2018, ano novo. E tudo o que muda são os números do calendário, porque minha vida continua uma lacuna, sem sentido.
As semanas de recesso acabam e eu volto a passar a maior parte do meu tempo em silêncio, na agência. Felizmente, em casa não, ao menos por enquanto tenho alguém com quem bater papo, e falar sobre as coisas.
O acordo era meu pai ir embora antes do dia sete, quando eu voltaria a trabalhar. Mas dois dias antes, ele pediu para ficar mais um pouco, e então mudamos a data da passagem para o meio de fevereiro, assim ele passará os primeiros meses do ano comigo.
Sua desculpa foi que ele não tinha compromisso em casa, então poderia passar mais tempo comigo e aproveitar uma cidade tão "da hora" quanto Londres. Mas eu sei que a verdade é que ele não quer me deixar sozinha, pela forma como me encontrou quando chegou. Eu o peguei no telefone com Ashley durante uma noite, e tenho certeza que ela também está por trás disso.
No entanto, estou fingindo não desconfiar, pois sou grata por eles estarem fazendo isso por mim, acho que não teria sobrevivido a todo esse período se estivesse sozinha, com uma companhia agradável já vem sendo difícil, sozinha com meus pensamentos eu já teria enlouquecido.
Nós criamos uma rotina engraçada. Acordar cedinho, e tomar café da manhã juntos, então eu saio para trabalhar, e volto por volta das seis da tarde. Se está muito frio, sei que papai não colocou nem o nariz para fora do loft, e passou o dia todinho vendo televisão. Mas no dias um pouco mais amenos ele sempre sai para explorar a cidade, e geralmente trás alguma coisa para comermos, assim não preciso cozinhar.
É divertido ter alguém para voltar para casa, mas eu ainda sinto falta de um pedaço de mim, e sei exatamente com que ele ficou.
Luke está totalmente fora do meu radar. Desde da virada do ano, quando ele voltou para Los Angeles, não sei de mais nada. Ashley começou a fazer chamadas de vídeo comigo com mais frequência, e assim eu mato as saudades dela e de Noah. Ashton aparece com frequência, é claro. Calum também já deu as caras, junto ao Michael, e foi quando falei um pouco com eles. Mas o que quer que esteja acontecendo com Luke, não recebi nem sinal dele, nem pela internet, Twitter, Instagram, nada.
Não sei dizer se isso é bom, ou péssimo.
Terça-feira, no meio de fevereiro, se torna um dia diferente. O primeiro dia do ano em que alguma coisa diferente acontece.
Eu chego da agência com muitas fotos para editar, então vou logo ligando meu notebook, para agilizar. O tempo lá fora está limpo quase agradável, e meu pai deve ter aproveitado para conhecer algum lugar diferente, porque ele só volta pra casa ás sete e meia da noite.
Tem dois copos de chocolate quente, e um pacote pardo nas mãos que me deixa curiosa por saber o que ele inventou de comprar dessa vez.
–Garota, eu encontrei uma confeitaria que vende coisas americanas aqui nesse bairro. – ele comemora, me entregando o chocolate. Mas uns dias e eu precisaria te abandonar por um Donut. Quer um?
–Valeu, agora não. – volto meus olhos para o computador.
–Pare de trabalhar um pouco Lottie, você já fez isso o dia todo. – ele reclama com a boca cheia e chocolate preso na barba, da enorme mordida que tinha dado na rosquinha.
–Eu estou acabando. – informo, seguindo o seu conselho, e fechando o programa de edição. Estou exausta.
–Não me faça pegar o laptop, marujo. – ele brinca, fingindo um tom severo.
–Eu já parei. – mostro a tela, agora aberta no Google. – Só quero me atualizar um pouco.
–Você devia mesmo. – ele diz, me deixando confusa.
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More - Luke Hemmings
FanfictionIf me and you are living in the same place Why do we feel alone?! A house that's full of everything we wanted But it's an empty home. Why can't we choose our emotion? 'Cause we could feel something's broken And I can't stay without hoping We'll neve...