foi para onde Renan e eu fomos na nossa lua de mel- Você tem dois dias. Eu ligo para confirmar o resto amanhã no fim do dia. Não fale com ninguém e nem tente dar uma de espertinha, eu saberei e o seu queridinho morre.

SEDUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora