CAPÍTULO 26

523 31 11
                                    

Alguns meses depois...

Iza e eu estávamos trabalhando na cede da Photoscrean no Brasil. Estava tudo maravilhoso, pela primeira vez na vida. Lucas havia me pedido em casamento num final de semana em que passamos na casa dos meus pais e eu aceitei.

- Oi filha! - Meu pai disse entrando no cômodo onde eu me preparava para entrar na igreja.

- Oi pai! - Disse e o abracei enquanto sentia um choque de euforia percorrendo o meu corpo.

- Chegou o seu grande dia né?

- É! - Disse me soltando de seus braços e fitando seus olhos.

- Você tem certeza que tá fazendo a coisa certa? Quero dizer, você não precisa se casar agora e...

- Pai, eu tenho certeza! - O interrompi séria e convicta.

- Desculpa filha, é que... Por Deus. - Sua voz vacilava e ele deixou uma lágrima cair. - É que eu ainda te vejo como a minha menininha sabe?

- Eu sempre vou ser sua menininha pai. O que acontece é que o senhor nunca foi muito presente e não percebeu a minha "evolução" - Fiz aspas com as mãos.

- Eu sei. Desculpa por isso filha, o trabalho consumia todo o tempo que eu e sua mãe tínhamos.

- Eu entendo! - Disse e sorri.

- Você tá linda. - Ele disse encerrando o assunto e fitando meu vestido.

- CASOS IMPORTANTES REQUEREM ROUPAS IMPORTANTES! - Dissemos juntos e rimos.

- Eu vou embora senão você também vai chorar e não vai dar certo! - Ele disse indo até a porta. - Tchau!

- Tchau pai!

E alguns minutos depois estávamos lá; Lucas e eu diante a todos nossos conhecidos(inclusive a naja da Patricia que me pedira desculpas alguns meses antes) e principalmente diante a Deus, aceitando sermos um só, aceitando estarmos juntos na alegria e na doença e não como uma obrigação, mas sim como um privilégio. Lucas sempre desviava o olhar para mim e eu sorria nervosa, e sempre que podia dizia sem emitir som que o amava.
/////:/:

Nossa lua-de-mel seria em Ubatuba, sim, naquela mesma casa de praia, com aquela mesma vista, revivendo os melhores dias da minha vida.

- Você tem noção que você tá casada comigo? - Lucas disse rindo enquanto estávamos deitados na areia da praia.

- Tenho e amo isso! - Disse.

- E eu amo você! - Lucas disse e eu pude sentir o quão aquilo soou importante.

- Eu também amo você! - Disse e senti seus olhos castanhos penetrarem os meus pensamentos.

Senti minha respiração travar e minhas mãos soarem e então nossos lábios, feito imãs, em uma fração de segundos, se juntaram e pude sentir como se nós fossemos um só.

- Posso contar uma história? - Disse logo depois que voltei a fitar as estrelas.

- Claro! - Lucas disse também as fitando.

- Uma menininha voltava da escola e perguntou para sua mãe, eufórica, como saberia quando estivesse encontrado o amor verdadeiro, logo sua mãe incrédula e sarcástica respondeu: Quando você conseguir contar as estrelas filha, apenas quando conseguir contar as estrelas!" E a menina retrucou com outra pergunta: E se por acaso... E a mãe insistiu: Se por acaso? E a menina por fim perguntou: E se eu pudesse contar as estrelas? - Disse e sorri me lembrando da história.

- Acabou? - Lucas perguntou.

- Aham!

- O que a mãe disse?

- Não sei, eu vi isso num livro e a história acabava aí. Será que a mãe entendeu que a menina tava amando? - Perguntei e não obtive resposta.

- Lucas?

Me levantei e o encarei.

- Lucas? - Vi ele olhando para o céu com uma sombrancelha arqueada e sua boca de lado. - O que você tá fazendo?

- Shh... Você me fez perder a conta!

E SE EU PUDESSE CONTAR AS ESTRELAS?Onde histórias criam vida. Descubra agora