O casamento de Juliana e Paulo realizou-se dois meses depois e por mais que eles desejassem uma cerimônia simples, não puderam furtar-se a uma festa, que reuniu as duas famílias e os amigos íntimos, em casa da noiva.
Os pais de Paulo não se surpreenderam muito com o casamento. Haviam se habituado à independência do filho. Satisfeito com a escolha da noiva, sentiram-se felizes e até aliviados.
Tanto os parentes de Juliana, quanto os amigos da família, ficaram muito surpreendidos. Armando não se conformava. Comentara com o pai que era absurdo permitir o casamento de uma menina da idade de Juliana, ao que Morelli aduziu:
- Você está decepcionado! Admita que gostava de Juliana.
- Gosto de Juliana, mas não da forma como pensa. Ela é só uma menina. Segundo me disse, nunca havia namorado.
- Você perdeu a oportunidade, agora não adianta reclamar.
- Ela é criança, inexperiente. Isso não vai dar certo.
- Não conheço o rapaz, mas Dagoberto disse que é de muito boa família. Como sabe que el nunca teve namorado? Vai ver que estava namorando e você nem percebeu.
- Nada disse. Ela estava sempre sozinha. Nunca me falou nesse Paulo. Não posso entender.
- Eu posso. Dagoberto estava pressionando muito. Ela pode querer se casar para escapar à tutela do pai.
- Isso faz mais sentido. Entretanto, pode dar mais errado ainda. Escapar da tutela do pai e cair na do marido.
- Pode ser que ele seja mais compreensivo. Você não o conhece. Armando suspirou triste:
- É uma pena. Juliana é muito inteligente para enterrar-se em um casamento de conveniência.
- Eu gostaria que fosse você a casar-se com ela. Assim poderíamos ajudá-la em sua tarefa com Dora.
- Você fala como se essa Dora existisse mesmo.
- Claro que existe. Eu falei com ela.
- Pai! Você e suas idéias! Estou falando sério.
- Eu também.
Apesar do que acontecera, Norma estava radiante. Depois do casamento, sua responsabilidade com Juliana terminaria. Ela teria um marido para cuidar dos seus problemas. Dagoberto não teria mais tanta ascendência sobre ela e não poderia interná-la a não ser que o marido concordasse. E, ao que parecia, ele não cogitava disso. Comentara com Vera:
- Nunca pensei que Juliana, tão criança, acertasse logo com o primeiro namorado. Eu temia que ela nunca se casasse. Sempre tão arredia! - Sempre tive medo das dissimuladas. Juliana é dessas. Nunca se sabe o que vai pela sua cabeça. Vai ver que ela estava planejando faz tempo. Saía sozinha e nunca dizia onde ia. Nós é que estávamos inocentes demais.
- Tem razão. Ainda bem que vai se casar logo. Só com o Clóvis, tudo vai ser mais fácil aqui em casa.
- Esse é outro. Precisa tomar jeito.
- Quando ele se formar, tudo ficará resolvido. Terá que trabalhar.
Vera sorriu com incredulidade:
- Formar-se? Você acredita nisso? Ele não estuda.
- Depois do casamento de Juliana, teremos mais tempo para cuidar disso. Ele terá que mudar.
- Ele está namorando firme com a Estela. Você sabia?
- Sabia. Quem sabe ela o estimule a estudar mais.
- Vai ser difícil. Às vezes penso que vocês deviam desistir dessa faculdade.
- Nem pense uma coisa dessas! Dagoberto nunca permitiria! Vai ter que estudar, sim, e formar-se. Depois poderá fazer o que quiser, mas terá que trabalhar, cuidar da vida.
Vera abanou a cabeça indecisa:
- Não sei, não. Formar-se em Comunicações não tem futuro. O que poderia fazer? Não é uma profissão liberal. Terá que ser empregado pelo resto da vida. Se gosta de trabalhar como gosta de estudar, vai morrer de fome.
- Não seja pessimista. Um diploma universitário é uma formação. Eu também gostaria que ele houvesse escolhido profissão liberal, mas ele não quis. Se se arrepender, só poderá culpar a si mesmo. Nós fizemos todo o possível, aconselhamos, quase obrigamos. Não nos quis ouvir.
