Carolina:
— Tenho mesmo que começar a apanhar táxis — resmunguei comigo mesma, ao subir apressadamente as escadas do metro, percorrendo depois o quarteirão na direção ao edifício onde já poderia estar se o comboio em que vim não tivesse ficado parado 20 minutos parado. A minha entrevista estava marcada para as 11 horas, mas já passava das 11. Mudar oito vezes de roupa nesta manhã também não contribuiu para muita coisa.
O edifício era um moderno arranha-céus envidraçado, com mais de 50 andares. No interior do gigantesco e elegante átrio, demorei um minuto só para localizar um diretório da empresa, percorri o vidro com o dedo, para perceber onde ficava a Carter Industriers.
No 33º andar.
Corri para os elevadores. Um deles estava prestes a fechar-se e ainda o tentei deter, colocando o pé entre as portas. Resultou, mas fiquei quase sem pé.
Aí! Merda! — As portas abriram-se e eu entrei a coxear. Prendi o peque no salto agulha entre a abertura do elevador e o chão, com o salto preso, o meu corpo continuou a deslocar-se para a frente ma o meu pé não, e acabei por me desequilibrar, caindo para a frente. UM abraço amparou-me, impedindo-me de ir de cara ao chão.
— Foda-se.
— Prazer em ver-te novamente Carolina.
Virei bruscamente a cabeça, o perceber, naquele preciso instante quem me estava amparar.
— Deves estar a brincar comigo. Quantas vezes se poderá causar impressão a alguém?
Depois de me ajudar a equilibrar, o Matheus ajoelhou-se e retirou o sapato da calha do elevador. Bateu-me ao de leve na barriga da perna, para que a levantasse, e voltou a calçar-me o sapato.
— Não fique mal impressionado — disse ele, permanecendo de joelhos mais tempo do que o necessário — Tens umas belas pernas.
— Obrigada, isto é, obrigada por me soltares o sapato.
Ele levantou-se e arqueou as sobrancelhas.
— Não me estas a agradecer por elogiar as tuas pernas sensuais?
Eu senti-me corar e fiquei aliviada quando o vi desviar a atenção para o painel de botões.
— Para que andar vais?
— Hum...33º, não é? — A empresa dele ocupava mais de um andar?
— Vais á Carter Industries, para te encontrares com Sam?
— Sim, e com o João Lange.
— Com o João?
— Sim, julgo que e ele que me vai entrevistar. Não e o vice-presidente do marketing?
— Certo. O João é o VP do marketing — disse o Matheus. Fiquei com a sensação de que ele não sabia que a entrevista era hoje.
Um silencio desconfortável instalou-se no elevador. Quando as portas se abriram, ele deu-me passagem, juntos fomos em direção as portas de vidro que dizima Carter Industriers.
Não estava ninguém na receção.
— Porque não te sentas? Eu vou avisa-los que já chegaste. — disse ele.
— Obrigada.
Um minuto ou dois depois de ele entrar, a rececionista volta para o seu lugar.
— Olá. Desculpe, tive de ir tirar umas fotocopias. Espero que não estejas à minha espera a muito tempo.
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O Boss
Short StoryBaseado no livro "Quando o teu patrão é convencido, mas sedutor, arrogante, mas sensual, irritante, mas irresistível, o resultado só pode ser um..." Estas no primeiro encontro com um homem para lá de aborrecido. O que é que fazes? Finges ir á casa d...