Vitória estava em seu escritório catalogando pedaços de ossos e ainda no processo de tentar esquecer o pequeno incidente no jantar do Governador, três dias atrás. Ela e Benício não temiam repercussões ou fofocas, mas a situação constrangedora parecia ser pior ainda. Os dois chegaram em casa no mais absoluto silêncio e assim permaneceram até, mais ou menos, às duas horas da manhã quando Vitória bateu na porta de Benício e, sem dizer nada, trataram de terminar o que haviam começado.
- Vitória, a Dona Marieta está na sala. - Disse Sofia ao adentrar o escritório de Vitória. - Devo mandá-la subir?
- Sim, por favor. - Respondeu Vitória. - Mande-a subir.
Em pouco tempo, Marieta adentrou o escritório e Vitória largou o que estava fazendo para ir ao seu encontro.
- Marieta, querida, como estás? - Disse Vitória, abraçando a cunhada.
- Muito bem, Vitto, e tu? - Disse Marieta, sorridente.
- Trabalhando muito. - riu - Venha, sente-se.
Vitória voltou para sua poltrona e Marieta sentou-se em uma das cadeiras em frente.
- Então... - Começou Marieta. - Como vai a vida?
- Muito bem.
- E meu irmão?
- Ele está bem também. - riu.
- Ele não está em casa?
- Não. Está no trabalho, creio eu. Achei que estarias trabalhando hoje.
- É, eu estaria. Mas desde que assumi a diretoria minha quantidade de trabalho diminuiu severamente.
- Eu entendo. - riu - Está tudo bem, querida? Pareces estranha.
- É que eu queria ter contigo em particular. - desviou o olhar.
- Pois fale. Do que se trata?
- É um assunto... Pessoal.
- É, eu definitivamente irei acender um cigarro para isso. Aceitas?
Marieta assentiu e Vitória prontamente acendeu os dois cigarros. As duas ficaram em silêncio por um tempo.
- Marieta?
- Sim?
- O assunto...?
- Ah, sim. Bem, eu... Eu não sei como dizer isso.
- Marieta, seja lá o que for, eu duvido que sejas capaz de chocar-me a essas alturas de minha vida. - riu - Ande, diga-me.
- Tudo bem. Bem... Enquanto tu e Benício estavam na África mês passado, eu meio que... - suspirou - Eu meio que tive um caso.
- Ah, Meu Deus. - disfarçou o riso - Tudo bem, conte-me tudo!
- Nem pensar!
- O quê!? Então por que vieste contar-me sobre isso? Quem é ele? - sorriu.
- Não contarei!
- Por quê!?
- Porque não!
- E o que precisas dizer, então?
- Bem, eu... - revirou os olhos - Algo estranho aconteceu.
- Estranho? - riu.
- É, e eu não posso contar uma coisa dessas para o meu médico, então pensei talvez pudesses...
- Bem, eu não sou médica de gente viva, mas eu tenho uma certa experiência em amantes. - riu - Conte-me.
- Bem, eu estava tendo... Fazendo...
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Castro e Souza
Ficción históricaVENCEDOR #Wattys2018 Em 1925, dois membros da alta burguesia carioca - os belos herdeiros Vitória de Castro e Benício de Souza - tornam-se cúmplices de um crime quase perfeito, mas acabam colocando suas próprias reputações em jogo para ocultar seus...