- Estela é de boa família e está apaixonada por ele. Está perdendo tempo, com certeza. Ele não poderá casar tão cedo. Clóvis não tem futuro. - Não diga isso de seu irmão. Ele parece bem interessado nela. Isso pode motivá-lo a estudar e a formar-se mais depressa.
- Pode até ser. As pessoas iludem-se com o casamento. Tanto esforço para casar, tanto trabalho, para no fim perceber que é uma armadilha sem saída.
- Vera! Que horror! Por que acha isso?
- Porque me sinto prisioneira e de mãos amarradas. O casamento é uma prisão. E o pior é que só nos damos conta disso, quando já não podemos fazer nada.
- Você não pode dizer isso. Fez um casamento brilhante, com um jovem culto, rico, mora em um palacete, rodeada de criados, tem todo conforto, pode comprar o que desejar e para coroar tanta felicidade, possui um filho maravilhoso. Não seja ingrata, minha filha. Você deve agradecer a Deus todos os dias a felicidade que tem.
Vera sacudiu a cabeça negativamente e havia um brilho doloroso em seus olhos quando respondeu:
- Meu filho é toda minha riqueza, reconheço. Quanto ao resto, descobri que a felicidade vai muito além do que você disse. Por que será que só percebemos isso quando já não tem remédio?
Norma olhou a filha com tristeza e perguntou:
- Está tendo algum problema com Laura ou Marcelinho?
Ela deu de ombros.
- Tudo continua igual, como sempre. Sinto pena de Juliana, casando-se tão jovem. Cedo descobrirá que o sacrifício de sua liberdade e da sua juventude não valeu a pena.
Norma não respondeu, e procurou esconder a preocupação. Uma filha separada era um problema que ela faria tudo para evitar. O que diriam os parentes e os amigos? Vera que procurasse ter paciência com a sogra e com marido. Os homens arranjavam mulher fora de casa, mas a esposa era sempre a esposa e no final, eles acabam voltando para a família. Ela devia fazer de conta que não sabia de nada para manter a dignidade. Fechar os olhos e levar a vida para frente.
- Cuidado - disse - você está se tornando pessimista demais. Uma boa esposa precisa estar sempre alegre, agradar o marido, conservar o romantismo, manter o amor.
- Não sinto vontade de fazer isso. Ao contrário, eu queria mesmo era não ter mais que olhar para cara do Marcelinho. Infelizmente, vivemos na mesma casa.
- Não sabia que as coisas estavam tão ruins.
- Pois estão. Nosso amor acabou, se é que um dia existiu. Como posso estar alegre guardando tanta raiva no coração?
- Calma, Vera. Não estará exagerando? Pense bem. O casamento passa por algumas crises, é natural. Mas de repente, tudo pode mudar. Não contribua para que ele acabe. Tenha calma. Saiba esperar.
Vera suspirou, ficou alguns instantes pensativa disse:
- O que está me segurando lá é só Martin.
- Tenha paciência. Eles adoram o menino.
- Me ameaçaram. Se eu quiser separar, eles pretendem me tirar o Martin. Fui ver um advogado. Ele disse que por lei tenho todo o direito de ficar com meu filho, mas como eles têm dinheiro e influência, podem chegar a ganhar a causa. Só fico lá por causa disso. Tenho medo de perder Martin.
Vera! Por que não me disse que ia ao advogado? Temos o Doutor Maurício, que é amigo da nossa família.
Poderíamos ter ido falar com ele.
- Não quis envolver gente conhecida. Depois fui só para uma consulta. Precisava saber como são as leis e que garantias eu teria com a separação. Como não temos ainda divórcio, o desquite só favorece ao homem. A mulher fica sempre em situação dúbia.
- Ainda bem que sabe disso. Que horror! Tornar-se uma desquitada! Vera, como pôde ter passado isso pela sua cabeça? Logo você, que sempre gostou de ter boa reputação. O que diriam as pessoas? Nunca tivemos um desquite em nossa família. Seu pai morreria de desgosto.
- Eu mudei, mamãe. O que os outros possam dizer não me preocupa mais. Percebi que as pessoas são falsas e que as aparências não representam nada. Nossa sociedade é só podridão. O que vale é o dinheiro e o poder. Quem tem essas duas coisas, faça o que fizer, sempre será respeitado. Estou cansada de tanta falsidade. Gostaria de ter um pouco de sinceridade e afeto.
- Você me assusta! Que idéias disparatadas. Logo você, sempre tão ponderada e decidida! O que a fez chegar a esse ponto?
- A desilusão. A falência dos meus sonhos. A vida não é o que eu imaginava que fosse. Nisso tudo, de bom só me resta o amor de Martin. Ele é puro, inocente, me ama de verdade. Não poderia renunciar a ele. Está acima das minhas forças. É por isso que me mantenho naquela casa. Só por isso.
Norma olhou a filha e não respondeu logo. Vera estava em crise e isso passaria. Melhor seria fazê-la esquecer aquele escabroso assunto. Afinal, ela não pensava mesmo em separar-se e era isso o que realmente importava. Depois de alguns segundos, disse:
- Qualquer mulher se orgulharia de ter um filho lindo e saudável como ele!
Vera sorriu e seu rosto mudou completamente de expressão:
- Ele é tudo meu tesouro. Sabe que eu o amo, porque é muito agarrado comigo. Se ninguém me intrometesse, ele não sairia nunca do meu lado, ficaríamos juntos todo o tempo. Mas, eles parecem que fazem de propósito, inventam regras e histórias nos separar.
- Vocês exagera. Não é bom uma criança ficar o tempo todo agarrado à mãe. O mimo estraga qualquer um.
Vera abanou a cabeça:
- Você não compreende. Não sabe como nos sentimos bem juntos.
O que acho é que você está sendo injusta com seu marido e a família. Eles adoram o menino e fazem tudo pelo seu bem. Querem dar-lhe uma educação boa.
Vera não respondeu. De que adiantaria? Sua mãe nunca a entenderia. O jeito era engolir a tristeza e esperar o filho crescer. Então sim, poderia fazer o que quisesse.
Após o casamento, Paulo e Juliana foram passar uma semana na casa de Campo de Jordão. A família insistira em uma viagem de núpcias. Paulo não poderia demorar-se, e Juliana desejava resolver o que fazer em sua nova vida. Apesar de desejar a independência, comovera-se com a cerimônia. Tudo parecia-lhe irreal, mas, ao mesmo tempo, poder fazer de sua vida o que quisesse, dava-lhe uma grata a sensação de bem-estar.
Durante a viagem, Paulo perguntou: - - Então, como se sente?
- Não parece verdade.
Paulo rio bem-humorado:
- Pelo menos agora, ninguém mais nos incomodará. Podemos fazer o que quiser e Dora certamente logo nos dirá como começar a trabalhar. Seu pai parecia conformado e sua mãe estava até feliz.
- Eu gosto muito deles e queria que me compreendessem. Tudo poderia ter sido diferente.
- Está arrependida?
- Não. Aceitei esta proposta e sou-lhe grata pelo que fez. Sem sua ajuda talvez a esta hora eu estivesse dopada, dormindo no hospital. Quero que saiba que pretendo levar muito a sério a minha vida. Ficaremos juntos até que eu tenha condições de viver sozinha. Contudo, desejo que me prometa uma coisa.
- O que é?
- Se um dia encontrar a mulher dos seus sonhos e desejar viver com ela, não se preocupe comigo.
Seria embaraçoso para mim, atrapalhar sua felicidade. Basta me dizer e imediatamente cuidarei da minha vida de outra forma.
- E se acontecer com você? Se encontrar o amor de sua vida?
Juliana sorriu:
- Não penso nisso ainda. Nunca gostei de ninguém. Por agora tenho outras coisas para pensar. Depois, se casei para me livrar da tutela dos pais, é porque desejo usufruir da minha liberdade. Nunca pude fazer o que gostaria. Agora sou livre, porque me amarraria de novo?
- Acha que o amor seja uma prisão?
- O amor, não. A maneira como o fazemos, sim. O casamento é uma prisão onde a mulher sempre tem o pior pedaço.
- Sempre achei o contrário. No casamento, o homem, além de ter quem o vigie o tempo todo, impedindo-o de sair, de fazer o que gosta, ainda tem que trabalhar todos os dias para sustentar a família, enquanto a mulher fica em casa descansando.
Juliana deu uma sonora gargalhada.
- Do que está rindo?
Formamos um casal ideal. Odiamos o casamento. Nunca desejaremos nos casar por amor, assim, nosso casamento foi um arranjo perfeito. Ao invés de nos prender, ele nos libertou. Eu me livrei da tutela dos pais, e você das armadilhas das mulheres que estão sempre à caça de um bom partido. Poderá namorá-las à vontade, sem perigo algum.
Ele riu gostosamente:
- Sabe de uma coisa? Estou começando a achar que o nosso será um casamento perfeito.
José e Antônia os esperavam com um jantar de boas-vindas e um sorriso acolhedor. Vendo a alegria dos dois, trocaram olhares intencionais, mais decepcionaram-se quando cada um foi para seu quarto, trocando um simples boa-noite.
- Não sei como o Paulo aguenta - disse José quando se viram a sós. - Casado com uma moça bonita como Juliana e ficar tão frio. Se fosse comigo...
- Não seja assanhado. Paulo sempre foi respeitador. Se eles se casaram só para se livrar do pai dela, não tem porque agora ele se aproveitar da situação.
- Será que ela acreditou mesmo que ele ia cumprir esse trato? Será que não esperava que ele agisse diferente? Se eu fosse ele, não deixava passar.
- Bem se vê que você não é de confiança. Ele deu a palavra, e ela é só uma menina. Paulo é um homem de bem.
- Hum! Quero ver quanto vai durar isso. Com tanta tentação por perto.
- Cala essa boca e vamos dormir.
Juliana deitou-se ficou pensando em sua vida. Um dia seria independente, ganharia seu próprio dinheiro e teria sua própria casa. Paulo queria que ela continuasse os estudos. Ficaria em sua casa enquanto não sentisse que estava atrapalhando sua privacidade. Gostava da sua companhia. Com ele, não precisava fingir nem ter atitudes convencionais. Ele a compreendia e apoiava. Era bom estar a seu lado. Era um amigo que sempre desejava ter.
Adormeceu. Viu-se fora do corpo. Contemplou por instantes o próprio corpo adormecido e decidiu:
- Vou ver Dora.
Olhou em volta. A passagem modificara-se e agora seu quarto parecia-lhe apagado. Juliana deslizou alegre, encantada com o brilho das estrelas que faiscavam no céu, o perfume agradável que sentia e a brisa leve que a envolvia.
- Juliana!
Um jovem de fisionomia agradável aproximou-se:
- Dora pediu-me para conduzi-la. Sou o Joel.
- Obrigado. Estou a procura dela. Precisamos conversar.
Ele tomou o braço de Juliana, dizendo:
- Vamos embora.
Dentro de instantes, alcançaram uma bela casa, cheia de flores. Juliana aspirou o perfume com satisfação, esforçando-se para fixar bem todos os detalhes e recordá-los quando retornasse ao corpo. Na soleira Dora a esperava com os braços abertos.
- Bem-vinda, Juliana.
Abraçaram-se com afeto. Sentaram-se na varanda, conversando animadamente:
- Agora sou livre para começar a trabalhar - disse Juliana.
- Tem razão. Mas é preciso que você se preparem um pouco mais. Sei que estão ansiosos. Paulo tem me chamado, espera nossas determinações. Em breve nos reuniremos para tratar disso. Hoje, eu queria conversar só com você. Até agora temos trabalhado na cura, mas isso não é o fundamental.
- Não? Pensei que minha missão fosse aliviar as dores das pessoas. Não foi isso que combinamos antes de eu reencarnar? Você se lembra? Não claramente. Mas sinto que minha mediunidade é de cura. Teria me enganado?
- Não. Mas até agora temos trabalhado mais na cura do corpo e, na verdade, o mais importante é a cura da alma. É disso que estou falando. Vamos ensinar as pessoas a encontrar a cura definitiva. O sofrimento humano é fruto da maneira equivocada com que as pessoas olham a vida. Antigamente, os trabalhadores do plano superior tratavam de aliviar as feridas do corpo, porque as pessoas ainda não estavam maduras para entender que tudo poderia ser diferente. Que o sofrimento pode ser evitado e banido. Juliana ouvia enlevada. Dora continuou:
- A vida é amor e oferece outras formas de desenvolvimento da consciência, sem que seja preciso sofrer. E, antes de optar pela dor, ela oferece os outros meios que, se aceitos, poupariam a pessoa de muito sofrimentos. Quando esses meios se esgotam é que a dor comparece como maneira compulsória de despertamento e crescimento. A cura do corpo, quando oportuna, poderia ser feita pelos nossos maiores sem o concurso de um médium. No entanto, eles utilizaram esse recurso, para despertar a fé. Para que as pessoas comecem a pensar na espiritualidade. - É verdade. As pessoas que você curou, voltaram-se mais para Deus.
- É natural. nosso trabalho agora será diferente. Nós vamos despertar as pessoas para que percebam e aproveite as oportunidades de aprender sem dor, de fazer as coisas de maneira adequada para conseguir bons resultados, conquistar a alegria, o amor, a paz e a felicidade.
Os olhos de Juliana brilharam de alegria, e ela não conteve o entusiasmo:
- Que beleza! Agora me recordo. Foi isso mesmo que eu aprendi antes de reencarnar. É por isso que eu sempre percebo quando as pessoas escolhem o caminho menos adequado! Até com minha família, quando eles agem, eu sei o resultado que vão obter.
- É isso. Você tem bom conhecimento desse assunto e força pessoal para ser nosso instrumento. Através de sua mediunidade, vamos ensinar as pessoas a viver melhor. A Nova Era se aproxima, e o mundo está maduro para a conquista definitivamente do bem. Contamos com Paulo, que também estudou conosco longo tempo antes de reencarnar.
- Por isso sinto-me tão bem com ele! Acha que fizemos bem em nos casar? Um casamento de mentira não atrapalhará a felicidade de Paulo? Ele fez tudo para me ajudar. Não gostaria de prejudicar sua vida.
Dora olhou-a com ar indefinido ao responder:
- Não se preocupe. Vocês fizeram o que acharam melhor para resolver uma situação complicada que poderia retardar ainda mais nossos projetos. Deixe o tempo responder a essas indagações. Ele está pensando a mesma coisa.
- Bobagem dele. Nunca me interessei por ninguém. Acho difícil que isso aconteça. Sabe, os rapazes que tenho conhecido pensam tão diferente!
- Você está em uma faixa diferenciada de conhecimento. É mais centrada e experiente. Paulo também. Nunca se interessou por alguém de verdade. Por isso, é cedo para preocupar-se com a situação.
- Você sabe mais do que nós. Poderia adiantar-me alguma coisa?
- Engana-se. Sei tanto quanto vocês. O que posso dizer é que ambos têm as credenciais para realizarmos nosso trabalho. Gostaria que soubesse que os casos que vamos atender daqui para frente, precisarão de um acompanhamento especial que procuraremos dar.
- Não haverá mais curas como até aqui?
- Haverá, porque elas vão lhe dar a credibilidade que vai precisar para ser ouvida. A fé no mundo passa muito perto das provas materiais. Mas elas servirão apenas para o despertamento, por enquanto posteriormente a orientação é que vai fazer a cura definitiva.
- É possível conseguir isso?
- É. Curar o corpo é curar apenas os sintomas. A verdadeira causa está na alma. Se não for identificada e anulada, a doença se manifestará novamente. Juliana não conteve o entusiasmo.
- É isso o que sempre sonhei fazer. Transformar o mundo em um lugar onde o sofrimento seja definitivamente banido. Observando o comportamento das pessoas, sempre me espantou a maneira como ela cultivavam coisas negativas, se comprazem em criar problemas complicados e teimam em se autodestruir. Tudo poderia ser muito diferente se elas pensassem positivamente, e acreditassem na bondade do ser humano, se confiasse em vida.
- É isso, Juliana. Você entende. É hora de começarmos nosso trabalho de educação espiritual das pessoas no mundo. Muitos dos nossos já estão na Terra tentando fazer isso, e nós seremos mais um grupo a reforçar a obra divina. Um canal através do qual a luz se estabeleça e possa tornar as pessoas mais lúcidas e conscientes da verdade. Vem,vou levá-la a visitar um lugar muito querido, que você gosta muito, para refazer suas energias. Juliana levantou-se de bom grado. Dora abraçou-a e juntas deslizaram pelo espaço, iluminadas pelo brilho prateado do luar e o piscar alegre e rutilante das estrelas.NÃO SE ESQUEÇAM DE VOTAR...
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Pelas Portas do Coração - COMPLETO - ZIBIA GASPARETTO
SpirituellesA maioria de nós está repleto de modelos sociais de felicidade. Todos queremos ser certos e adequados. E, assim, nos obrigamos a agir contra os impulsos de nossa verdadeira natureza. Pensando fazer o melhor, acabamos por nos conduzir ao vale do de...