Carolina:
Eu estava radiante, quase deslumbrada, depois de passar um dia inteiro a trabalhar. Já só estávamos eu e o João no terraço do Matheus—ele claro. Os outros quatro, entre eles a Lindsey, já haviam saído. O João e eu ficamos para beber uma cerveja, uma vez terminado o nosso trabalho.
Eu estava com um sorriso ridículo.
— Corro o risco de parecer uma palerma, devo dizer-vos que o dia de hoje foi fantástico. Não me lembro da última vez que tive tanto prazer no trabalho. Nem sei se alguma vez tive.
O João inclinou a cerveja na minha direção.
— Foi de facto agradável. Muito agradável até, mas acho que tu contribuíste em muito para isso, Carolina. O facto de seres nova despertou algo em todos nós, especialmente no Matheus — Desviou os olhos para ele— Há anos que não o via tão empolgado.
O Matheus estava encostado numa espreguiçadeira, com uns óculos de sol de lentes bem escuras. Porém, eu sentia que estava a observar-me.
— Fez-me sentido. Há muito tempo que nada me fazia tanto sentido.
Alguns instantes depois, o João emborcou o resto da cerveja.
— Tenho de ir embora. A Eliza vai obrigar-me a ir a uma prova de bolos, esta noite. Desde quando é que os casamentos dão origem a tantos eventos? Já tive de ir a uma prova de comida, a uma audição de bandas e a uma festa de arranjos florais. Las Vegas está a tornar-se casa vez mais apetecível.
— Espera para veres— disse o Matheus, levantando-se. A Ana teve um chá-de-panela, uma festa para anunciar a gravidez e outra para revelar o sexo do bebe. Tu ainda só estas no aquecimento amigo.
— O que raio é uma festa de revelação do sexo do bebe?
— Como o nome diz é a festa em que se revela o sexo do bebe, pode ser com um bolo recheado a cor-de-rosa se for menina e azul se for um menino. Depois fazem uma festa e todos ficam a saber o sexo do bebé ao mesmo tempo, incluindo os futuros pais. Pura tortura. O que aconteceu aos partos em que o médico dava uma pancadinha nas costas a dizer «é um rapaz»?
— Obrigadinho. Vou ter muito com que me alegrar.
O Matheus deu uma palmada nas costas do João quando este se dirigiu para as escadas.
— Não tens que agradecer.
Ao descermos, olhei para a desordem em que deixamos a sala de estar e a de jantar. O Matheus mandou vir o jantar e havia pratos e papéis amachucados por toda a parte.
— Para onde vais, Carolina? — perguntou o João— Eu vou apanhar um taxi para o centro da cidade. Se quiseres podes dividi-lo comigo.
— Eu vou para o outro lado da cidade, mas vou ficar mais um pouco para ajudar o Matheus a limpar isto.
O João olhou em volta, apercebendo-se da desarrumação.
— Livrei-me. Obrigado, Carolina. Fico em dívida para contigo. Até segunda.
Ates de o Matheus regressar, após acompanhar o João à porta, já eu tinha limpo metade da casa. Apanhei o lixo e estava a passar pratos por água, para os colocar na máquina de lavar loiça, quando senti o Matheus a aproximar-se por trás. Colocou delicadamente uma mão no meu rosto e eu interrompi o que estava a fazer.
— Continua.
A principio pensei que ele me estava a dizer para continuara a pôr os pratos na máquina, mas depois apercebi-me de que estava a cantarolar uma música. Sorri e continuei a cantarolar. Felizmente ele não chegava aos calcanhares do Gonçalo. Ter-me-ia sentido mal se ele soubesse o que eu estava cantarolar.
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O Boss
Short StoryBaseado no livro "Quando o teu patrão é convencido, mas sedutor, arrogante, mas sensual, irritante, mas irresistível, o resultado só pode ser um..." Estas no primeiro encontro com um homem para lá de aborrecido. O que é que fazes? Finges ir á casa d...