Capítulo LIV - Tentações da carne

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Vitória estava em seu escritório catalogando pedaços de ossos e ainda no processo de tentar esquecer o pequeno incidente no jantar do Governador, três dias atrás. Ela e Benício não temiam repercussões ou fofocas, mas a situação constrangedora parecia ser pior ainda. Os dois chegaram em casa no mais absoluto silêncio e assim permaneceram até, mais ou menos, às duas horas da manhã quando Vitória bateu na porta de Benício e, sem dizer nada, trataram de terminar o que haviam começado.

- Vitória, a Dona Marieta está na sala. - Disse Sofia ao adentrar o escritório de Vitória. - Devo mandá-la subir?

- Sim, por favor. - Respondeu Vitória. - Mande-a subir.

Em pouco tempo, Marieta adentrou o escritório e Vitória largou o que estava fazendo para ir ao seu encontro.

- Marieta, querida, como estás? - Disse Vitória, abraçando a cunhada.

- Muito bem, Vitto, e tu? - Disse Marieta, sorridente.

- Trabalhando muito. - riu - Venha, sente-se.

Vitória voltou para sua poltrona e Marieta sentou-se em uma das cadeiras em frente.

- Então... - Começou Marieta. - Como vai a vida?

- Muito bem.

- E meu irmão?

- Ele está bem também. - riu.

- Ele não está em casa?

- Não. Está no trabalho, creio eu. Achei que estarias trabalhando hoje.

- É, eu estaria. Mas desde que assumi a diretoria minha quantidade de trabalho diminuiu severamente.

- Eu entendo. - riu - Está tudo bem, querida? Pareces estranha.

- É que eu queria ter contigo em particular. - desviou o olhar.

- Pois fale. Do que se trata?

- É um assunto... Pessoal.

- É, eu definitivamente irei acender um cigarro para isso. Aceitas?

Marieta assentiu e Vitória prontamente acendeu os dois cigarros. As duas ficaram em silêncio por um tempo.

- Marieta?

- Sim?

- O assunto...?

- Ah, sim. Bem, eu... Eu não sei como dizer isso.

- Marieta, seja lá o que for, eu duvido que sejas capaz de chocar-me a essas alturas de minha vida. - riu - Ande, diga-me.

- Tudo bem. Bem... Enquanto tu e Benício estavam na África mês passado, eu meio que... - suspirou - Eu meio que tive um caso.

- Ah, Meu Deus. - disfarçou o riso - Tudo bem, conte-me tudo!

- Nem pensar!

- O quê!? Então por que vieste contar-me sobre isso? Quem é ele? - sorriu.

- Não contarei!

- Por quê!?

- Porque não!

- E o que precisas dizer, então?

- Bem, eu... - revirou os olhos - Algo estranho aconteceu.

- Estranho? - riu.

- É, e eu não posso contar uma coisa dessas para o meu médico, então pensei talvez pudesses...

- Bem, eu não sou médica de gente viva, mas eu tenho uma certa experiência em amantes. - riu - Conte-me.

- Bem, eu estava tendo... Fazendo...

Castro e SouzaOnde histórias criam vida. Descubra agora