O despertador tocou.
Abri os olhos com um grande esforço e desliguei-o. Eu não me estava a sentir nada bem.
A minha mãe entrou no quarto.
-Ileana, já são horas de te levantares.-disse.
-Não me estou a sentir muito bem mãe.-respondo sincera. - Estou mal disposta, com dores de cabeça e tonturas.
-Não queres ir à escola?- perguntou.
Eu ia adorar um dia inteiro em casa sem ninguém, mas decidi ir.
-Quero, eu vou na mesma.-digo mentindo.
-Está bem, então despacha-te.
-Sim mãe...-respondo revirando os olhos.
Passados 10 minutos levantei-me da cama e comecei a despachar-me.
Quando já estava quase despachada recebi uma mensagem de André.
-bom dia princesa. Já estou aqui.
-bom dia, vou agora.- respondo.
Peguei na mochila metendo-a nos dois ombros, no capacete, nas chaves da mota e de casa e desci para a cozinha.
O Martim, o meu irmão mais novo, já estava na cozinha com a minha mãe.
Cheguei ao pé dele e dei-lhe um beijo na bochecha.
-Bom dia Martim.- digo com um sorriso.
Ele retribuí-me com outra beijinho, um sorriso e um bom dia Nini.
Ele não sabe dizer o meu nome, então diz Nini.
Ele é uma das razões que me faz ficar viva ainda. Eu quero-o ver a crescer, quero ver o que ele vai ser, quero estar ao seu lado sempre que precisar, quero ser uma irmã presente.
Vou até ao frigorífico, pego no iogurte e bebo.
Depois de beber o iogurte despeço-me da minha mãe e do Martim que ainda estavam a tomar o pequeno almoço.
Estava quase a chegar a porta de entrada quando a minha mãe me chamou.
-Diz mãe.- disse-lhe indo até a cozinha.
-Estás melhor?- perguntou assim que entrei na cozinha.
-Estou mãe.-menti- até logo.
-Até logo.- respondeu.
-Ate logo Nini.- disse Martim logo a seguir.
-Até logo Martim.-respondi antes de sair de casa bem alto para ele ouvir.
Ponho o capacete e arranco.
Estava trânsito, mas ainda era sedo. Despachei-me rápido naquela manhã.
Passei entre os carros que estavam parados.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Silêncio Profundo.
RandomIleana é uma adolescente com 17 anos. A sua vida deu uma volta enorme a uma dada altura da sua vida, como consequência dos atos de outras pessoas, Ileana teve de aprender a viver com duas coisas, depressão e mutilação. Transformou-se num coração de...