CAPÍTULO 14

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- Não é mais. -quando percebi os dois estavam de pé se encarando-

- Ela nunca vai deixar de ser. -os dois estão quase se batendo-

- Já chega! -eles me olham- Você, continue. E Renan, não se meta! -fui rude, mas era preciso-

- Eu vou direto no assunto. Sou o líder de o que alguns chamam de máfia brasileira, outros chamam de gangue, entenda como quiser. -eu ri daquilo-

- Pare de me enrolar.

- Estou falando a verdade! Fazemos vários tipos de roubos, temos muitos inimigos, somos conhecidos por uma boa parte do mundo. -ele parece se orgulhar disso-

- Criminosos. -revirei os olhos-

- Herança do papai. -dei-lhe um tapa forte na cara- Meu pai não era um crimisoso!

- Sim, Sophia! Ele era. Até você completar 5 anos... Quando ele decidiu que não queria você ligada a nada disso. Eu aceitei, até ele dizer que "Nada disso", me incluia também. -eu o escutava atentamente- Eu não deixei a gangue acabar, não ia aceitar voltar a viver em baixo das asas dele pra sempre, então lá fui eu. Um garoto de 17 anos, liderando uma gangue, ou o que sobrou dela.

- Mas eu não lembro de você antes disso. -ele revirou os olhos para mim-

- E de que você se lembra antes disso, Sophia? -ele tinha razão, não tenho muitas lembranças da minha infância- Eram caras armados, drogas, granadas entrando e saindo de casa. Mamãe te levava para algum tipo de psicológo, sei lá, sei que fazia com que você apagasse isso da sua memória. E como eu já não morava em casa, fui incluido nesse apagão.

- É muita coisa pra mim... -eu já estava chorando como uma louca de novo-

- Sophia, você é tudo que sobrou... Me deixe cuidar de você, chega de ficar achando que está sozinha no mundo! Eu nunca mais vou abandonar você. -seus olhos estavam vermelhos-

- E onde Renan entra nisso tudo? -Renan ficou espantado do nada-

- Renan faz parte da gangue. Meu braço direito. -Luan o entregou-

- Seu babaca. -Renan o xingou-

- Chega de mentiras! -Luan grita para ele-

Eu simplesmente quero sair dessa casa! Não sei oque dizer a Luan e nem consigo falar com Renan. Que ódio!
Quando me dei conta estava sentada chorando descontroladamente.

- Eu quero ir embora. Eu presiso sair de perto de vocês! -os dois me olhavam com espanto-

(...)

Desci do carro deixando Renan e Luan antes mesmo do carro ser estacionado. Quando me dei conta já estava dentro do quarto pegando algumas roupas.

- Você não vai a lugar nenhum. -Renan joga minhas roupas de volta para o armário-

- Sai! -gritei-

Ele se afastou. Fechei minha mochila que continha algumas roupas. Alcançei as chaves da minha moto e sai daquele apartamento como um furacão, deixando Luan e Renan chamando meu nome.

Subi na moto e só a parei quando cheguei onde eu queria. A boate. Nunca achei que diria isso, mas de onde eu nunca devia ter saído.

Entrei e logo os olhares de algumas meninas vieram para mim. Depois de adentrar mais um pouco olhando o começo de noite na boate, senti alguém me puxar para um canto.

- Posso saber oque você faz aqui? -André me pergunta com um tom ameaçador-

- Saudades. -mentira! Minha vida é feita de mentiras e não quero olhar na cara do meu marido e nem do meu suposto irmão-

SEDUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora