CAPÍTULO 21

621 44 1
                                    

Nunca fui de deixar portas abertas, mas especialmente naquele dia... Naquele momento eu não me atentei a esse detalhe.

- Sempre dá o seu jeitin, é bruta, mas é com carin... - Iza cantarolou entrando no quarto.

- É bom pedir pra entrar antes! - Disse colocando todos os papéis na caixinha o mais rápido de consegui.

- Quer que eu volte outra hora?

- Por favor! - Disse e Iza saiu do quarto.

Guardei a caixinha em baixo da cama, fitei por um tempo a vista que a janela me proporcionava e resolvi visitar o parque próximo a minha casa.

Com um copo de café na mão que tinha adquirido no caminho eu fitava aquela vista ora verde ora cinza. Era um dia frio e nublado, do jeito que eu gostava.

- Oi! - Escutei do meu lado e uma pessoa se sentou.

- Tudo bem? - Uma senhora disse tirando uma pipoca de seu saco de papel e jogando aos pombos.

Seu nome era Conceição. Uma senhorinha típica de contos americanos, cabelos grizalhos, algumas rugas no decorrer de seu rosto, pele escura, óculos redondinho e um sorriso amigável.

Nós conversamos sobre assuntos aleatórios como o tempo ou como era difícil o trânsito em São Paulo e por incrível que pareça eu não a vi nem um pouco "evasiva".

- Tenho que ir. Obrigada pela conversa menininha. - Ela disse se levantando com uma certa dificuldade.

- Que isso, obrigada a senhora! - Disse e a ajudei a se colocar de pé.

Fazia tanto tempo que eu não escutava o termo "menina" se referindo a mim que a sensação foi estranha... Estranha não, talvez... Diferente, sabe?

- Ah, você é uma flor linda e viva... Não deixe o inverno acabar com você! - Foi o que ela disse, logo depois sorriu e se foi após eu concordar com a cabeça.

Confesso que não esperava por aquilo, mas foi bom. Era bom conversar com uma pessoa completamente nova, na qual eu poderia me descobrir novamente. Não sei se é assim que acontece com todo mundo mas quando alguém vai me conhecer eu acabo conhecendo um pouco mais de mim também, e assim a gente segue, com umas pessoas sou completa, já com outras sou apenas o básico.

 Não sei se é assim que acontece com todo mundo mas quando alguém vai me conhecer eu acabo conhecendo um pouco mais de mim também, e assim a gente segue, com umas pessoas sou completa, já com outras sou apenas o básico

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Cheguei Iza! - Disse adentrado a sala.

Não obtive resposta e olhei para o sofá, onde tinha uma caixa de presente e um buquê de girassois do lado. Peguei o cartão que tinha ao lado e lá Lucas dizia que era um presente simples e que era pra colocar na mala "Ah, esqueci de te falar... FAÇA AS MALAS" e assim ele finalizou o textinho,

- "FAÇA AS MALAS" EU NEM SEI PRA ONDE EU VOU! - Berrei.

Levei a caixa e o buquê para o meu quarto e abri o presente emcima da cama.

E SE EU PUDESSE CONTAR AS ESTRELAS?Onde histórias criam vida. Descubra agora