Matheus:
— Mais um whisky-cola— disse eu, erguendo a mão para a empregada. Quando a Rafaella aparecia, eu já costumava is a meio da minha primeira bebida, mas agora ia na segunda, o que me pareceu um atraso excessivo, mesmo para alguém como ela.
Peguei no telemóvel e enviei-lhe uma mensagem:
Estás mais atrasada do que o habitual.
Respondeu:
Estou ai em dez minutos. Se não estiver, volta a ler esta mensagem.
Ri baixinho.
Ela apareceu quando eu ia no final da segunda bebida e abraçou-me por trás.
— Posso oferecer-te uma bebida?
— Claro. A minha namorada está a caminho, mas está atrasada. Gostava de ter um pouco de companhia.
Ela bateu-me nos abdominais.
— Com que então um pouco de companhia.
Eu levei o braço atrás, agarrei-a pela cintura e puxei-a para o meu colo, de uma só vez. A minha irritação como de costume desapareceu.
— Qual é a desculpa, desta vez?
— Tive de tratar de uma coisas— Desviou os olhos, ao dizê-lo, e eu percebi que teria de pressionar mais.
—Que coisas
Ela encolheu os ombros.
— Umas coisas para o abrigo.
Franzi as sobrancelhas.
— Tipo...desencaixotar comida doada ou lavar pratos, depois de servirem jantares?
— Sim. Apenas algumas tarefas. Coisas desse tipo — Tentou mudar de assunto rapidamente — o que estás a beber?
—Sim é whisky-cola. Bebes o costume?
Ela saiu do meu colo e puxou o banco ao meu lado.
— Sim, por favor. Como correu o teu dia?
— Voltaste a segui-lo, não foi?
Ela descaiu os ombros, mas não se atreveu sequer a mentir.
— Não quero que sigas os sem-abrigo até aos parques porque são perigosos á noite.
Ela bufou.
— Queria apenas saber para onde ele ia, para voltar à esquadra amanhã e pedir-lhes que patrulhem melhor a área.
— Até que parque o seguiste?
— Estás a ver aquela ponte velha que restauraram, na alta da cidade? Aquela que as pessoas atravessam, perto da 115 Street?
—Foste até Washington Heights?
— Talvez pareça bonito de cima da ponte, mas, cá de baixo, nada foi limpo. Sabias que há um pequeno bairro por baixo daquele viaduto?
— Tens que parar com isso, Rafaella. Eu sei que queres ajudar, mas esses sítios são perigosos.
— Ainda havia luz e eu não entrei no bairro.
— Rafaella.
— A sério. Vai correr tudo bem. Amanha passo pela esquadra.
— Promete-me que não tornas a fazer merdas dessas.
Depois roçou-me delicadamente os dedos pela pele e disse:
— Prometo.
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O Boss
Short StoryBaseado no livro "Quando o teu patrão é convencido, mas sedutor, arrogante, mas sensual, irritante, mas irresistível, o resultado só pode ser um..." Estas no primeiro encontro com um homem para lá de aborrecido. O que é que fazes? Finges ir á casa d...