Nunca fui de deixar portas abertas, mas especialmente naquele dia... Naquele momento eu não me atentei a esse detalhe.
- Sempre dá o seu jeitin, é bruta, mas é com carin... - Iza cantarolou entrando no quarto.
- É bom pedir pra entrar antes! - Disse colocando todos os papéis na caixinha o mais rápido de consegui.
- Quer que eu volte outra hora?
- Por favor! - Disse e Iza saiu do quarto.
Guardei a caixinha em baixo da cama, fitei por um tempo a vista que a janela me proporcionava e resolvi visitar o parque próximo a minha casa.
Com um copo de café na mão que tinha adquirido no caminho eu fitava aquela vista ora verde ora cinza. Era um dia frio e nublado, do jeito que eu gostava.
- Oi! - Escutei do meu lado e uma pessoa se sentou.
- Tudo bem? - Uma senhora disse tirando uma pipoca de seu saco de papel e jogando aos pombos.
Seu nome era Conceição. Uma senhorinha típica de contos americanos, cabelos grizalhos, algumas rugas no decorrer de seu rosto, pele escura, óculos redondinho e um sorriso amigável.
Nós conversamos sobre assuntos aleatórios como o tempo ou como era difícil o trânsito em São Paulo e por incrível que pareça eu não a vi nem um pouco "evasiva".
- Tenho que ir. Obrigada pela conversa menininha. - Ela disse se levantando com uma certa dificuldade.
- Que isso, obrigada a senhora! - Disse e a ajudei a se colocar de pé.
Fazia tanto tempo que eu não escutava o termo "menina" se referindo a mim que a sensação foi estranha... Estranha não, talvez... Diferente, sabe?
- Ah, você é uma flor linda e viva... Não deixe o inverno acabar com você! - Foi o que ela disse, logo depois sorriu e se foi após eu concordar com a cabeça.
Confesso que não esperava por aquilo, mas foi bom. Era bom conversar com uma pessoa completamente nova, na qual eu poderia me descobrir novamente. Não sei se é assim que acontece com todo mundo mas quando alguém vai me conhecer eu acabo conhecendo um pouco mais de mim também, e assim a gente segue, com umas pessoas sou completa, já com outras sou apenas o básico.
- Cheguei Iza! - Disse adentrado a sala.
Não obtive resposta e olhei para o sofá, onde tinha uma caixa de presente e um buquê de girassois do lado. Peguei o cartão que tinha ao lado e lá Lucas dizia que era um presente simples e que era pra colocar na mala "Ah, esqueci de te falar... FAÇA AS MALAS" e assim ele finalizou o textinho,
- "FAÇA AS MALAS" EU NEM SEI PRA ONDE EU VOU! - Berrei.
Levei a caixa e o buquê para o meu quarto e abri o presente emcima da cama.
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E SE EU PUDESSE CONTAR AS ESTRELAS?
FanfictionMeu nome é Sophia Botelho e por algum motivo eu amo dores de barriga! "A roda-gigante nos pegou Lucas" "Até a ultima estrela ser contada" Livro com diálogos baseados em cenas famosas de filmes e livros.