Capítulo 24

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A internet foi a loucura com as fotos "lindas" do IHeart, e minhas redes sociais não param de notificar os comentários sobre o quanto éramos um casal bonito e apaixonado. Já na realidade estou começando a estranhar quem quer que esteja morando comigo agora, o homem com quem me casei tenho certeza que não é.

Na quarta-feira, mesmo depois da nossa discussão e do desastre que foi a premiação tentamos melhorar as coisas. Não digo resolver, tentamos mascarar, Luke tentou. Ele insistiu que voltássemos pra casa, e logo no carro sua mão subiu pela saia do meu vestido.

Não quero dizer que foi ruim, eu só não estava no clima. Não queria ter uma noite de tirar o fôlego, para voltar ao gelo na manhã seguinte, os problemas que temos dessa vez, são grandes demais para serem simplesmente resolvidos com sexo. Ele sabia disso, mas fingiu para si mesmo que não, e por alguns momentos até acreditou.

Na manhã seguinte, ao vestir minhas roupas, eu não fico sem fôlego como costumava, não sorrio como uma boba, e nenhuma memória agradável vem a minha cabeça. Foi apenas uma noite forçada que eu adoraria apagar da minha memória pra sempre.

Posso sentir que algo entre nós está quebrado.

Hoje é dia 23 de outubro.

Minha data favorita e muito esperada durante três anos. O dia onde Luke e eu celebramos mais um ano oficialmente juntos. Graças a todas as turbulências esse ano, o de número quatro, se torna diferente. Estou apreensiva, com tudo que aconteceu e com o que pode acontecer, preciso concertar as coisas. É o nosso aniversário.

Ele dorme tranquilamente em seu hemisfério da cama, coberto apenas pelos lençóis emaranhados. É como se estivesse a quilômetros de mim, inalcançável.

Mas respiro fundo, disposta a colar os pedaços no lugar. Levantar uma enorme bandeira branca entre nossas nações inimigas e voltar ao que sempre fomos. É o nosso dia, e não que eu acredite muito em destino, mas acho que ele foi cair no meio de toda essa loucura por um motivo.

Me vejo tentada a ficar deitada, relembrando os momentos incríveis que vivemos nesses quatro anos. Começo a me lembrar de quando Luke me levou para a igreja, me fez oficialmente dele, e eu o fiz oficialmente meu, com nossas famílias, meus poucos amigos, e as montanhas de amigos dele para assistir. Tudo o que aconteceu depois da cerimônia, todas as palavras lindas que dissemos, todas as promessas que fizemos, tudo que sonhamos juntos.

Isso já passou agora são apenas lembranças de dias melhores. Preciso seguir, cuidar do nosso presente e do nosso futuro.

Isso me dá coragem para deixar a cama, e ir silenciosamente até a cozinha.

Eu já premeditei tudo, e resolvi todos os detalhes ontem durante o almoço.

Devíamos começar o dia com um excelente café da manhã, então coloco as mãos na massa. Separo e lavo as frutas favoritas dele, antes de colocá-las sobre a mesa. Preparo panquecas com gostas de chocolate, e coloco uma quantidade exagerada de açúcar no café. Tudo como ele gosta, no maior silêncio possível, já que não quero que ele acorde antes que tenha terminado.

Quando vejo a mesa pronta fico orgulhosa, o cheiro está ótimo e visualmente a luz que entra da janela colabora, iluminando tudo. Daria uma foto excelente, se eu tivesse tempo de buscar a câmera.

Mas não tenho, porque Luke pode acordar a qualquer momento, e não estou pronta.

Vou até a minha bolsa ainda jogada em cima do sofá e pego o cartão, no qual trabalhei por horas para escolher, editar e organizar as fotos até formar a imagem perfeita. Usei cerca de quarenta fotos, para formar uma colagem no espaço de um papel cartão normal, o que significa que tinha informações jorrando por todos os lados.

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