Capitulo 14

15 4 0
                                    

Era segunda feira, o dia em que tinha de me encontrar novamente com Rui.

O despertador tocou, o que me fez acordar.

Abri os olhos lentamente e desliguei-o.

O sono era tanto por causa dos comprimidos que não conseguia levantar-me. Fiquei mais uns minutos na cama.

O despertador tocou mais uma vez, e outra, e outra. Só me levantei quando a minha mãe apareceu no meu quarto.

-Hoje não te levantas?-perguntou grosseiramente.

-Vou já.- respondo revirando os olhos.

Olho para o telemóvel para ver as horas e percebo que já estou atrasada. Mas nem queria saber.

Um dia vou morrer, porquê que tenho de me esforçar a fazer algo que não gosto? Neste caso, ir para a escola.

Levantei-me da cama, tomei banho, vesti uma roupa escura e despachei-me.

Depois de estar despachada, peguei na mochila, nas chaves da mota e de casa, no capacete e saí dizendo até logo a quem ouvisse.

Depois de colocar o capacete e a mochila nos dois ombros arranquei para a escola.

Ao estacionar encontrei Rui.

Ele estava encostado nas grades da escola com um pé apoiado e a fumar um cigarro.

Saí da mota, tirei o capacete e encarei-o.

Estava farta, não queria mais trabalhar com ele. Achei que pudesse proteger o André. Eu odiava o Rui por tudo o que ele já me tinha feito e tudo o que já tinha tentado fazer.

Aproximei-me dele olhando-o nos olhos. Ele não desviou o olhar do meu assim como eu não desviei do dele.

-O quê que fazes aqui?- perguntei quando cheguei ao pé dele.

-Vim te buscar. Temos trabalho a fazer.-disse com um olhar sério.

-Eu não vou faltar às aulas para ir contigo.-disse grosseiramente.

-Estás armada em betinha agora?- disse desviando o seu olhar do meu.- vamos Ileana, não temos tempo.- disse dando alguns passos até que eu respondi fazendo-o parar.

-Eu não vou.-disse seriamente.

-Não é um pedido, é uma ordem.-disse-me tentando agarrar o meu braço, mas eu desviei-me.

-Não sou a tua cadela para acatar as tuas ordens. Vai tu sozinho.-disse aumentando o nível de voz e de raiva.

-Não sabes com quem te acabaste de meter.-disse virando-se de costas para começar a andar.

Caminhei até a entrada da escola e fui direta a sala, a minha sorte é que a professora de história se tinha atrasado como sempre.

Passados alguns segundos ela chegou.

....

O toque tocou e como sempre eu e a Ivana fomos até ao café para comer qualquer coisa depois da aula.

Na fila do café o meu telemóvel vibrou.

-bom dia princesa.-de André.

-bom dia.-respondi.

Passados alguns segundos recebi outra mensagem, mas desta vez de Rui.

-As 10:30 vou deixar uma mochila escondida ao pé duma das árvores da escola. Preciso que fiques com ela. É muito importante.

Silêncio Profundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora