Lessye é uma confeiteira de mão cheia e pés no chão. Gosta de ter controle sobre sua vida, pois se acha refém da falta dele. Até conhecer Toni. Toni é como um copo transbordando e uma fogueira em chamas. Desperta nela coisas que jamais conheceu.
Qu...
O vento que te trouxe para cá, só peço que não volte jamais porque se ele perceber que deixou você, vai querer correr atrás
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Maio, 2019
— Não acredito que vamos passar seu aniversário juntos pela primeira vez.
Eu sorri, com meus dedos enlaçados nos dedos de Toni. O relógio marcava 22:40 e em pouquíssimas horas, era o meu aniversário. Finalmente 26. Seria a primeira vez em anos que me sentia assim, tão aquecida, tão protegida. Deitados na minha cama, os braços de Toni eram meu maior refúgio.
— Já passamos o seu aniversário juntos, não é grande coisa. — Respondi, jogando a perna em sua cintura.
— Mas não estávamos juntos ainda. Agora é diferente.
— Não vejo como. Não estávamos juntos, mas estávamos caminhando.
— Caminhando não é lá, schöne. — Respondeu, escorregando a palma da mão pela minha coluna, até encontrar um ponto fixo sobre minha bunda, agora coberta apenas por um fino tecido de seda. — É a primeira vez de muitos aniversários que vamos passar juntos.
— Você me proporcionou tantas primeiras vezes, mas é a primeira vez que percebo isso.
— Primeira vez, hein?
Fiquei em silêncio, vendo o sorriso sacana que surgiu em seus lábios e fechei os olhos, sentindo o caminho de volta da palma da sua mão atravessando meu fino tecido, pondo em alerta meus sentidos e acelerando minha respiração. Sua mão abandonou meu dedos e senti seu toque quente ao levantar meu queixo e encontrar meus lábios.
Toni me deixava sem reação e provocava reações em todo meu íntimo, sem esforço, sem contato. O toque explodia meus sentidos e aguçava meus desejos. Pegava fogo, incinerava. Era o poder de Toni sobre mim. E ao pressionar meu corpo contra o dele, podia sentir que despertava nele o mesmo que despertava em mim. E a sensação de poder, de reciprocidade me deixava extasiada.
Como ele.
Como nós.
O afastamento dos nossos lábios, me incentivou a distribuir beijos em seu rosto, até parar sorrindo para ele.
— Gosto disso. — Minha voz saiu baixa e Toni sorriu de forma meiga, me afogando na pedraria dos seus olhos.
— Eu não sei se você sabe, mas eu definitivamente não mereço você.
— Pensei que eu decidisse essa parte da minha vida.
— Sim, schöne. Claro. Você me escolheu, eu só não sei exatamente qual foi o seu lucro.
— E qual foi o seu?
— Você ainda pergunta? — Ele riu não acreditando na pergunta. — Você é a mulher mais autêntica que já pisou nesse planeta. Eu estou com você agora, mas se eu não estivesse, escolheria você. Eu sei exatamente onde estou com você agora, e com certeza sei onde quero estar daqui muitos anos. Você é a droga da mulher mais incrível que entrou na minha vida. Só isso. — sorri. — Eu fui o único sortudo aqui. Sem contar, que você não surtou por causa da minha ex-mulher.
