Carolina:
Tinha-me esquecido do gozo que me dava a happy hour. Quando entrámos para a Fresh Look, a Bruna e eu costumávamos ter uma happy hour todas as quitas-feiras à noite. Porém, com o passar do tempo, uma ou a outra tinha de ficar a trabalhar até tarde. Pedíamos desculpa e adiávamos para a semana seguinte, mas depois era a outra que não podia ir, por estar em cima de um prazo qualquer. Acabamos por deixar de fazer planos.
Contudo, os empregados da Carter Industriers arranjavam sempre tempo para a happy hour, e eu também conseguia sair do escritório a uma hora razoável. Logo no primeiro dia, fiquei amiga da Lindsey, uma outra gestora de marca no departamento de marketing. Estavamos sentadas num bar a beber martinis de chocolate e a desfrutar dos aperitivos gratuitos, enquanto ela me punha a par das fofocas do escritório.
— A Catarina dos pagamentos está noiva de um tipo que fazia filmes porno.
— Porno?
— Era tipo soft porn, mas se quiseres ver a pila dele, basta pesquisares Jonh Silva, no google.
— Seria bastante estranho pesquisar o nome do noivo de alguém do escritório no google, só para o ver nu.
A Lindsey sorriu.
— É horrível, mas é enorme. — Afastou as mãos quase 30 centímetros uma da outra — Parece um taco de basebol. Agora, sempre que olho para ela, não consigo deixar de pensar como é que aquilo cabe lá dentro. ela e tão pequena.
— Tens de conhecer a minha amiga Bruna. Acho-te super parecida com ela.
A Lindsey emborcou o resto do martini e ergueu o copo vazio à empregada.
— Fala-me de ti. Tens namorado ou marido, és adepta da poligamia? O que se passa na tua vida?
Eu não deveria ter tido tanta dificuldade em responder.
— Saí quatro vezes com um tipo que é um querido. Falamos quase todos os dias.
— Com que então é um querido. É uma relação exclusiva?
— Ainda não falámos nisso. Mas eu não tenho saído com mais ninguém.
A empregada aproximou-se com um misturador e voltou a encher os nossos copos. A Lindsey bebeu e olhou-me por cima do copo.
— Não estás muito interessada nele.
— O que te leva a dizer isso?
— Não te entusiasmaste ao falar dele e descreveste-o como um querido. Não sabes se a relação é exclusiva e pareces ter ponderado sobre a questão pela primeira vez há 30 segundos. Isso quer dizer que não te importas que não seja. — Encolheu os ombros. — Não estás muito interessada nele — Repetiu, num tom afetado.
Suspirei profundamente.
— Acho que tens razão. Ele é ótimo. É mesmo, mas falta ali qualquer coisa.
— Não podes forçar isso.
Ela tinha razão. Embora me parecesse deprimente pensar em terminar uma relação com um tipo como o Lourenço — Um género de homem raro em Nova Iorque — , eu tinha mais em que pensar.
— Conta-me mais fofocas. E a Samantha?
— Ela é basicamente o que mostra ser. faz agora quatro anos que ela está na empresa, creio eu. É casada e não tem filhos, que eu saiba. Ela e o Matheus conhecem-se há muito tempo. Ouvi dizer que era a melhor amiga da namorada dele, que morreu.
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O Boss
Short StoryBaseado no livro "Quando o teu patrão é convencido, mas sedutor, arrogante, mas sensual, irritante, mas irresistível, o resultado só pode ser um..." Estas no primeiro encontro com um homem para lá de aborrecido. O que é que fazes? Finges ir á casa d...