Capitulo 11

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Carolina:

Tinha-me esquecido do gozo que me dava a happy hour. Quando entrámos para a Fresh Look, a Bruna e eu costumávamos ter uma happy hour todas as quitas-feiras à noite. Porém, com o passar do tempo, uma ou a outra tinha de ficar a trabalhar até tarde. Pedíamos desculpa e adiávamos para a semana seguinte, mas depois era a outra que não podia ir, por estar em cima de um prazo qualquer. Acabamos por deixar de fazer planos.

Contudo, os empregados da Carter Industriers arranjavam sempre tempo para a happy hour, e eu também conseguia sair do escritório a uma hora razoável. Logo no primeiro dia, fiquei amiga da Lindsey, uma outra gestora de marca no departamento de marketing. Estavamos sentadas num bar a beber martinis de chocolate e a desfrutar dos aperitivos gratuitos, enquanto ela me punha a par das fofocas do escritório.

  —  A Catarina dos pagamentos está noiva de um tipo que fazia filmes porno.

—  Porno?

—  Era tipo soft porn, mas se quiseres ver a pila dele, basta pesquisares Jonh Silva, no google.  

  — Seria bastante estranho pesquisar o nome do noivo de alguém do escritório no google, só para o ver nu.

A Lindsey sorriu.

  — É horrível, mas é enorme. — Afastou as mãos quase 30 centímetros uma da outra —  Parece um taco de basebol. Agora, sempre que olho para ela, não consigo deixar de pensar como é que aquilo cabe lá dentro. ela e tão pequena.

  — Tens de conhecer a minha amiga Bruna. Acho-te super parecida com ela.

A Lindsey emborcou o resto do martini e ergueu o copo vazio à empregada.

— Fala-me de ti. Tens namorado ou marido, és adepta da poligamia? O que se passa na tua vida?   

  Eu não deveria ter  tido tanta dificuldade em responder.

  —  Saí quatro vezes com um tipo que é um querido. Falamos quase todos os dias.

— Com que então é um querido. É uma relação exclusiva?  

  —  Ainda não falámos nisso. Mas eu não tenho saído com mais ninguém.

  A empregada aproximou-se com um misturador e voltou a encher os nossos copos. A Lindsey bebeu e olhou-me por cima do copo.

  —  Não estás muito interessada nele.

—  O que te leva a dizer isso?

—  Não te entusiasmaste ao falar dele e descreveste-o como um querido. Não sabes se a relação é exclusiva e pareces ter ponderado sobre a questão pela primeira vez há 30 segundos. Isso quer dizer que não te importas que não seja. —  Encolheu os ombros. —  Não estás muito interessada nele —  Repetiu, num tom afetado.

Suspirei profundamente. 

—  Acho que tens razão. Ele é ótimo. É mesmo, mas falta ali qualquer coisa. 

  — Não podes forçar isso.

Ela tinha razão. Embora me parecesse deprimente pensar em terminar uma relação com um tipo como o Lourenço —  Um género de homem raro em Nova Iorque — , eu tinha mais em que pensar. 

—  Conta-me mais fofocas. E a Samantha? 

  — Ela é basicamente o que mostra ser. faz agora quatro anos que ela está na empresa, creio eu. É casada e não tem filhos, que eu saiba. Ela e o Matheus conhecem-se há muito tempo. Ouvi dizer que era a melhor amiga da namorada dele, que morreu.

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