CAPÍTULO 23

558 44 0
                                    

Depois de horas conversando alí naquela beira de litoral, iluminados apenas pela luz da lua lembrei-me do presente que Lucas havia me dado.

- Por que você pediu pra eu vir com essa roupa?

- Por causa... - Lucas disse e se levantou. - Disso!

Ele me pegou no colo e foi correndo em direção ao mar, ignorando todos os meus gritos e repreedimentos.

- Não faz isso Lucas! - Disse rindo e sentindo um frio na barriga segundos antes de mergulharmos.

Era bom aquela mista sensação de frio por conta da água e calor por conta do clima que prevalecia, era bom e ruim ao mesmo tempo o frio adormecendo todos os meus músculos por uma fração de segundos, mas sem dúvidas  a melhor sensação era sentir o corpo de Lucas junto ao meu.

- Seu louco! - Disse e sorri.

- Sou mesmo, sabe nadar?

- Não é uma coisa que se diga nooossa como essa garota sabe nadar mas... - Disse até ser interrompida com um beijo de Lucas.

- Então vem me pegar! - Ele disse e sumiu na água pouco ilumina pelas luzes da parte de trás da casa.

- Para Lucas, é perigoso, vamos sair! - Disse elevando o tom de voz. - Lucas? Lucas cadê você?

- Tô aqui calma! - Ele disse emergindo na água.

- Idiota, não faz isso denovo, vamos pra dentro. - Disse.

- Tá, amanhã a gente vem aqui.

- Então isso aqui é pra ser uma espécie de "lua-de-mel"? - Disse rindo depois de comer o meu primeiro pedaço de pizza

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Então isso aqui é pra ser uma espécie de "lua-de-mel"? - Disse rindo depois de comer o meu primeiro pedaço de pizza.

- Não, isso tudo é pra você entender que eu amo você independente de qualquer coisa. A Iza me mostrou o seu poema do Girassol.

- EU MATO AQUELA GURIA!

- Calma, ela só queria ajudar... Cê sabe que eu acho as rosas tipo aquelas supermodelos chatas? Quero dizer, chatas pra mim né, que prefiro girassois desajeitadas. - Ele disse e sorriu.

Eu queria ficar com raiva, até porque aquilo tinha sido uma puta invasão de privacidade, mas eu não conseguia ficar com raiva com aquela arcádia dentária perfeita na minha frente.

- E eu prefiro os ted joguinhos do que um Centineo. - Disse e sorri.

- Óia, em plena "lua de mel"- fez aspas com as mãos. - ela vem me falar do outro.

- Ah não Lucas, eu tava brincando! - Disse gargalhando.

- Até perdi o apetite! - Ele disse e limpou sua boca com um guardanapo(coisa que eu nunca o vi fazendo antes).

- Claro, depois de cinco pedaços de pizza é fácil perder o apetite meu amor. - Disse.

- Agora eu quero outra coisa! - Ele e disse sorrindo e veio em minha direção.

Apenas sorri de volta e o beijei, e em um beijo quente e tentador entrelacei minhas pernas em seu corpo e assim fomos até o quarto, Lucas se deitou na cama e eu me debrucei sobre ele sem interromper o toque dos lábios. Ele pôs a mão no meu rosto e eu pude sentir seus dedos acompanhando suavemente o contorno do meu maxilar e em uma tentativa falha de declarar meu amor por Lucas nós rimos. Uma risada alta e sem fôlego.

- Eu te amo. - Ele disse ainda rindo.

- Eu também te amo. - Disse com a respiração aguçada e voltamos a nos beijar.

Senti sua respiração vacilar algumas vezes, senti seus dedos adentrando o meu cabelo, senti o seu corpo conectado ao meu. Calma, não aconteceu nada, apenas dormimos juntos... Como o próprio Lucas disse: No sentido mais inocente da expressão.
   Quero dizer... Lucas dormiu, já eu fiquei a metade da madrugada aproveitando aquela sensação, aquele momento. Era como se eu tivesse encontrado a minha estrela-parceira e agora iríamos orbitar uma a outra até o fim, não, até o fim não, nunca vai ter fim!

Aproveitei o silêncio da cidade e o barulho do mar invandindo a praia para pensar. Pensei no que Lucas disse sobre como eu lido com elogios, ele estava certo. Pensei em como ele me fazia tão bem simplismente por estar alí(roncando um pouco, mas alí), pensei em como era bom escutar um "eu te amo" em meio a gargalhadas, pensei no quanto era bom ser eu. Eu nunca tinha pensado assim; "É tão bom ser eu", você já pensou? Já achou que sua vida está perfeita do jeito que está agora? Acho que não né? Pois é, a gente nunca tá satisfeito com nada, e isso é até bom, é aí que surge a ambição, mas era exatamente isso que me intrigava.

Naquela noite a minha vida parecia perfeita.

Naquela madrugada eu estava completa, porquê Lucas havia me conhecido e me permitido me conhecer completa. Ou talvez o amor dele tenha me completado.

Naquele momento eu concordei mentalmente com Jacqueline Woodson:

"Até o silêncio tem uma história pra contar".

"Até o silêncio tem uma história pra contar"

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
E SE EU PUDESSE CONTAR AS ESTRELAS?Onde histórias criam vida. Descubra agora