Capitulo 5

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O tempo foi passando, infelizmente ainda não conseguimos parar o tempo. Se houvessem botões que permitissem parar a vida ou voltar ao passado para mudar algumas coisas, era muito bom, era um sonho tornado realidade. Mas a vida não nos dá essa hipótese, ou aprendemos a viver com o nosso passado ou paramos no tempo, mas tudo a nossa volta continua. É assim que eu me sinto.

Tenho alturas más e tenho alturas na minha vida em que não há confusões a minha volta, só dentro de mim. Sim, porque eu por dentro sinto-me perdida.

A pessoa com quem desabafei na escola fazia anos numa altura em que eu até estava minimamente bem. Era para irmos jantar fora e depois irmos sair à noite. Cheguei ao jantar com ela, a aniversariante, e mais uma amiga. Durante o jantar eu apenas dei atenção a quem conhecia, essas pessoas fizeram a mesma coisa. As outras nem me chamaram a atenção, ninguém mesmo. Depois do jantar a aniversariante pediu a três amigos que fossem comprar bebidas, e assim foi.

Quando eles chegaram, tiveram a ideia de entrarmos todos num hotel para irmos para o telhado beber. Eu já sabia que aquela não era de todo uma boa ideia, eu sei quando é que as coisas vão correr mal. Mas não disse nada a ninguém, acompanhei-os até ao hotel e subimos para o telhado. Quando as raparigas que estavam presentes já tinham o copo cheio, chegou um senhor que trabalhava no hotel para nos mandar embora. Sem fazermos confusão, pois não estamos em posição para isso, respeitamo-lo.

Eu estava um pouco atrapalhada, aquela entrada para o telhado não era das melhores, não conseguia descer porque tinha dois copos de bebida na mão, o meu e outro da aniversariante. Como se não bastasse, levei saltos altos, coisa que nunca uso, nunca mesmo, odeio aquilo. Então, um rapaz ofereceu ajuda para eu descer, eu não quis que ele me tocasse. Passei os dois copos para as mãos dele e desci sozinha.

Ele ficou para trás. Eu e a aniversariante, que já agora chama-se Maria, descemos as escadas do hotel para irmos até ao elevador sozinhas, pois os outros já estavam na entrada do hotel a nossa espera. Como o elevador nunca mais chegava, decidimos continuar a descer pelas escadas. Quando chegamos a entrada do hotel reparamos que o rapaz que me tinha ajudado ainda não tinha chegado. Então ficamos à espera dele.

Quando ele chegou, eu reparei que ele só tinha um copo na mão, o da Maria.

-Onde está o meu copo?- perguntei com um tom chateado.

-Bebe-o de seguida.-respondeu.

-O quê!? Era o meu copo.- se querem que seja sincera, não estava chateada, mas estava a achar piada, então mostrei-me ainda mais chateada.

-Quer dizer, eu ajudo-te e ainda ficas chateada!?- perguntou ele, dando a intender que eu era uma mal agradecia. E sim, estava a tentar passar essa imagem.

-Mas bebeste o meu copo.-disse-lhe.

-Eu tinha dois copos na mão e o homem estava a vir atrás de mim. Querias o quê? Que parecesse um alcoólico?- perguntou

-Acho que passaste essa imagem quando bebeste um copo enorme de pênalti. -disse-lhe com uma cara mais simpática.

-Ho pronto desculpa.- disse.

-Estás desculpado.- os dois sorrimos, mas não nos olhamos nos olhos.

Quando chegamos a zona dos bares, decidimos ir todos beber para a praia. Na praia, eu deixei o grupo das raparigas que estavam a conversar já um bocadinho alegres por causa da bebida e fui para o grupo dos rapazes que estavam a beber. O que eu fui fazer....

Os rapazes começaram-me a dar bebida com fartura, como me sentia bem, bebia o que eles me davam para lhes fazer companhia.

O rapaz que me tinha ajudado estava sentado ao meu lado. Ele reparou que eu já estava a ficar tonta e perguntou se eu estava bem.

Silêncio Profundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora