Capitulo 20

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Carolina:
Assim que entrei, fiquei uns bons dez minutos encontrada na porta, pouco depois dos primeiros cinco ouvi a porta do Matheus a abrir-se e a fechar.
Nem acredito eu está como eu, mas ele sabe o que quer e eu ainda não.
Acho que nunca desejei tanto um homem na minha vida. Aquele corpo, aqueles olhos, aquela tatuagem
A tatuagem "o medo não detém a morte, mas sim a vida", acho que é um sinal.

Respirei fundo e apercebi-me que ainda nem acendi as luzes, coisa que é raro em mim, pois odeio ficar sozinha e no escuro.
Deitei-me no chão do quarto, só consigo pensar nas nossas conversas mais picantes, na casa dele, no táxi depois da noite de copos e no seu gabinete, foi um longo mês.

Fechei os olhos, e deixei a minha mão deslizar pelo meu corpo. Só de pensar que ele está no quarto ao lado dá-me calor. Sete que ele vai ouvir se eu tiver um orgasmo? Uma parte de mim queria que ele ouvisse.
Continuo com a minha brincadeira, consigo imaginar o olha de Matheus em mim enquanto faço isto. Começo a ficar ofegante.

Meu Deus!
Oh, Meu Deus!
Estou tão perto! Foi tão rápido, pensei.
De repente... dei um salto, ao ouvir alguém a bater á minha porta com força.

Jesus!

Sentei-me bruscamente, com a respiração irregular, como se tivesse acabado de correr a meia maratona.

– Carolina? – disse o Matheus.

– Sim?

– Emprestas-me o teu carregador? Esqueci-me de o meu em casa.

– Hum, claro que sim. Dá-me só um minuto para o procurar.

Ao encontrá-lo respirei fundo antes de abrir a porta que nos separava. Não o consegui encarar.

– Aqui tens – disse eu, a olhar para todos os lados menos para ele.

– Obrigado.

– Não precisas de agradecer, só vou precisar dele amanhã, ia agora mesmo me deitar por isso tudo bem.

Até eu própria estranhei a minha voz. Oh Meu Deus! Ele vai perceber.
Quando levantei os olhos, ele estava de testa franzida.

– Estás bem?

– Estou ótima. Porque não haveria de estar?

Consigo perceber que ele não foi na conversa.

– Não sei – Espreitou para dentro do meu quarto – O que estavas a fazer?

– Nada – respondi rápido de mais.

– Nada?

Eu estava toda suada e ainda a recuperar a respiração. Foi quando o Matheus percorreu o meu corpo com os olhos e só para quando olhou bem no meu olho.

Ele percebeu, tenho a certeza. Vi ate quando as suas pupilas se dilataram, quando se deu conta do que tinha acabado de acontecer. Depois de um momento de intensa contemplação, limitou-se a dizer-me:
– Boa noite, Carolina.

Quando consegui respirar mais calmamente, o Matheus impediu-me de fechar a porta, bem no último instante, e agarrou-me naquela mão. Levou-a ao rosto e inalou profundamente.

Aí!
Ele está a cheirar a mão com que me estive a masturbar.

Foi o momento mais embaraçoso, e erótico, de toda a minha vida.

Quando finalmente abrir os olhos, e o ouvi gemer, percebi que estava tramada é que não iri aguentar muito mais.

– Desisto!

Ele abraçou-me pela cintura levantando-me do chão, com o movimento rápido.

– Já não era sem tempo.

O BossOnde histórias criam vida. Descubra agora