CAPÍTULO 16

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Dois meses depois eu estava morando em Orlando, ganhando o triplo do meu antigo salário e ficando cada vez mais conhecida no mundo da fotografia.

- Sophia a gente já tá a DOIS MESES aqui em Orlando e ainda não fomos no parque da Disney, isso é... Intragável!

- Aff, tá! Prepara tudo enquanto eu tomo um banho e a gente vai lá hoje.

E assim fizemos. Iza e eu fomos até o parque da Disney. Era tudo muito lindo, apesar de eu já ter ido lá algumas vezes com meus pais, me diverti como nunca, paramos para tomar um sorvete, daqueles que a gente só vê foto, que tem o cone e uma torre exageradamente enorme no meio.

- Quer saber? Acho que a gente é suficientemente... Suficiente, para nós mesmas! - Iza disse logo depois da sua primeira colherada de sorvete.

- Como assim? - Perguntei.

- A gente não precisa de ninguém pra ter amor. Aliás quem foi que inventou isso? Eu não entendo essa necessidade de afeto que o ser humano tem! - Iza disse.

- Eu acho que a gente precisa sim de alguém na nossa vida, mas na hora certa. Não adianta ficar tentando antes...

- O que eu quero dizer é que a gente pode muito bem ser feliz sozinhas.

- Concordo! - Disse.

- Agora mudando de assunto, semana que vem é aniversário da minha mãe e eu tenho que ir para o Brasil... Nós temos. - Iza disse firme.

- Nós?

- Sim!

- Ir pro Brasil... - Pensei um pouco na ideia. - Ok, gostei, vamos!

Naquele mesmo dia pedi para os meus superiores, no qual Iza e eu chamávamos de "As entidades das onze e meia"(Porque eles nunca davam as caras e só me ligavam por volta das onze e meia para fazer o relatório) umas "férias adiantas". Eles aceitaram contando que eu trabalhasse em alguns domingos.

Ainda era estranha a ideia de voltar ao Brasil, reviver tudo aquilo, fingir que tudo estava bem, fingir que sim, eu virei uma girl power(bem que eu queria), fazer a volta triunfal, rufar os tambores, dizer "Vocês não sabem o prazer que é estar de volta", e o mais difícil... Rever o Lucas.

Já em casa, alí, diante a uma folha e uma caneta eu só conseguia pensar nisso. Criei coragem e deixei meus sentimentos fluírem, saírem do meu coração direto para o papel, já não era mais eu quem escrevia e sim um coração, um coração qualquer.

"Eu te odeio com todas as minhas forças, e te amo com todas elas também.
Eu odeio seu sorriso, e amo a maneira que ele me torna refém.
Odeio ter que dedicar esse poema pra você. Mas se eu não dedicasse pra você dedicaria pra quem?"

Parei de escrever quando ví uma gotinha por cima do papel, logo percebi que era uma lágrima, não de raiva, nem de tristeza, apenas... de saudade.

Dobrei a folha ao meio e coloquei em uma caixinha rosa e redonda que guardava todos os meus poemas e alguns desenhos. Fechei a caixinha e coloquei-a de baixo da cama. (Sim, eu sei que é o esconderijo mais clichê que existe, mas meu quarto não era um mar de esconderijos e Iza não era nenhum Sherlock Holmes).

Era complicado me entender, não sei explicar, eu simplismente não sabia o que estava sentindo. Aquela sensação de ser um emaranhado de pensamentos de novo sabe?
    Pensei por algum tempo e decidi passar um borracha em tudo que vivi, inclusive com Lucas. Resolvi começar a enfrentar os problemas como uma adulta e parar de criancice. Agora os meus planos se resuimiam em não me relacionar com ninguém, esse era o foco.

Me levantei e voltei a escrever.

"E quem poderá me taxar?
Taxar como uma louca que não sabe amar?
Amar é uma brincadeira...
Na qual eu desaprendi a brincar."

Repeti o processo de esconder os meus pensamentos do resto mundo e coloquei a caixinha sob a cama novamente.

- Qual será o final? - Iza disse entrando em meu quarto com um livro na mão e fitando o mesmo.

A capa era preta e quando Iza se jogou na cama, ainda vidrada no livro, consegui ver sua capa por inteiro. "Quem é você Alasca?" aparentemente era o nome do livro.

- Lê tudo e você vai saber! - Disse e sorri forçadamente.

- Ai não, preguiça. - Iza disse.

Ela realmente nunca gostou de ler, por isso fiquei me perguntando onde ela achara aquele livro e por qual motivo.

- Então fica na dúvida!

- Comprei esse livro porquê todo mundo fala do final, mas eu não tenho paciência pra ler tudo.

- Temos aí um problema que é fácil de se resolver! - Disse.

- Como?

- Você deixa esse livro com a Tia Sofi - Disse e peguei o livro. - Pesquisa o final na internet e deixa que eu leio, e todos viveram felizes para sempre!

- Mas...

- Problema resolvido. Agora sai do meu quarto!

- Não gostei dessa solução. - Iza disse saindo.

Olá beberes, tutu pom? Comigo também

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