Lessye é uma confeiteira de mão cheia e pés no chão. Gosta de ter controle sobre sua vida, pois se acha refém da falta dele. Até conhecer Toni. Toni é como um copo transbordando e uma fogueira em chamas. Desperta nela coisas que jamais conheceu.
Qu...
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Madrid, Espanha 10 de fevereiro
Era estranho e era solitário sem Claire. As coisas aconteceram rápidas demais. Asensio age no impulso, Claire também. É uma característica deles. E assim que voltamos da Austrália, minha amiga arrumou suas coisas para ir moral com o espanhol sem senso algum.
E Dannah com a gravidez, nossa! Eu não pude prever nenhuma dessas coisas, ou talvez tenha ignorado os sinais. Dannah em êxtase, passando mal e extremamente cansada. Brahím mais presente do que nunca ao lado dela. E como eu ficava sempre alheia as coisas ao meu redor, só não pude perceber conforme elas trilhavam sem mim seus próprios passos.
E foi um choque.
Daqueles bem agonizantes que aterroriza no começo, mas que o costume logo vem. Pensei em permitir que Alex viesse fazer companhia para Theo, para que eu não ficasse tão sozinha. Mas com Toni indo e vindo com muita frequência, seria constrangedor que ele nos pegasse aos beijos na cozinha de madrugada.
Então as coisas ficaram como estavam. E sinceramente, não podia reclamar, já que minha casa perdera a ardência de Claire e seu sensacionalismo, mas ganhará cor e alegria com os pezinhos agitados que não sabiam parar de correr.
— Vocês vão se machucar.
Alertei quando Leon passou voando ao meu lado, com Theo em seu encalço enquanto carregavam seus sabres de luz, agitados pela casa toda.
Havia se tornado rotina. Quando comecei a me acostumar com Theo e noites solitárias de videogames, Toni me incendiou de alegria ao trazer seus filhos para alegrar minha casa.
— Quer experimentar? — Amelie assentiu, sentada na bancada, e eu ofereci a colher do recheio para ela experimentar. — Está uma delícia, não é?
A pequena assentiu, arrancando a colher da minha mão e se empenhando para lamber o recheio. Eu ri do gesto, pegando o tabuleiro para enfiar no forno, bem no momento em que a porta se abriu e um Toni Kroos extremamente cansado atravessou por ela.
— Tudo bem? — Questionei, ele assentiu, deixando a bolsa no pé da bancada e beijando Amelie.
— Tô morto. — Admitiu, vendo-me se aproximar e dar um beijo nele. Amelie tapou os olhos e negou com a cabeça, nos fazendo rir. — Estão fazendo mais doces?
— Sim. — Com o olhar apenas fui repreendida. — Prometo que estou impondo limites.
— Tia Lessye eu posso comer mais um... — Leon entrou correndo na cozinha e parou ao ver Toni, e eu neguei rápido demais. — Nada de doces. Hora do jantar. Oi, pai.
E voltou correndo.
Toni me encarou.
— Prometo que estou quase impondo limites. — Corrigi a frase anterior, e Toni negou, nada feliz.
