Lessye é uma confeiteira de mão cheia e pés no chão. Gosta de ter controle sobre sua vida, pois se acha refém da falta dele. Até conhecer Toni. Toni é como um copo transbordando e uma fogueira em chamas. Desperta nela coisas que jamais conheceu.
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HÁ UMA TEMPESTADE SE FORMANDO E EU ESTOU PRESO NO MEIO DISSO TUDO
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Eu queria poder dizer que estou surpresa, mas estaria mentindo até mesmo para mim. Estar com Toni foi um fracasso desde o começo e nós só tentamos adiar o inevitável: o momento que o primeiro fio fosse arrebentar.
E arrebentou.
Bastava medir os prós e contras para saber quem saiu mais ferido dessa história toda. Eu, Toni ou Jessica.
Passar a tarde com Alex e a mamãe foi incrível. Nunca pensei que podia ser assim, mas depois de um dia como esses eu só queria terminar bem. E Toni era meu terminar bem. Eu só não sabia que ele estava disposto a mudar rapidinho esse pensamento.
— Eu ia te contar. — Toni disse, assim que fechou a porta, após Jessica ter partido.
Nunca senti que Jessica fosse uma ameaça, até porque nunca senti que Toni fosse um pretendente. Mas agora, era como se eu tivesse posto nas mãos dele um poder e dito: Aprenda a usar, sem nenhuma menção de consentimento. E ele usou.
Para nós ferrar. Ou melhor, nós usamos.
— Está mentindo. — Foi o que respondi, sem evitar o sorriso de deboche. — Não ia me contar.
— Eu queria contar, Alessandra. Só não sabia como. Talvez eu demorasse um tempo, mas falaria para você.
— Está mentindo de novo. — Acusei: — Assim como tudo que sai da sua boca. Você não tem mais nada com a sua ex-mulher, não e? Foi o que disse. Eu não me importei quando você a pôs dentro da sua casa e brincou de família feliz com seus filhos. Eu não liguei. Sabe o por quê?
— Lessye...
— Porque eu não tenho esse direito! — Falei logo. — Não tenho o direito de te pedir nada, e com certeza não de te impedir. Mas você acha que eu não queria poder ter? Achei que depois de tudo, a gente fosse..
— Mas e você?! — Gritou, em debate a mim: — Dormiu com Marcus Rashford ou não? Porque eu acho que sim.
— Você acha? — Ri de sua cara. — Deixa eu adivinhar, você sabe ou você leu em uma dessas colunas ridículas?
— E o que importa? Passou a noite com ele ou não?
— Sim, Toni. Passei a noite com ele. E se quer saber, não me arrependo.
Podia ver seus olhos nublados de raiva, quando se virou em um passe e arrebentou o vidro da mesa com os pés. De início me assustei com a cena, mas o olhar dele me subiu um ódio.
— Quer me dizer alguma coisa, Toni?
— Você dormiu com ele primeiro, não pode cobrar nada de mim. — Riu amargamente.
