Lessye é uma confeiteira de mão cheia e pés no chão. Gosta de ter controle sobre sua vida, pois se acha refém da falta dele. Até conhecer Toni. Toni é como um copo transbordando e uma fogueira em chamas. Desperta nela coisas que jamais conheceu.
Qu...
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Toni Kroos | Madrid, Espanha ─ 16 de Novembro, 2018.
─ Você não pode fazer isso, cara. ─ Marco Asensio falou, sendo logo ignorado, enquanto eu trocava passes comigo mesmo no vídeo game.
Fazia mais de um ano que Jessica e eu nao estávamos mais juntos, e apesar de tudo ainda éramos bons amigos. Tínhamos filhos, o que facilitou o nosso processo de manter uma amizade. Sempre passamos todas as datas comemorativas juntos, para evitar de ter que fazer as crianças escolherem com quem iriam ficar. Mas no último mês eu soube que isso ia mudar. Jessica começou a namorar e resolveu apresentar seu namorado para mim.
Não que eu me importasse, eu só achava um pouco estranho ter que ir com eles a um jantar. Amelie, Leon, Jessica, eu e o namorado da minha ex. Pense o que pensar, era estranho. Mas Jessica insistiu. Ela acha que comigo lá; as crianças vão se sentir mais abertas com o novo namorado da mamãe.
Que ótimo.
─ É só um jantar, Marco. ─ Tentei acalmar os ânimos do meu amigo.
─ Fala sério. Com a sua ex e o novo pretendente dela.
─ Ele não é um pretendente. ─ Toquei para Vinícius Jr, deixando o brasileiro na cara do gol e marcando o oitavo gol da partida. ─ Eles já estão namorando.
─ Você esta se ouvindo? ─ Quando não lhe dei atenção, o espanhol tomou o controle da minha mão.
─ Ou! Ainda da tempo de fazer mais uns cinco gols. Pode devolver?
─ Escuta, Toni. Você disse que ainda tinha intenção de tentar algo com a Jessica, e agora você vai segurar vela pra ela e o namorado dela?
─ Tem um plano melhor pra essa sexta-feira a noite? ─ O impedi de responder: ─ Porque eu não vejo nada mais gratificante do que passar um tempo com meus filhos e segurar vela pra mãe deles.
─ Pega esse seu deboche e vai pra... ─ Meu telefone tocou. Enfiei a mão no bolso, lendo o nome de Jessica na tela e logo olhei para Marco o intimando.
─ Cala a boca. ─ Ele me estendeu o dedo do meio e deu de ombros. ─ Oi, Jess.
─ "Estamos saindo de casa. Você encontra com a gente lá?"
─ Claro. 20 minutos. ─ E tum tum tum foi ouvido do outro lado. ─ Tchau pra você também, né.
Levantei, catando as chaves e a carteira. Marco apareceu vindo da cozinha com um pote de sorvete em mãos. Balancei a cabeça em negativa. De espaço aos cupins e eles traçam a casa inteira.
─ Estou saindo.
─ Claro, papai. Divirta-se. ─ Debochou e lhe estendi o dedo. ─ Eu e os caras vamos naquele bar mais tarde. Se tiver tempo entre uma vela e outra, e quiser aparecer, só chegar lá.
─ Obrigada pelo convite, seu merda.
─ Ah, Kroos, vai tomar no... ─ E fechei a porta antes que pudesse completar sua frase.
